domingo, 13 de novembro de 2011

Santa Bárbara

Noite cerrada
Saio
Rodopio ao sabor da ventania
As folhas já castanhas dos plátanos
Acompanham-me
Caducas
Desafiam-me
Em jogos
Pousam em mim
Obrigam-me a chuta-las
Entopem-me o caminho
Afundam-me
Os ramos das árvores
Ameaçam-me
Na queda
Empurrados ao sabor do vento
Como eu
Num espectáculo de luz e som
Ora seco
Ora inundado
Que a natureza me oferece
Digno de ovação em pé
Não param
Numa dança improvisada
"A seca é mais perigosa"
Dizia avó Rita
A chuva alaga-me
As ondas as agigantam-se
Espumam
A luz
De formas surpreendentes
Bizarra
Rasga o breu
De alto a baixo
De lado a lado
A liberdade é indescritível
Ensopada
Agradeço a Santa Bárbara
Quando troveja!