domingo, 11 de janeiro de 2009

Lamentos










Lamento que os urinóis públicos sejam uma arte em vias de extinção. Nada me obrigará a entrar nestas casas de banho assépticas e claustrofóbicas espalhadas pela cidade. Nem que tenha que implodir.
É claro que eram só para eles e normalmente cheiravam mal à distância. Mas a estética compensava tudo.
Em termos de beleza urbana, equiparo-os aos coretos, às antigas cabines telefónicas, aos polícias sinaleiros e às bombas de gasolina em que um simpático senhor nos vinha encher o depósito, agradecendo a gorjeta. Quase tudo se foi. Felizmente que os táxis pretos de capota verde estão a voltar. Escaparam por pouco à normalização.
E os tradicionais urinóis privados de porcelana, tipo o de Madame Pompadour? Que beleza! Nem era preciso sair do aposento. Com uma camisa de noite branca até aos pés e um barrete na cabeça, o alívio das águas, mesmo ali ao lado, era uma performance de elevada estética. O plástico veio estragar tudo.
O saudosismo que me atinge só desaparecerá quando algum comentador generoso me oferecer uma sanita high-tech japonesa. O sonho de qualquer ocidental. No que toca a retretes, na verdade, estamos na pré-história quando comparados com o País do Sol Nascente, que se afirma como um país 100% tecnológico, a todos os níveis. Os japoneses têm mais sanitas high-tech do que computadores per capita.

Yes, we can!

A inteligência de Obama já está a manifestar-se ao anunciar que vai mudar a política dos EUA com o Irão.

http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1355713&idCanal=11

Ron Mueck