domingo, 1 de novembro de 2009

Diálogos dispersos

-A missa nunca mais acabava. Viste o tempo que o padre demorou só para anunciar o Pai Nosso? Disse para aí sete frases e usou dez metáforas, no mínimo. Podia simplesmente dizer: rezemos o Pai Nosso. Por isso as pessoas não vão à missa, é demasiado demorada. Deviam aprender com a lei dos rendimentos decrescentes...
-Olha mãe, se queres missas de 10 minutos vai a Las Vegas, tiras um bilhete e já está...
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-Não me apetece cozinhar hoje à noite. Querem pizza ou comida japonesa?
-Hã, que bom, pizza! Diz ele.
-Eu também quero pizza, diz ela.
-Mas estás sempre a elogiar ao restaurante Zen e a comida japonesa que é o máximo. Mudaste assim tanto de ontem para hoje?
-Entre italiana e japonesa, prefiro italiana.
Ele:- Sim, sim, é tudo muito bom, muito exótico e tal, mas no fim o que querem é a Europa.
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-Pensava que hoje era apenas o dia de Todos os Santos, mas parece que é o dia mundial do veganismo.
Ele: - Dia mundial do veganismo, veganismo, anda o homem a matar animais desde os primórios e depois vêm uns tipos que se lembram ai, não se pode fazer nenhum animal sofrer, nem uma formiga. E as plantas, não têm sentimentos? Aposto que se um mosquito os picar matam-no na hora, ou se uma vaca lhes esguichar leite para os olhos, dão-lhe um pontapé.
E faz sofrer muito a galinha, comer-lhe um ovo; é muito sofrimento para a vaca, cabra ou ovelha, beber leite ou comer queijo.
Em frente deste restaurante vegan eu abria uma churrascaria. Hum, cheirinho a carne...
-O ideal é combinar uma alimentação vegetariana com algum peixe e pouquíssima de carne, sabes muito bem disso.
- Está bem mãe, já sabemos que já foste vegetariana, são os resquícios infelizes de hippie que há em ti.
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Ela, sobre os trinta e cinco anos da Hello Kitty, que está a ficar velhota (depois dos trinta, ou cara ou cu, como Funes sempre disse, embora no caso da Hello Kitty, nem cara, nem cu, nem mesmo boca, onde é que já se viu uma mulher sem boca?) e a Hello Kitty mania:
-Não se riam, é triste, eu conheço gente assim, vestem-se Hello Kitty de alto a baixo.
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No meio disto tudo, alguém repete monocordicamente, sem esperança, nem desespero: - eu gostava de ver o Sporting.
- Porque é que alguém é do Sporting? Pergunta o coro. Sem resposta (no fundo, um alívio, pior se fosse do Benfica, iac! clube insuportável).
De repente, ilumina-se, Goooooollloooo! Vamos lá, caramba. É preciso um miúdo marcar golo, os outros andam para ali a pastar.
A animação dura pouco.
-Que grande golaço de Manu! O primeiro no campeonato, um golo inacreditável. Viste?
Encolhe os ombros.
-Só marcam golos destes ao Sporting.
-E o Caicedo? Caiu cedo?
-É um boi de força. Estava bem era para pegar touros.
-Entrou o bébé proveta.
-Quem?
-O Saleiro, o primeiro bébé proveta português.
-Que azar do Caicedo! Fez o que tinha a fazer...
-Vê a coisa pela positiva, ganharam um ponto. Puxa, o treinador do Marítimo é um pão!

Preocupações


Igreja preocupada com aumento de ateísmo em futebolistas: diminuição de 50% de bênçãos durante as substituições
01 de Novembro, Por João Henrique (in O Inimigo Público)

O Padre Joaquim Carreira das Neves acaba de apresentar uma análise estatística que denuncia o crescente ateísmo e redução de fé nos futebolistas da Primeira Liga.

“O jogador que entra a substituir outro, ou não se benze, ou fá-lo com muito pouca qualidade. Estou a falar de uma tendência que se acentuou na última década. Temos um elevado número de jogadores que fazem bênçãos incompletas e à pressa. A fase “E do Espírito Santo” da bênção tem sido a mais prejudicada. Eles até fazem “Pai e Filho” mas depois esquecem-se de tocar nos ombros, o ombro esquerdo, então, caiu 90%. É preocupante. Agora nem chegam a tocar na relva e quando olham para o céu não estão a olhar para Senhor mas apenas estão a posar para uma câmara panorâmica que está no estádio”, lamentou o padre.

Novembro: velhos ditados; November old sayings

Chuva em Novembro, Natal em Dezembro
When there's November rain, December brings Christmas again
...
Para os que cá ficam/for those who remain.