sexta-feira, 11 de setembro de 2009

I'm talking to you, South African responsibles. Que culpa tem Caster Semenya de ter testículos internos?

Por ser pseudo-hermafrodita não pode correr na alta competição como mulher nem como homem. Faz sentido. Mas deixam uma pessoa investir na alta competição até aos 18 anos e depois a carreira pode acabar assim? É desumano. Era pedir uma indeminzação a todos energúmenos que lhe deram esperanças e a fizeram investir anos e anos na carreira até os deixar em cuecas e rotas. E aproveitar a testosterona para lhes partir as trombas e não só. Não se brinca assim com a vida de uma pessoa, uma miúda/o. PQP!

Jorge de Sena, finalmente...

Génesis
De mim não falo mais:não quero nada.
De Deus não falo:não tem outro abrigo.
Não falarei também do mundo antigo,
pois nasce e morre em cada madrugada.
...
Nem de existir, que é a vida atraiçoada,
para sentir o tempo andar comigo;
nem de viver, que é liberdade errada,
e foge todo o Amor quando o persigo.
...
Por mais justiça ...-Ai quantos que eram novos
em vâo a esperaram porque nunca a viram!
E a eternidade...Ó transfusâo dos povos!
...
Não há verdade:O mundo não a esconde.
Tudo se vê: só se não sabe aonde.
Mortais ou imortais,todos mentiram.

O nevoeiro arrasa comigo: poema depressivo corrigido seguindo as indicações de mestre Funes

Dói-me tudo,
da humidade.
Até a alma
foi atingida por líquenes.
Está nevoeiro.
Não se vê um palmo.
O cão do vizinho uiva.
Os faróis avisam os barcos,
com luzes, mas também
com o som triste,
agudo, repetitivo
das roncas,
que não se confundem com os faróis,
pese o facto de os faróis as terem,
para os barcos não encalharem
nos bancos de areia,
nem se espatifarem contra as rochas,
confundindo-as com sereias,
embora só um capitão zarolho
confunda as rochas,
que parecem ter mamas
mas não têm rabo,
com sereias
Ela, o meu sol;
(em alemão -die Sonne- o sol é feminino,
mas os tipos são uns toscos porque o sol
só pode ser masculino e a lua feminina,
ao contrário do que apregoram,
não admira que os nazis perdessem a guerra)
Digo, ela, a minha Lua
foi mais uma vez embora
num dia de nevoeiro.
Quanto a D. Sebastião,
É incerto se quando foi
estava nevoeiro ou não
Apaguem as luzes.
Fechem-me a porta.
Quero estar mais sózinha do que nunca,
É certo que posso ficar sózinha
com a luz acesa,
mas fica mais caro
e é menos poético.
Mas estes blogueiros não deixam
que me dedique à solidão,
nem mesmo permitem
manter uma obscura
prosazinha poética de merda
a puxar ao depressivo.
Dass, dass, dass!

O nevoeiro arrasa comigo

Dói-me tudo
Da humidade
Até a alma
foi atingida por musgos
Está nevoeiro
Não se vê um palmo
O cão do vizinho uiva
Os faróis avisam os barcos
Com um som triste, agudo
repetitivo
para não encalharem nas rochas
confundindo-as com sereias.
Ela, o meu sol
(em alemão -die Sonne- o sol é feminino)
Foi mais uma vez embora,
ao contrário de D. Sebastião,
Foi num dia de nevoeiro
Apaguem as luzes
Fechem-me a porta
Quero estar mais sózinha do que nunca

11th September 2001. Never to forget!







The world would never be the same.

Vive-se desde o primeiro minuto, depois avivam-se memorias

Faltava-lhe o cabelo louro para ser exactamente aquilo com que sonhava. Sentada no banco de trás, ria-se os primeiros 5 minutos e fazia o resto da viagem quase morta, com a cabeça no meu colo, branca de cera.

A mãe enfiou-o nuns sapatos pretos de verniz, e apertou-lhe uma gravata. Tinha ensaiado durante dias, vivia ao som daquela melodia, que entoava mentalmente fosse qual fosse a situação. Como naquele dia que a cantou estrada fora com o guarda-chuva fechado, de cabeça na lua todo molhado, ficou dias e dias na cama, com ela à cabeceira, juntos a jogar ao Stop. Nesses bons momentos, havia sempre um sentimento a falar por si. A mãe fazia o lanche, viam o estrunfes juntos no sofá, partilhavam as super gorila com grandes bolas de elástico. Faziam os trabalhos de casa. As composições.

Pegou no microfone falso, ela quando lá o viu, sorriu, ele envergonhado, de olhar vidrado, cantou para ela, só para ela. Não a amava, não sabia o que era o amor. Brincavam, descobriam juntos, sem dar atenção a isso.

Foi preciso crescer durante 33 anos para descobrir o que é a tal história do primeiro amor, e só porque teve um filho. Não acreditava, mas sim é isso, a menos que por essa idade fora, se descubra outra teoria, mas a inocência, a pele, a brincadeira, o carinho, a despretensão. Era disto que os grandes livros falavam, naquele tempo estava longe de imaginar.