sábado, 13 de dezembro de 2008

Da estupidez

Diz o nosso ditado popular que "quem não tem dinheiro não tem vícios". Nada mais afastado da realidade. Os centros comerciais, à razão de 1 para cada 50 pessoas, segundo me informam, estão a abarrotar de gente, supostamente, sem um tostão, já que estamos com quase 10% de desempregados, mais não sei quantos com salários em atraso e uma imensidão a ganhar o salário mínimo nacional ou menos. Naturalmente, recorrem ao crédito fácil que até aparece oferecido em chamadas inesperadas no telemóvel ou em cheques no correio. E nem se compra para trocar carinhos natalícios, é por consumismo ancorado na necessidade de manter as aparências ou numa psicopatia de combate à depressão colectiva.
O povo segue o Estado, que dá o exemplo do endividamento bacoco e estúpido: Portugal em recessão dedica-se a projectos megalómanos, como o TGV ou o novo aeroporto "Alcochete jamais", onde se vão gastar biliões, importando quase tudo, quando por muito menos se poderiam criar tantos projectos viáveis. Até o Governo se quer colocar em bicos de pés, para disfarçar o facto de estarmos na cauda da Europa.
A mediocridade é muito triste. Pior do que a gripe que me atormenta, como se já não chegassem as vertigens. Agradece-se um chá quente e carinho virtual.

Gershwin

Período experimental II

-É de casa do Lopes?
-É o próprio? Ainda se lembra de nós?
-Afinal, estivemos a ponderar em reunião de administração e achamos que o seu bigode não é assim tão farfalhudo. Venha de novo trabalhar connosco à experiência mais seis meses para avaliarmos se se adapta mesmo a limpar as sanitas.

Período experimental I

- Ó Lopes, neste sexto mês de contrato o seu bigode ficou muito farfalhudo, não gostamos nada, pode arrumar as suas coisas e voltar para o descanso.

(Cento e oitenta dias de período experimental? Isso devia ser para o casamento!)