domingo, 8 de maio de 2011

É dos carecas que elas gostam mais

Nunca a frase foi tão assumida por eles, os carecas. Saíram do armário, orgulhosos e em massa.
Antigamente, faziam penteados um tanto ridículos, como colocar a risca do lado, quase ao nível da orelha, e colar todo o cabelo que lhes restava para o lado oposto, com uma laca forte, de modo a disfarçar a falta de pilosidade. Outros tentavam o retorno do cabelo, que ora crescia, ora não, consoante a fortuna, ou seja, o recurso a loções mais ou menos ranhosas, ou a cirurgia estética de ponta. Havia os ridículos, que usavam capachinho, motivo de riso, quando este voava ou se agarravam a ele desesperadamente em caso de ventania.
Hoje, careca que se preze exibe a sua nudez capilar, às vezes despudoradamente, tal é o orgulho.
Não se limitam a lavar a cabeça, como lavam a cara, mas enceram a careca, com três opções: mate, semibrilho e brilho total. Ontem até fiquei ofuscada pelo brilho com que o meu advogado encerou a sua careca. Até tive que pôr óculos escuros, para não cegar. Ainda tenho a retina afectada.
A generalização desta prática pode tornar-se um perigo para a vista dos mais incautos. Há que tomar medidas urgentes, como com os fumadores. Proibir a careca encerada com brilho total por Lei ou Decreto-Lei parece ser a única solução para proteger as vistinhas dos outros.