terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Seal

vertigens

Fechado para obras por motivo de síndrome vertiginoso.
A acreditar no optimismo bacoco e grunho do Bola de Ouro, mais conhecido por C7, as vertigens "há-dem passar". Mas já duram há um mês. Não é "há-dem", ó CR e afins, é "hão-de" e sou do tipo que vê o copo meio vazio. Acho que já nem água, vinho ou groselha tem. Estou no inferno. Já agora, Hades é o deus dos infernos. Não se diz "há-des, mas "hás-de". Dass.......ist nicht Schön zu sagen!
E NÃO OUSEM PERGUNTAR:- Já fizestes uma ressonância magnética à merda do cérebro? É "FIZESTE" e ainda não FIZ e TENHO MUITO MEDO DE FAZER. Scheisse! Por muito que a língua seja um ser vivo, evolutivo, isto ainda são e serão ERROS ORTOGRÁFICOS.
Alguém de dá uma benzodiazepinazinha antes que parta isto tudo?

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

literatura infantil



Pequeno excerto de O pequeno livro dos medos, de Sérgio Godinho (as imagens foram retiradas aleatoriamente da net):

Fiquei com pele de galinha,
com os dentes a bater
e os joelhos a abanar
sozinho no arvoredo
e a noite metia medo!

Estava branco como a cal
estava com palpitações
estava sem pinta de sangue
sem palavras, mudo e quedo
com certeza, era do medo!

Tinha os cabelos em pé
tinha o coração nas mãos
suores frios e coceiras
e na boca um gosto azedo

Queres rezar pelas alminhas?
Queres sentir dores de barriga
e tremer como varas verdes?
Vou ensinar-te o segredo
não há melhor do que o medo!




Quando acabou de ler, eu olhei para ele, intrigado. Estava a rir-se baixinho, parecia satisfeito com o seu poema (....).


-Vives sempre nesse sótão?- Perguntei-lhe.


-E hei-de sempre viver- disse ele.


.Então como é que conheces essas expressões todas? Não és nenhum génio...


Ele deu uma risadinha.


-Se calhar até sou, porque tomo conta dos medos de muita gente. (...)

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Depressão

- Estou numa espécie de limbo de indecisão: acabar comigo ou não?
Ninguém ouviu a pergunta dela. Estavam todos muito ocupados com os preparativos para o Natal. Comprar os presentes, cozinhar os pratos típicos...
Deixaram-na sózinha, na sua espiral de medo e tristeza. Se não lhe apetecia ir ao centro comercial, que ficasse.
Quando chegaram, atafulhados de presentes com grandes laçarotes brihantes e coloridos, o vermelho jorrava dos pulsos dela, cobrindo o facalhão de cortar carne, orgulho de qualquer cozinheira.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Revoltas e Revoluções

Vamos fazer uma "Boston tea party" à portuguesa? Aceitam-se sugestões sobre o que atirar ao oceano.

Statements

Detesto o uso sistemático de frases muito populares no meio futebolístico contendo "e, quando assim é,..." Ilustremos com exemplos:
Diz o Bruno Alves: "o Benfica está em segundo lugar e, quando assim é, temos nos acautelar, e quando assim é, há que ganhar ânimo e sair a jogar, pois, quando assim é, marcamos golos".
Diz o João Pinto: "a nossa selecção está uma merda e, quando assim é, é difícil apurarmo-nos para qualquer mundial e, quando assim é, será melhor não pôr lá os pés, mesmo que por milagre sejamos apurados. Há que manter o fair play no futebol e,quando assim é, um jogador não pode agredir outro" (para o João Pinto só vale agredir árbitros, ou então tem Alhzeimer).
Diz uma ex do Bola de Ouro mais vaidoso e grunho do futebol: "O Cristiano Ronaldo tem espelhos por toda a casa e, quando assim é, tem que olhar para si próprio e, quando assim é, repete 60 minutos por hora "eu sou tão belo e bom", e, quando assim é, põe creme no corpo todo duas vezes por dia e, quando assim é, telefona à mãe para ver se ela aprova as namoradas e, quando assim é, elas estão tramadas porque nenhuma sogra, de direito ou de facto, gosta da nora, ou pseudonora".
E, quando assim é, este post não faz sentido nenhum, mas apeteceu-me. E, quando assim é, estou-me nas tintas para os comentários.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Questões existenciais

A solução para uma vida equilibrada consiste em mantermo-nos focados no presente, mas distanciados do ego, dos pensamentos e emoções que nos afectam permanentemente. Como se nos estivessemos a observar, deixando tudo fluir e mantendo a calma.
Admitindo que esta teoria está correcta, como é que isto se faz? Se no presente tenho uma doença, estou com dores, estou a ter um AVC, ou um enfarte, estou num conflito familiar, se, em geral, o presente é um inferno, como é que o Eu Superior se impõe? Como é que se consegue manter a distância nestas circunstâncias?
E se o passado não existe, porque são só memórias, não é muito perigoso não preservar essas memórias, nomeadamente colectivas, para não se repetirem os erros, as guerras, os genocídios? E o que somos no presente não depende do que fizemos no passado, a nível físico, emocional, ou intelectual? Se agora sou obesa, é porque andei a comer erradamente e nunca fiz exercício. Se estou deprimida, é porque fiz as escolhas erradas. Se sofro de fobias ou pânico, é porque tive traumas que se perpetuaram. Se estudei muito e geri bem a minha carreira, provavelmente tenho um bom trabalho que me dá prazer. Se escolhi a raridade do homem ideal, tenho um casamento feliz.
E se o futuro também não existe, para quê motivarmo-nos para qualquer projecto?

Só para chatear, o meu ego está mauzinho

1º de Dezembro de 1640, ou de como não aprendemos com os erros

Nunca fomos tão prósperos como quando estivemos sob o domínio dos Filipes.
Mas como é próprio do português típico, tinhamos que estragar tudo. Agora, nem com a corda ao pescoço Espanha nos anexa, ao menos como região autónoma. É um facto que estamos colonizados pelos espanhóis, desde a TVI ao Santander Totta, mas proveito, nenhum...
Nascemos de um pecado de desobediência contra a mãe e quando tivemos oportunidade de emendar o erro, D. João IV e os seus conspiradores, enganando o povo, voltaram a fazer borrada Os amigos de Olivença, que regularmente me escrevem, me perdõem, mas Olivença não podia estar melhor entregue. Oxalá o resto do país tivesse o mesma sorte. Saludos!

domingo, 30 de novembro de 2008

Keith Jarrett

BPN & Co e o nosso Presidente

Embora o Presidente Cavaco Silva nunca tenha dúvidas e raras vezes se engane, e não tenha uma boa relação com o bolo-rei, não merecia isto. Entre outras qualidades (que, por ignorância minha, desconheço), é um homem honesto. Não se fazem tantas maldades a um homem honesto, ainda por cima em vésperas de Natal.
Não se enerva o Presidente ao ponto de este se ver obrigado a justificar onde ele e a sua Dra. Maria têm as poupanças. Tudo porque os filhos ingratos do cavaquismo estão a dar cabo da mão que lhes deu de comer.
Dias Loureiro, no estado político de zombie, insiste em não se demitir de Conselheiro de Estado, apesar dos sinais de todo o tipo que Cavaco lhe deu durante a semana. Chegou ao desplante de ir a casa do Presidente e deixá-lo encalacrado. Isto, depois de na "Grande Entrevista" ter metido os pés pelas mãos (por exemplo, ao considerar um grande acto benemérito da sua parte pagar os 40% de imposto sobre o que tinha ganho em Marrocos e ao dizer que não tinha motivos para desconfiar de Oliveira e Costa, mas, poucas perguntas à frente, contradizer-se admitindo que fez queixinhas à entidade reguladora, que o Marta, ainda por cima, desmentiu).
Oliveira e Costa ("Zeca Diabo", ou o "Azeite"), por curiosidade, grande amigo de Gilberto Madail, deixa a autobiografia de Cavaco cheia de nódoas indeléveis. Além disso, o Presidente em tempos defendeu-o contra os mais sensatos, mesmo no PSD.
Não são fáceis os tempos para o nosso Presidente. Não vai ter no sapatinho os louros da glória, nem a oliveira da paz, apenas louro vulgar para temperar um perú assado, regado com azeite de fraca qualidade. O Cavaquistão já era.

Não posso deixar de acrescentar duas pequenas notas.
A primeira, sobre o pobre Rendeiro. Depois de três anos de "crochet" numa autobiografia a elogiar o ego, o lançamento do livro surge no mesmo dia em que é conhecido o buraco de 700.000.000 euros no BPP. O Universo é tramado.
A segunda, sobre o Bloco de Esquerda. Com tanto interesse pelas questões fracturantes, acabou por se fracturar no Sá Fernandes. "Cá se fazem, cá se pagam", lá diz o ditado popular.

sábado, 29 de novembro de 2008

É cavar do cavalo, do boi, dos tratantes e dos falantes

O gabiru gabarola, tapado com um gabinardo e deixando algumas gadelhas a sair do gabéu, dirigiu-se ao gaiulo, afastando-o da gajada e, apontando-lhe o fura-bolos, disse:
- Passa o gadé para a minha gadanha ou a fusca manda-te para a fábrica de tijolo de uma assentada.
O gaiulo, fanado, com a fajeca, ainda balbuciou que estava com falta de ar, arriscando ser feito em fanicos. Garantiu que ia fazer o correio, mais à noite tinha o cebo e entregava todo o produto da jarda. O gabiru acertou-lhe com a fusca na chaveta e deu-lhe uma carga de lenha, rematando com uma lagosta.
-Isto é só um aviso! Olhou para a cebola, deu-lhe mais uma hora e esgalhou no chiante.
O gaiulo lambeu o fundo ao tacho, limpou o larato e deu de frosques. Tentou um leilão, mas deu fussanga. O balcão não tinha cheta, ainda não tinha sido intervencionado pelo Estado.
Ainda por cima, a bófia bispou tudo. Apanhado com a boca na botija e com o fujante apontado, lá foi no boca-de-sapo para a canga.
Um falante oficioso livrou-o da choldra, embora o gaiulo implorasse para ficar. Mas o falante era cheio de nove horas e falava grosso.
Teve mala pata. Nessa noite, o fabiano tentou cavar, mas não escapou do gabiru. Foi direitinho para a quinta das tabuletas depois de cheirar a brilhantina vezes sem conta. Tanta desgraça por causa do boi, do cavalo branco e do falante fanfarrão.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Lévi-Strauss

À luz dos estudos de Claude Lévi-Strauss, pode dizer-se que há um certo totemismo no Ocidente. Uma das provas está no facto de o cão de George W. Bush ser muito diferente do cão de Putin. Mostra-me de que raça é o teu cão e mostrar-te-ei quem és.
Obama vai usar o totem como instrumento político e levar um cão rafeiro para a White House. O homem não dá ponto sem nó. Cinco estrelas para Barack Obama.

Ritmos: Stomp

Natal Samsung


Nada de ficar atrás da Zon, nem a outra margem se deixa rebaixar. Sobretudo, não se pode deixar que o PIB arrase os portugueses.
Factos que levaram a Samsung portuguesa a iluminar o Cristo-Rei durante a época de Natal. Quatro anjos Samsung de mãos dadas, simbolizando a união e a paz, são visíveis a catorze quilómetros do monumento. Mas a Samsung quer um mundo verde, por isso preocupou-se com a poupança energética, optando pela instalação de LEDs, cujo consumo por lâmpada equivale a 1/8 de uma lâmpada não ecológica.
O Universo não deve ter gostado porque, em sinal de protesto, um raio atingiu a zona, desligando a iluminação natalícia da base do monumento, dois dias após a inauguração. A ocorrência deu-se numa altura em que relâmpagos e chuva forte atingiram o Concelho de Almada, durante cerca de 30 minutos.
Mas a Câmara de Almada, como é próprio das municipalidades, não sabe ler os sinais divinos e a iluminação foi reposta após alguns dias de apagão. É sabido que o povo gosta de iluminação artificial, até ao "raio-que-o-parta". Lamentável que ninguém se preocupe com a iluminação interior. Um povo interiormente iluminado seria perigoso para as municipalidades e afins. Nem o Cavaco, coberto de loureiros, ou o Sócrates, vestido por Magalhães, escapariam.


quinta-feira, 27 de novembro de 2008

O PIB e a infelicidade

Segundo estatísticas recentes, os portugueses são dos povos mais infelizes da Europa, havendo uma relação directa entre o grau de infelicidade e o PIB. Estamos ao nível de infelicidade da Bulgária, enquanto a Dinamarca transborda de felicidade.
Pelos vistos, a nossa melancolia característica, expressa no fado e na saudade, tem uma causa simples: o PIB.
Segundo a lógica PIBística, se saíssemos da pequena e egoísta Europa e alargassemos os horizontes ao resto do mundo subdesenvolvido, a maioria da população já se seria suicidado. Já nos países nórdicos, seria uma euforia permanente. E contudo...

Ritmos: Mayumana

Statements




Detesto Pais Natais a trepar tudo o que é varanda.

Saphou, empresária no more

Nos início dos anos 90, no boom do negócio das minhocas, porque eram grandes fertilizantes, porque os custos de investimento e manutenção eram baixos, porque o meu sócio betinho se encarregava de mexer na terra e tratar da criação, porque patati, patata, tornei-me, pela primeira e única vez, empresária. Era empresária no negócio das minhocas.
Regularmente, perguntava ao meu sócio:
- Então, quando é que começamos a ter lucro?
- Está quase! Era a invariável resposta.
As perguntas tornaram-se mais escassas e terminaram no dia em que ele me anunciou que as minhocas tinham desaparecido. Já não ia a Baião há algum tempo e, quando foi, minhocas "nickles"! Na versão dele, as minhocas tinham fugido - com se sabe, são espécies que se deslocam a grande velocidade -, ou tinham sido furtadas (pelo próprio?).
Compreendi, então, que não tinha jeito para negócios e que nunca seria empresária.
Mas com a janela do Adsense a piscar-me o olho, apareceu-me uma oportunidade virtual e, deslumbrada pelo capitalismo on line, lá preenchi tudo sem reflectir. Quando dei por ela, tinha uma horrenda janela de anúncios no blog.
A questão imediata foi: como descalçar a bota virtual? Passei o dia infeliz por a ganância bacoca ter estragado a minha recente criação. Não conseguia livrar-me da porcaria dos anúncios. Mas a sensatez e sabedoria da Filipa e do Privada livraram-me da embrulhada. Bem Hajam!