quinta-feira, 28 de maio de 2009

Por onde me perco

Recostei-me numa rocha mesmo à minha medida, com o sol quente do entardecer ainda alto. O mar estava revolto, branco azulado, a espumar contra tudo o que lhe aparecia. Sentia os salpicos da água salgada que batia contra os rochedos mais baixos. No meu poiso sobranceiro, podia estar descansada. Fechei os olhos e relaxei muitos e muitos minutos. Talvez mais de uma hora.
Finalmente, fartei-me da imobilidade e decidi que a luz estava excelente para tirar fotografias com o meu telemóvel de segunda parcialmente espatifado. Queria captar mesmo o momento da água a bater contra a rocha e o splash da espuma branca azulada a espalhar-se por todo o lado. Tentei uma e outra vez. Aventurei-me. Desci e fui mais para a frente. Mesmo quando consegui, apanhei com uma onda nas pernas. Calças de ganga rotas e molhadas, sapatos ensopados, comecei por decidir sentir a areia nos pés, e fui-me descalçando. Depois, arregaçadas as calças, fui caminhando em todas as poças de água que encontrava, invulgarmente quente. Por fim, deixei-me de meias medidas. Decidi aproveitar, já que mais de metade da roupa já estava molhada, perdida por cem, perdida por mil. Dei o meu primeiro mergulho do ano, assim mesmo, com roupa e tudo. Foi magnífico!

Carlos Bernard também conhecido por Tony Almeida, para Blimunda, com um lacinho

Vós que virgulais
toda a noite
em pensamento
(e em acto?),
tende tento.
Non é peccato?

Kim Jong-il é uma criança paranóica, quer que brinquem com ele. Prozac, um bom psicanalista, amiguinhos e mísseis de Lego, eis a solução


A Coreia do Norte usa a ameaça dos seus supostos testes nucleares para tentar deter o risco de uma eventual acção dos EUA contra o regime de Pyongyang. A afirmação parece estranha, mas, segundo Steve Tsang, do Centro de Estudos Asiáticos da Universidade de Oxford, tem uma explicação simples. Tsang diz que a ideia do presidente norte-coreano, Kim Jong-il, de que os EUA querem derrubar seu regime é pouco realista e anterior ao recente anúncio de testes nucleares, mas trata-se de uma "paranóia" desencadeada pelo isolamento em que vive sua administração. "... Kim Jong-il herdou o trono do seu pai e foi criado num ambiente muito fechado. O seu entendimento do mundo é muito particular". Por outras palavras, por culpa do paizinho, Kim Jong-il é tótó, obsessivo e birrento, tem pouco contacto com pessoas reais, dentro e fora do seu país, e uma visão do mundo muito limitada. É o que chamariamos um geek em estado avançado. "Coisa de criança", e o que Tsang diz serem os recentes testes nucleares. Todavia, tal como as crianças, Kim Jong-il quer muita atenção e faz birras. Não levar a sério a ameaça norte-coreana pode ser um estímulo para que a Coreia do Norte faça uma nova explosão, desta vez nuclear, a sério. O tótó é como uma criança que faz de tudo para chamar a atenção e o adulto insiste em a ignorar. Não irá detê-la desta forma. É preciso responder da maneira correta para lidar com a questão. Segundo Tsang, as actuais sanções do Conselho de Segurança da ONU querem mostrar que a comunidade internacional está unida na questão e desaprova as acções norte-coreanas. No entanto, diz que só isso não é o suficiente. "As sanções, por si só, não resolvem a questão, que é fazer com que a Coreia do Norte desista de seu programa nuclear. Pode-se convencer a Coreia do Norte a fazer isso pela força ou através de negociações". O especialista diz acreditar que a Coreia do Norte estaria disposta a negociar e que retomaria as discussões, mas com um grupo menor de países. Segundo ele, a China seria "crucial" nesse processo e teria uma chance para desenvolver seu papel como um "bom" membro do CS da ONU. Ou seja, o tótó quer que os amiguinhos lhe dêem atenção, mas só os amiguinhos que ele escolher. Não convida toda a turma para a festa. Questionado se a Coreia do Norte representa uma ameaça nuclear para outros países do mundo, Tsang diz que a ameaça existe, embora menor do que a representada pelas outras cinco potências nucleares declaradas - China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia. "Não acho que eles consigam construir uma arma de longo alcance, mas se quiserem ter armas nucleares para uma explosão do outro lado da sua fronteira, não precisam ter mísseis de longo alcance para isso. Armas sofisticadas seriam necessárias para alcançar um alvo americano, mas não para atacar o Japão ou a Coreia do Sul." Tsang descarta, no entanto, o risco de um ataque norte-coreano. "Tecnicamente, eles poderiam fazê-lo, mas não fariam isso agora porque deixariam a comunidade internacional sem outra opção senão o uso da força, o que levaria ao fim do regime. E não é essa a intenção. A "ameaça" norte-coreana é "paranóia" para deter os EUA, diz o especialista .

Fonte: DANIELA LORETO, Folha Online

O tipo tem poderes, fui castigada,

a groselha causou-me pesadelos: groselhas de todos os tamanhos, mais ou menos rosadas, algumas podres, eram-me atiradas e esborrachavam-se contra mim, era obrigada a comer groselhas com bolor; sumo de groselha, licor de groselha, vinha por um funil pela goela dentro; até vi Funes em forma de groselha a sair de um frasco, sob o estranho nome de Kim Jong-il. Lançava-me mísseis de groselhas, ameaçando numa língua estranha. Tudo acompanhado de risos malévolos. Que noite!

Será Funes o autor de tamanha idiotice? É o principal suspeito...