quinta-feira, 2 de julho de 2009

Pinho dançou

Saphou nao tem uma relação de causalidade com isso, mas tem tudo a ver com a morte do Michael Jackson. O Pinho andava triste. Não tinha dinheiro para nada e aquele salafrário obrigava-o a ir fazer espectáculos, mentir ao público, vender bilhetes. A imprensa difamava-o. A maioria das micro e medias empresas, a Quimonda, os advogados, os agricultores… todos eles sabiam a verdade. Não podia continuar a mentir. O seu sonho foi sempre trabalhar a sério, como o chinês. A morte do Michael Jackson despertou-o. Resolveu ir embora para ver se alguem se lembrava dele.




















A coreografia falhou um bocadinho. Era mais inclinado, mais para a frente. Os passos para a saída mereciam mais flexão da perna e devia ter projectado o peito, ombros, para trás. Mas notou-se perfeitamente, esteve muito próximo, acho que todos repararam. E tu Blimunda o que achas?

Os Cornos de Pinho: Olé! El ministro de Economía de Portugal dimite tras llamar cornudo a un diputado

Pinho excedeu-se. Mas desta vez os cornos saíram-lhe caros. A gaffe do fim da crise, as declarações na China sobre a mão-de-obra barata e agora isto! Quem diria haver uma relação de causalidade adequada entre os cornos, as Minas de Aljustrel e a demissão de ministros? Ainda por cima apoiou os mineiros e criou postos de trabalho. Promoveu a papa Maizena. Converteu-se aos sapatos portugueses numa feira internacional de calçado. E esta é a recompensa. A forma sempre acima do conteúdo. Não vai ser lembrado pelo contributo inegável que teve para as energias renováveis, mas como o ministro que se demitiu porque fez cornos ao Bernardino. As políticas não interessam. Os filhos e netos vão ser gozados na escola, os pais vão-se sentir envergonhados, a mulher vai ver as "amigas" a falar baixinho no cabeleireiro, provavelmente o casal deixará de ser convidado para certas ocasiões, nunca se sabe o gesto estúpido que o homem possa fazer... E tudo por uns míseros corninhos. Ainda se fosse um pirete, um manguito...mas uns tímidos corninhos? Isto nem tem dignidade parlamentar. Há 16 anos, ao menos, Carlos Borrego foi muito mau.
A esta hora deve estar recordar a cabeçada de Zidane, a agressão de João Pinto ao árbitro, o murro de Scolari para salvar o minino...se era para a desgraça, mas valia ir aos cornos ao Bernardino, dass, pensará, já que lhe tinha sussurrado que e o tipo estava tramado. Mas é triste o governo perder o dueto Pino e Lino. E agora não percam a entrevista com Mário Crespo, esse grande jornalista, em tempos sumamente injustiçado por um simples foda-se contextualizado que o levou para o degredo.
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Vejo que substituiram o Mário Crespo pela Senhora. Sad!
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No "Quadratura do Círculo", António Costa está enganado no animal. Insiste que Manuel Pinho sempre se bateu como um Leão.

Está bem, eu mostro

A sanita de Saphou no WC principal:

Ando de máscara:um calão por dia toda a gente aprecia

Chegou, de imeditato ferrou o galho. Nas Englands, no entanto, ferrou o cão até dizer chega.
Tradução:
Chegou, de imediato foi dormir. Em Inglaterra, no entanto, fartou-se de me endividar.

O WC da Saphou

Aproveito o tempo na retrete. A Saphou tem florzinhas coladas nos azulejos. Uma cesta de corda com toalhas de muitas cores. O papel higiénico é vermelho, da cor interior daquela miúda do parlamento. Penso em Zekez, que mora com Funes, o jurídico louco.
Que faria Zekez no meu lugar? Parece um rapaz tão pacato.
Elevo-me um pouco para ler os post-it cor-de-rosa que a Saphou tem no espelho. Frases harmoniosas de um filósofo qualquer.
Uma casa de banho tão bonita não devia ter sanita. Só um banco. A gente sentava-se lá e não fazia merda nenhuma. Tipo Dias Loureiro, limitávamo-nos a apreciar.

Let's do it!

Nem acredito que tive a ousadia de o aceitar!

Venha daí uma bejeca, seus boémios!

República


Mudei para casa da Saphou ontem. Pelo caminho, recordei a primeira vez que vivi numa república, também foi assim, num inicio de Verão. Bati a porta vermelha, perante o riso estridente dos velhotes e do primo burro. Nem sequer um abraço me deram, um Good Bye. Riam, e ironizavam.
Sem mesada, sem apoio, com um saco da adidas cheio de comida, 2 livros maquiavélicos e cassetes pirata. Finquei o pé, olhei-os pela ultima vez naquele mês, e mudei para 3 quarteirões abaixo. No Porto as ruas são todas muito próximas.

A minha cama era debaixo da escada das águas furtadas. O soalho rangia com as nossas danças e às vezes fingíamos o suicídio da janela da mansarda. Declamava poemas para a malta que passava, já não sei se era poesia de metaleiro, de hippie, ou de grunge. Sei que os transeuntes levantavam os braços, em sinal de apoio. Lembro-me do Metálica ter saltado do telhado para o quintal por ser imortal, encontrámo-lo já de manhã, na soleira, para nosso enorme espanto, com vida. Ajudámo-lo a levantar-se e colamos-lhe os "raiban" com tesa transparente.

Regressei muitas vezes a casa dos velhotes numa tentativa de reconciliação, não me ligavam nenhuma, era como se não me vissem a encher os sacos de comida. Nem uma palavra de apoio, nem um “estás bem meu querido filho”, nada, não diziam nada.
A vida foi muito difícil para nós todos, ali desamparados, comíamos essencialmente pêssegos. Vendíamos desenhos na Batalha, o antigo centro de arte resmenga da nossa cidade. Não resultou, o povo estava ainda muito fechado às artes. A velhota ainda me enfiou dois cachaços em público por querer ser artista. Foi quase o fim da carreira, um revés inarrável.

Ainda hoje, não sei como merda descobriram onde eu morava, apareciam lá, cheios de autoridade, sem o mínimo carinho por mim, chamavam-me maluco e xingavam-me. 13 anos mais tarde descobri que eram comunistas e por isso não tinham capacidade para entender as grandes coisas que eu andava a fazer.

Desta vez tudo será diferente. E a casa da Saphou é na outra ponta na Foz, nunca me vão descobrir aqui. E terei finalmente a minha independência. O meu quarto é virado a norte e tem porta, a casa tem 2 WC e os 2 tem banho, é incrível. A Saphou é excelente e tem ar de quem, por muita fome que passasse, nunca roubaria o meu ultimo iogurte.

Gosto da Saphou, dos seus livros e dos seus CD´s. Pensamos montar uma escola. Conversamos até às 5 da manha, bebemos cerveja e levitamos. Construimos novos paradigmas. Estou aflito para mijar. Continuo mais tarde.

A nova redistribuição de rendimentos, por PRIVADA

A nova redistribuição de rendimentos é feita essencialmente através da justiça.
- Quer um plasma?! Compre e processe o fornecedor por defeito e, claro não pague. Lucra você e lucramos nós com as taxas.
- Mas Justiça terei eu que pagar as taxas?
- Não, tu tens apoio domiciliário. E eles tem tanto medo de mim que desistem e ainda te indemnizam. Acredita
- Fogo, é muito melhor do que roubar um.
- Bem, é igual. Pois, Sr. Doutor acabou! Desta vez não vamos consentir nenhum acordo. Temos a certeza, foi testado, não há qualquer dano. Desculpe, mas desta vez o Senhor vai ter que se arriscar num julgamento. Contabilize os custos, deslocações, a demora. Mais caro do que aceitar o acordo.
A Justiça humilha-o, obriga-o a enganar. O Doutor concorda com um sistema assim, que ignora o inequívoco? Há sempre risco, as deslocações... Ok. Mas que o acordo seja feito na presença do Juiz, na presença de todos. Quero ver com que cara o Juiz permite que um inocente pague a um usurpador, em troca de não perder tempo na justiça.

Gian Luigi Buffon, te volgio tanto bene!

Anche il tuo libro, fantastico!
Ecco, mangio la zuppa de pomodoro de Wahrol e leggio tu libro, sono in paradiso!

Andy Wharol: Campbell's tomato soup

Vai uma sopinha de tomate?