sábado, 22 de novembro de 2008

Ao menos fica o genérico

"Quantum of Solace" ou o fim do 007

Acabou a lenda. Acabou o 007. "Quantum of Solace" é tudo menos um filme do 007. O protagonista nem é belo, nem charmoso, é mais pró trolha ucraniano, embora os trolhas ucranianos lhe fiquem a ganhar por largos pontos (há-os bons como o milho).
Não há gadgets. O cientista não aparece uma só vez. O pseudo 007 nem fechar um tipo com souplesse sabe. Tem que arrancar o puxador, o brutamontes. A crise é tal que usa as pistolas que vai encontrando. O Austin Martin só dura uns escassos minutos.
Os vilões tornaram-se banais e fazem exigências que qualquer criminoso da terceira divisão distrital faria. Enfim, acabou uma era (embora eu me esteja nas tintas).

Para alguém muito especial. A bem da cópia pirata.


Amelie - La Valse D' Amelie - Click here for more blooper videos

Quem me dera ser administrador

No ano passado aventurei-me a ir a uma reunião de pais porque não percebia nada do que se estava a passar no 10º ano da sui generis escola dos meus filhos.
Uma grande amiga fez-me de imediato membro do Conselho de Pais da dita escola. Não pude recusar. Como faltei às duas e únicas reuniões seguintes do ano lectivo 2007/2008, achei que este ano devia ir à 1ª reunião, nem que fosse por consideração para com a minha amiga.
Tivemos um "special guest", pessoa absolutamente extraordinária, que fez uma apresentação em "power point", com muitos círculos coloridos, deixando-nos cada vez mais extaziados com a sua presença e as suas ideias para a escola. Todos os pais/mães estavam rendidos.
Terminada a apresentação, seguiu-se o período de perguntas e respostas.
Um dos membros da administração achou por bem abrir esta fase, com os devidos respeitosos agradecimentos.
Disse, e passo a citar: "Mr. M...we liked very much of your balls...I mean not those balls, the other balls".

Dedicada a Dias Loureiro

BPN

Depois da entrevista de ontem de Dias Loureiro (no programa "Grande Entrevista"), questiono: o tipo está a dar uma grande tanga, ou é anjinho? Em qualquer dos casos, é isto quanto basta para ser Conselheiro de Estado?
Estou na fila. Acho que sou melhor.
As famílias conhecidas de apelido Loureiro tendem a dar asneira.

Sting, forever

Disparates

Falo, com todos eles a ouvir atentamente as inutilidades que transmito.
Imagino que as letras se materializam e ficam suspensas na sala. Que poluição divertida! Uma cortina de letras coloridas entre nós. Umas em bold, outras em itálico, Arial, Times New Roman, ou mesmo Webdings, algumas sublinhadas. Umas maiores, outras menores. Teria que soprar as letras para os ver.
Tudo isto penso, ao mesmo tempo que um raciocínio claramente exposto é partilhado e apontado avidamente por eles. Notável esquizofrenia.
De vez em quando, interrompo para umas piadolas motivadas pelas mais diversas causas.
O som de um telemóvel é motivo habitual.
- Gosto desse, é muito melhor do que o de o ano passado. Ahhh... Bach! Todos se riem.
- Podemos estar a gelar aqui, mas temos o privilégio da vista para o duplex de Jesualdo Ferreira.
- Baltazar, coma os rebuçados que lhe dei para estar calado.
-A si só respondo se fizer aqueles trejeitos com a boca como faz na televisão. Não trouxe o bigode, diz ele. Então, respondo-lhe quando trouxer o bigode.
Dou alguns exemplos de como não se pode resolver o contrato havendo entrega com espera de preço, a menos que se reserve a propriedade ou se coloque no contrato uma cláusula resolutiva expressa. Uso o Kadafi dos pneus que sempre fica na memória e é sucesso garantido.
De repente, entra o Senhor Alfredo. Um exemplo de profissionalismo. Assino a folha. Olho para ele enquanto se afasta. Tem algo de estranho debaixo do braço. A cor e a forma são-me familiares.
-Ó Senhor Alfredo, porque é que leva embora a minha carteira?
O homem cora, como se fosse acusado de furto à frente de uma multidão.
-Esta carteira estava lá fora, num banco, e alguém me disse que era melhor levá-la para a recepção antes que desaparecesse.
Risada geral. Agradeço muito ao Senhor Alfredo e ao Universo. É a segunda vez que perco a carteira hoje. Ontem perdi o cachecol. Mas algo em mim atrai os objectos, tendem a retornar.
Estou tentada a deixar notas de cem euros (não conheço as de 500) pela rua só para provar esta nova teoria da atracção.