sábado, 27 de junho de 2009

Sea.Life: 2ª visita

Da primeira vez que fui ao Sea.Life do Porto, fiquei com fraca impressão. Achei divertido para os miúdos. Para os adultos, uma seca. Talvez porque a visita foi solitária e atribulada. Mesmo num espaço mínimo a imitar um barco de piratas encalhado na Atlântida, consegui perder-me. Não sabia onde era a saída, apesar das dezenas de setas. Tentei sair duas vezes pelas duas portas de segurança, porque diziam saída, mas davam para um espaço vedado. Finalmente, descobri que me tinha perdido no tanque das raias, mesmo ao lado da maxi loja de merchandising e do bar. Onde o fundo do mar acaba e o verdadeiro negócio começa, mesmo ao pé da saída. Foi o senhor da banca das estrelas do mar (que não entendi para que estava ali. Será que fogem? Será que as furtam?) que teve que me explicar tudo. A demência é triste, pensei.
Hoje fui lá outra vez, acompanhada. A impressão é totalmente diferente. Gostei mesmo. Tem imensas espécies e está feito com muito gosto. Descobri a criatura que Funes vai adoptar: o caranguejo ferradura; descobri que qualquer dos tanques é muito mais bonito do que o aquário do PBL;descobri que o senhor das estrelas do mar está lá para tirar algumas para as crianças lhes poderem tocar; descobri que preferia ter nascido cavalo marinho fêmea. Por fim, descobri que não estou demente, eles é que têm a primeira seta do primeiro andar de diz saída ao contrário.
Acrescento que discordo por completo de Funes, porque o objectivo do Sea.Life não tem nada a ver com o objectivo de um grande oceanário. Prevejo que os filhos de Funes o obrigarão a ir lá umas dezenas de vezes e a comprar não sei quantos peluches de cada vez. Funes, coração de manteiga, terá que dizer sim.

Médecins Sans Frontières (Médicos sem Fronteiras): Nobel Peace Prize 1999

Médicos sem Fronteiras, porque há quem sacrifique tudo pelos outros, admiro essa coragem que não tenho, disse ela. Estou tolhida pelo MEDO e pelo DESALENTO. Gostava de ser como eles. Mais do que tudo.

Carlos Filipe Ximenes Belo, José Ramos-Horta: Nobel Peace Prize 1996

Nada Fica de Nada

Nada Fica de Nada
(Por Ricardo Reis, in "Odes" Heterónimo de Fernando Pessoa)

Nada fica de nada. Nada somos.
Um pouco ao sol e ao ar nos atrasamos
Da irrespirável treva que nos pese
Da humilde terra imposta,
Cadáveres adiados que procriam.
...
Leis feitas, estátuas vistas, odes findas
— Tudo tem cova sua. Se nós, carnes
A que um íntimo sol dá sangue,
temos Poente, por que não elas?
Somos contos contando contos, nada.