quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Freeport Alcochete (Fgueepogt Aucochete)


-Ó tio Júlio Monteigo, não me diga que se meteu em saguilhos? Já me chega a cguise em ano eleitogal! A mãe sempgue me disse paga teg cuidado com o tio.
-Descansa sobrinho, mantém a cauma que aparentas, podes confiar. Está tudo sob controue. E não mostres o teu mau feitiozinho à comunicação sociau. Não te excedas em expuicações.
-Mas a PJ levou-lhe os computadogues e documentos de contabilidade que podem seg compgometedogues. E mesmo que esteja inocente, é péssimo paga a minha imagem tio! Eles apgoveitam-se, já foi assim em 2005. Não é pog acaso que isto volta aos jognais em 2009! Os ingleses são chatos.
Não queg tigag umas féguias foga do país? Sei lá, em Singapuga, ou na China?

Alcochete, ó tegga chata, só me dá pgoblemas e dogues de cabeça.
Acho que vou contactag a Bgand Buildegs paga pgomoveg o Fgueepogt com um acampamento de camelos e um tgatadôg indígena.


Se não visse não acreditava: no top da imbecilidade

A Brand Builders, que deve querer acabar com o turismo nos Açores, explorando os palermas que alinharam no esquema e pagaram bem pela ideia absurda e peregrina, criou um pasto improvisado para nove vacas na Praça de Espanha, mesmo perto da UCP, da Mesquita e da Gulbenkian, para promover o dito turismo. As vacas, que nem são açorianas, estão ali a pastar todo o dia, no meio do trânsito. Lindo! Um gajo vê aquilo e é claro que deseja de imediato ir visitar os Açores.
VEJA AQUI O VÍDEO e AS FOTOS
Como é óbvio, começaram as reacções.
"É um absurdo que os animais sejam sujeitos ao stress causado pelo trânsito da Praça de Espanha, onde passam milhares de veículos todos os dias. Além disso, estes animais não têm um pasto adequado e estão sujeitos ao mau tempo, especialmente à chuva dos últimos dias", disse ao PortugalDiário Miguel Moutinho, representante da "Associação de Defesa dos Direitos dos Animais, ANIMAL". Acresce que as vacas estão a ser instrumentalizadas para fins publicitários, o que se lhe afigura inadmissível. E podem tornar-se perigosas, com tanto stress. Segundo o mesmo Miguel Moutinho, as vacas podem ter reacções inesperadas de violência. Toda a gente sabe que a vaca é um animal muito perigoso.
É claro que nós, seres humanos que vamos trabalhar para a selva citadina diariamente, também estamos sujeitos ao stress do trânsito, às intempéries e não temos pasto adequado. Também somos instrumentalizados das mais diversas formas, não apenas para publicidade, e já estamos violentos. Infelizmente, a ANIMAL não se preocupa connosco. Os Sindicatos deveriam ter workshops e aprender com a ANIMAL.
Também seria interessante ver a ANIMAL a reagir junto dos matadouros, já que fica tão desesperada com as nove vacas a pastar com indiferença.
A consultora Brand Builders, que deve ser de uma competência extrema, responsável pela campanha idealizada para a "Associação de Turismo dos Açores", afirmou que "todos os requisitos legais foram cumpridos" e que "no local, estão dois tratadores e um veterinário em permanência. Ao mínimo sinal de stress as vacas serão retiradas, garantiu ao PortugalDiário Paulo Moura Mesquita, CEO da Brand Builders".
Cá estão mais umas regalias que não temos no local de trabalho. Nunca se preocuparam com o meu stress a não ser para preencher um formulário inócuo sobre o stress nas organizações. Depois achou-se por bem manter o nível de bolha do stress que até ajuda à produtividade, excepto quando um tipo se passa e dispara contra tudo o que mexa.
Todavia, retirem ou não as vacas, ao que parece, indiferentes à polémica, esta campanha diz muito dos criativos da Brand Builders (la creme de la creme) e da inteligência de quem está à frente da "Associação de Turismo dos Açores".
Com criativos assim, é sempre a facturar, desde que o cliente seja, obviamente, destituido da mais elementar mioleira pensante. Devem contratar muito com amibas.
Curiosamente, nem as vacas são dos Açores, nem os tratadores. O que ainda é mais intrigante.
"Sim, as vacas estão bem", declarou um dos tratadores que está a tomar conta dos animais e não disse mais por ser romeno e não dominar o português.
Apesar de promoverem o turismo no Açores, no âmbito da "Bolsa de Turismo de Lisboa", que tem lugar até ao dia 25 de Janeiro, as vacas não vieram das ilhas porque "o transporte seria complicado e há que ter em conta o ambiente natural dos animais, precisamente para prevenir situações de stress", disse Paulo Moura Mesquita. Pelos vistos, estas vacas são umas malucas, adoram a confusão, porque costumam pastar nos arredores de Lisboa, de onde são originárias. São vacas alfacinhas.
O povo duvida da realidade desta estupidez. É o caso de Áurea Fernandes, de 73 anos, que disse ao PortugalDiário: "Vim de propósito ver porque não queria acreditar".
De açoriano, no meio desta barracada toda, parece que só o termo "Açores", em grandes parangonas num azul infeliz. Até eu, que não sou criativa, faria um slogan mais apelativo. E cobraria muito menos pela campanha.