sábado, 19 de setembro de 2009

Privada, estás aí? Tem cuidado com o que dizes

Acho que nos puseram escutas no blog.

Das nossas opções

Nada tenho contra o Metro do Porto. Tanto é, que tudo fiz para colocar 60% do Governo na administração desta empresa.

O Metro do Porto é, para mim, um caso de sucesso, mas aquele memorando de 2007, a definir até Janeiro de 2008 as principais linhas de expansão, era um confronto para as gentes do Porto, era ridículo e irreal, assinamos por mera formalidade.

Quem acreditou nessas assinaturas, não tem outro nome senão o de asno. Logicamente que o meu Governo, eu e a Ana Paula Vitorino, tínhamos que repor a normalidade. O povo do Porto, da zona Norte, por norma, espera décadas, não podíamos desabitua-lo, autorizar uma coisa dessas. Em 2015 , suspeito que ainda seja cedo.
Mas vamos dar o benefício da dúvida, estarei por aqui, para o impedir novamente, caso se venham a verificar as minhas suspeitas de que aquela zona não precisa de nada que não seja uma caravela rumo a Lisboa.
Podem confiar.
Este Governo sabe o caminho e o caminho é o caminho que vamos seguir.

Início da Campanha Eleitoral no Blog da Saphou

Eu sei que os portuenses e os nortenhos devem estar zangados comigo, por ter alterado as resoluções tomadas na Cimeira Luso-Espanhola de 2003, que apontavam para a prioridade do troço TGV Porto-Vigo.

Mas, e isto é fácil de compreender, esse troço seria apenas de mais 150km a prolongar o troço da Corunha-Badajoz. Uma mera insignificância para um país como o nosso.

Por isso, eu e o meu governo, com o meu dinheiro, decidimos, e bem, que, enfim, é lógico que a prioridade seja Lisboa-Madrid, porque o Porto não tem condições de se ligar a Madrid.

E não me venha a oposição com essa de que o Aeroporto de Pedras Rubras fica prejudicado, face a todo o investimento preconizado para essa suposta ligação, porque, convenhamos, prejudicado ficava o país, e todos sabemos disto, hipocrisia seria nega-lo, o Porto não tem imagem, trocam os "B" pelos "V".


Como fariam eles a distribuição de mercadoria e como venderiam os bilhetes? Cheios de erros ortográficos, ora façam-me um favor, se ligar Porto-Madrid é caro, para quê ligar Porto a Vigo, sim para quê? Já sabemos que o porto de Leixões é muito superior ao porto de Vigo, mas o que é que isso interessa, quando o Porto troca os "V" pelos "B".

Ora.

Macoto Murayama/植物画家

A coisa, a ser verdade, é quase inconcebível (Vasco Pulido Valente)

Agora, espiões? Por Vasco Pulido Valente

Acoisa, a ser verdade, é quase inconcebível. Vamos por partes. Fernando Lima - assessor de imprensa da Presidência da República e um homem de longa e comprovada fidelidade ao dr. Cavaco - telefonou, em Abril de 2008, a um editor deste jornal, Luciano Alvarez, para lhe pedir um encontro, num "café discreto" da Avenida de Roma. Nesse encontro, Fernando Lima disse a Luciano Alvarez que o dr. Cavaco tinha uma suspeita grave - a suspeita de que o gabinete do primeiro-ministro o andava a "espiar". E disse mais: disse que falava com o conhecimento e por sugestão do próprio e chegou a indicar o nome de um possível agente. Conhecendo Fernando Lima como conheço, não o julgo capaz de inventar uma história desta estranha espécie e muito menos de a comunicar a terceiros, sem ordem superior.Na falta de corroboração positiva, José Manuel Fernandes não publicou nada sobre o assunto. Só que, em Agosto passado, um outro informador da Casa Civil do Presidente, a propósito da alegada colaboração de Belém com Manuela Ferreira Leite, repetiu as queixas de Fernando Lima e José Manuel Fernandes resolveu que já não havia fundamento bastante para abafar o caso. Sócrates comentou que se tratava de uma "brincadeira de Verão". E Cavaco não abriu a boca - ostensivamente para não interferir na campanha eleitoral. Mas também, ponto essencial, nunca desmentiu que o "espionavam", um acto simples que ninguém poderia considerar uma interferência. Não desmentiu nessa altura e até continua a não desmentir hoje. Atribuir esta reserva à suposta "paranóia" do senhor é fácil demais.Não vale a pena examinar os pormenores da história ou apreciar o comportamento do Diário de Notícias, que ontem revelou fontes que não eram dele e transcreveu um e-mail privado (repito: privado) de Luciano Alvarez, sem esclarecer a respectiva (e muito relevante) proveniência. Vale a pena pensar que não se trata aqui de um "caso" normal. Discutir seriamente, como se discute, se o gabinete do primeiro-ministro anda (ou andou) a espiar o Presidente da República é um atestado da corrupção do regime. Ao que parece, o Estado de direito, que por aí hipoteticamente existe, acabou por se transformar num manicómio (para não lhe chamar pior), onde as grandes personagens se traem e vigiam como num romance popular americano. E o país tolera o intolerável, com equanimidade e deleite.
(Público on line, 19/09/2009)