domingo, 7 de junho de 2009

Saphou politóloga da treta

De admirar é como é que o PS conseguiu tantos mandatos com aquele cabeça-de-lista, o inquisidor de vocação (por Sócgates não lhe ter largado muito a trela, suponho, embora Sócgates e os partidos socialistas da UE andem de gatas...)! Congratulo-me com a vitória de Paulo Rangel, o fenómeno de empatia de Hollywood, inteiramente merecida. Mérito também de Manuela Ferreira Leite por ter apostado nele. Congratulo-me com o resultado do BE, pela estima que tenho por Miguel Portas, embora nada tenha que ver com a ideologia que prega, somos aparentados pelo lado paterno, os Saphous ainda são Janelas. Congratulo-me com o resultado do CDS/PP. Mas ganhar mesmo, ganhou a Santa da minha devoção, a Santa Abstenção.
P.S. A resistência de Berlusconi é um fenómeno digno de um estudo psicológico profundo. Já a vitória de Sarkozy é simples, deve-se à Senhora Bruni. E Angela Merkel, dirão? E os outros? É a mostragem do cartão amarelo às políticas socialistas da UE.

David Fisher : Dynamic Architecture

http://www.dynamicarchitecture.net/

David Fisher

Hesitações

Voto branco?
Voto nulo? Nesta última hipótese, o que coloco: desenho um Pinóquio, um Gepeto (outro)? Escrevo um reles palavrão? Fico-me pelo soft calão? Desperdiço uma sublime poesia, ou despejo um poema satírico de Bocaje? Faço uma colagem artística com M & Ms? E vou dar-me a tanta criatividade para o bronco da mesa de voto deitar o papel fora?
Abstenho-me? É muito tentador. Só de pensar que tenho que deslocar-me a Marrocos, atravessar uma ponte, ir ao liceu da minha juventude e perder-me no labirinto das salas... Já se o Corte Inglês estivesse aberto, seria um fortíssimo incentivo. Talvez, O Incentivo. Mas não, é Domingo e os tipos insistem nesta chatice de fechar o templo do consumo aos Domingos e feriados.
Voto como forma de mostrar que estou contra? Mas isso implica que esteja a favor...De quê?
Voto por solidariedade bacoca, porque tenho um conhecido a concorrer? Mas o tipo não precisa do meu voto para nada, uma vez que é cabeça-de-lista. Tem o lugar garantido.
Deixarei fluir, perto do fecho das urnas já terei uma decisão tomada. Sobretudo se Funes vender as sondagens às 17h, conforme o vendilhão nhacoso prometeu. Duvido, no entanto, que Mme Funes se desbronque.
A última vez que fui votar perto do fecho das urnas foi uma tentativa em vão, porque as mesas de voto fecharam antes de eu dar com a sala. Cheguei às 19h e 3 m e mandaram-me dar meia volta. Estamos encerrados! Ensopada e depois de ter dado um tombo no jardim do liceu, foi assim que o cumprimento do meu dever cívico foi compensado.

O mundo pode ser composto de mudança, mas há um pequeno reduto que resiste: Portugal

(...)
Aproxima-te um pouco de nós, e vê.
O País perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos e os caracteres corrompidos. A prática da vida tem por única direcção a conveniência. Não há princípio que não seja desmentido, nem instituição que não seja escarnecida. Ninguém se respeita. Não existe nenhuma solidariedade entre os cidadãos. Já se não crê na honestidade dos homens públicos. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria. Os serviços públicos vão abandonados a uma rotina dormente. O desprezo pelas ideias aumenta em cada dia. Vivemos todos ao acaso. Perfeita, absoluta indiferença de cima a baixo! Todo o viver espiritual, intelectual, parado. O tédio invadiu as almas. A mocidade arrasta-se, envelhecida, das mesas das secretarias para as mesas dos cafés. A ruína económica cresce, cresce, cresce... O comércio definha, A indústria enfraquece. O salário diminui. A renda diminui. O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo.
(...)
A intriga política alastra-se por sobre a sonolência enfastiada do País. Apenas a devoção perturba o silêncio da opinião, com padre-nossos maquinais.
Não é uma existência, é uma expiação.
E a certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências. Diz-se por toda a parte: «o País está perdido!» Ninguém se ilude. Diz-se nos conselhos de ministros e nas estalagens. E que se faz? Atesta-se, conversando e jogando o voltarete, que de Norte a Sul, no Estado, na economia, na moral, o País está desorganizado - e pede-se conhaque!
Assim todas as consciências certificam a podridão; mas todos os temperamentos se dão bem na podridão!

(...)
Não é verdade, leitor de bom senso, que neste momento histórico só há lugar para o humorismo? Esta decadência tomou-se um hábito, quase um bem-estar, para muitos uma indústria. Parlamentos, ministérios, eclesiásticos, políticos, exploradores, estão de pedra e cal na corrupção. O áspero Veillot não bastaria; Proudhon ou Vacherot seriam insuficientes. Contra este mundo é necessário ressuscitar as gargalhadas históricas do tempo de Manuel Mendes Enxúndia. E mais uma vez se põe a galhofa ao serviço da justiça!
(...)
(Eça de Queiroz, excerto do primitivo prólogo das Farpas- Estudo Social de Portugal em 1871)

Obama's Cairo Speech: um discurso histórico

As poupanças do Senhor Presidente da República

Se o Senhor Presidente da República , que muito estimo, comunica com um esgar de desespero que as suas poupanças e as da Senhora sua mulher estão em boa parte desaparecidas, estando ambos a perder muito, muito, dinheiro, sendo o Senhor Presidente da República doutorado em Finanças, experiente Professor de Finanças, em tempos Ministro das Finanças e Primeiro Ministro, rodeado de "amigos da onça" (antigos membros dos seus governos) entulhados em escândalos financeiros, só posso dizer que estamos tramados se não seguirem os meus conselhos abaixo (pagar as contas e gastar tudo o que acaso sobre). É mau poupar dinheiro em Portugal. Só traz dissabores.