Nos início dos anos 90, no boom do negócio das minhocas, porque eram grandes fertilizantes, porque os custos de investimento e manutenção eram baixos, porque o meu sócio betinho se encarregava de mexer na terra e tratar da criação, porque patati, patata, tornei-me, pela primeira e única vez, empresária. Era empresária no negócio das minhocas.
Regularmente, perguntava ao meu sócio:
- Então, quando é que começamos a ter lucro?
- Está quase! Era a invariável resposta.
As perguntas tornaram-se mais escassas e terminaram no dia em que ele me anunciou que as minhocas tinham desaparecido. Já não ia a Baião há algum tempo e, quando foi, minhocas "nickles"! Na versão dele, as minhocas tinham fugido - com se sabe, são espécies que se deslocam a grande velocidade -, ou tinham sido furtadas (pelo próprio?).
Compreendi, então, que não tinha jeito para negócios e que nunca seria empresária.
Mas com a janela do Adsense a piscar-me o olho, apareceu-me uma oportunidade virtual e, deslumbrada pelo capitalismo on line, lá preenchi tudo sem reflectir. Quando dei por ela, tinha uma horrenda janela de anúncios no blog.
A questão imediata foi: como descalçar a bota virtual? Passei o dia infeliz por a ganância bacoca ter estragado a minha recente criação. Não conseguia livrar-me da porcaria dos anúncios. Mas a sensatez e sabedoria da Filipa e do Privada livraram-me da embrulhada. Bem Hajam!