quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

The Promise

“Love comes when manipulation stops; when you think more about the other person than about his or her reactions to you. When you dare to reveal yourself fully. When you dare to be vulnerable.” Joyce Brothers





Haikus para Funes/Haikus for Funes

Nariz entupido
Sobre Cavaco
Melhor calado


Without flowing wine
How to enjoy
Presidential Beauty?

Coincidência criativa

Acordo com um olho desfocado. Chateia-me ter o olho desfocado.
O mundo, porém, não parece compreender isso. Indiferentes ao meu olho desfocado, os telejornais continuam a debitar reportagens sobre multidões à calhoada no Egipto e sobre uns ventos que sopram a trezentos à hora na Austrália. Como se essas notícias fossem mais importantes do que o meu olho desfocado! Como se o devessem ser!
Ninguém quer saber do meu olho desfocado. É porque dormiste demais, com o olho na travesseira.
Incomoda-me que ninguém queira saber do meu olho desfocado.
Como podem não querer saber? Como podem ficar indiferentes ao meu olho desfocado? Como podem não sofrer comigo o que eu sofro com o meu olho desfocado? Como podem continuar a viver felizes, sabendo que tenho o olho desfocado?
Hoje, os blogs vão encher-se de posts sobre as merdas que o Google coloca na sua página inicial em cada dia. Há gente que pensa que não temos acesso à página inicial do Google.
Acordo com o olho desfocado. Chateia-me ter o olho desfocado. 
E não há info-excluídos neste país. Todos se deviam centrar no meu olho desfocado. Se têm de entregar a declaração de IRS pela net, mesmo que nunca tenham visto um computador, ainda que desfocado, deviam centrar-se na tristeza que sinto com o meu olho desfocado.