quarta-feira, 29 de julho de 2009

SCP-TWENTE: o Sporting Clube de Portugal é um grande clube,

Grande Penalty! Já é um clássico. O Liedson corta-se sempre, recusa, por causa do bruxedo. Os outros vão amedrontados. Mesmo o grande capitão, que é um jogador à FCP. O problema está na baliza norte. Deviam ter alguém do além a proteger as duas balizas.
Este jogo é uma emoção do princípio ao fim. E o Caicedo ainda não se levantou para este jogo, nos próximos, upa, upa.
Safa-se o Matias Fernandez, grande surpresa! Também estou esperançada no noivo da Floribela, que acabou de entrar.
Talvez ao minuto 91?
Ohhhhhh! Então Kufu?

Episodios de um Romance de Obsessão e Esquizofrenia

Freud mirou Breuer com espanto.

- A verdade? O amigo não tem desespero, o amigo tem tudo! É invejado por todos os médicos de Viena; a Europa inteira recorre aos seus serviços. Muitos excelentes estudantes, como o jovem e promissor doutor Freud, estimam cada palavra sua. A sua pesquisa é notável, a sua esposa a mais bela e sensível mulher do império. Desespero? Porque, se está na crista da vida?

Breuer pôs a mão sobre a de Freud.

- A crista da vida! Disse-o bem, Sig. A crista, o ápice da subida da vida! Mas o problema das cristas é que logo vem a descida. Da crista, posso divisar o resto dos meus anos estendidos diante de mim. E a visão não me agrada. Vejo apenas envelhecimento, definhamento, filhos, netos...

- Mas - o alarme nos olhos de Freud era quase palpável - como pode dizer isso? Vejo o sucesso, não a queda! Vejo segurança, aclamação, seu nome ligado perpetuamente a duas grandes descobertas fisiológicas!

Breuer recuou. Como podia admitir ter conduzido toda sua vida apenas para descobrir que a recompensa final não era, afinal, de seu agrado?
Não, essas coisas teria que manter para si. Certas coisas não se contam aos jovens.

- Deixe-me colocar nestes termos: aos quarenta, vemos a vida de uma forma inimaginável aos 25.
- Vinte e seis. Quase 27.

Breuer riu.
(...)
Despertando, Breuer abriu lentamente os olhos e olhou Nietzsche. Continuou sem falar.

- Não vê, Josef, que o problema não está no seu sentimento de desconforto? Que importância tem a tensão ou pressão no seu tórax? Quem foi que lhe prometeu conforto? Dorme mal! E daí? Quem foi que lhe prometeu um sono tranquilo? Não, o problema não está no desconforto. O problema é que você sente desconforto pela coisa errada!

-

In When Nietzsche Wapt - Irvin D. Yalom

Ainda que com receio de acabar assassinada com a língua azul,

como aconteceu àqueles monges que todos conhecemos da ficção, sou obrigada a denunciar a situação kafkiana a que chegou o meu local de trabalho, usando metáforas para tentar escapar. Acabam uns, os normais, vêm outros, os que recorrem normalmente, mas depois aparecem os que recorrem especialmente e os que recorrem especialmente, especialmente e os que recorrem especialmente, especialmente, especialmente e os que recorrem especialmente, especialmente, especialmente, especialmente. E a coisa multiplica-se em labirinto até ao infinito, de modo que quando acabo os 1661 que já li, aparecem mais 61 e quando esses acabam aparecem mais 16 e novamente mais 26 e novamente mais 6 e a coisa vai até ao infinito, porque os que recorrem especialmente continuam a recorrer especialmente e fica sempre pelo menos 1 para ler, a que se juntam os trabalhos acumulados dos mais variados cursos do 3º ciclo, os júris e a burocracia do campus virtual, já que campus à boa maneira inglesa ou americana, não temos, só um pequeno campus de relva que não se pode pisar. Mas o campus virtual engole-nos todos os dias e os e-mails são às centenas e tudo volta ao início mas em espiral de desespero e não há férias nem em Agosto, porque há sempre aquele um e a investigação que ficou para fazer, livros e artigos semiacabados ou mal começados e já tenho um dedo azul, espero que a tinta deste não esteja envenenada por saber que ia ter menos que 4. E é bom mandar a pontuação para as malvas como todos eles, mas ainda continuo a escrever "requisitos", são merdas que me ficaram do passado egóico.

Sou só o carteiro, mandaram-me entregar, com um lacinho, para um tal de Jardim Gonçalves, da Costa Nova, é para colocar no iate da frente à esquerda




"(...)Hitler era candidato (derrotado) a presidente da república e termina em 1943, com o mundo submetido a um processo de transformação pelo fogo"

A impossibilidade de participar de todas as combinações em desenvolvimento a qualquer instante numa grande cidade tem sido uma das dores de minha vida.
Sofro como se sentisse em mim, como se houvesse em mim uma capacidade desmesurada de agir. Entretanto, na parte de acção que a vida me reserva, muitas vezes me abstenho e outras me confundo.
(...) A ideia de que diariamente, a cada hora, a cada minuto e em cada lugar se realizam milhares de acções que me teriam profundamente interessado, de que eu certamente deveria tomar conhecimento e que entretanto jamais me serão comunicadas — basta para tirar o sabor a todas as perspectivas de acção que encontro à minha frente.

O pouco que eu pudesse obter não compensaria jamais esse infinito perdido. Nem me consola o pensamento de que, entrando na confrontação simultânea de tantos acontecimentos, eu não pudesse sequer registá-los, quanto mais dirigi-los à minha maneira ou mesmo tomar de cada um o aspecto singular, o tom e o desenho próprios, uma porção, mínima que fosse, de sua peculiar substância.
in 'Confissões de Minas' de Carlos Drummond de Andrade