segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Superstições? Saphou ensina

Pé direito - Devemos sair de casa e entrar em qualquer lugar, sempre com o pé direito, para evitar o azar.

Borboleta- Ver uma borboleta voar dá sorte para o dia.

Gato - Se tivermos um gato e formos mudar de casa, é bom passar manteiga em suas patinhas, para que ele não volte para a casa antiga.

Gato Preto- Na idade média, acreditava-se que os gatos eram bruxas transformadas em animais. Por isso a tradição diz que cruzar com gato preto é azar na certa. Os místicos, no entanto, têm outra versão. Quando um gato preto entra em casa é sinal de dinheiro chegando.

Sal grosso - Deixar um copo de vidro cheio de sal grosso no canto da sala, traz sorte.
Bolsa no chão - Não podemos deixar a bolsa apoiada no chão se não quisermos perder dinheiro.

Escada - Nunca devemos passar por debaixo de uma escada. É mal sinal na certa!

Vassoura - Para dispensar uma visita chata, é só deixar uma vassoura de cabeça para baixo atrás da porta. Crianças que montarem em vassouras serão infelizes. Mais uma: varrer a casa à noite expulsa a tranquilidade

Arco- íris - Quem passar por debaixo do arco-íris muda de sexo: o homem vira mulher, e a mulher vira homem.

Coceira - Sua mão esquerda está coçando? Então, prepare-se para receber um bom dinheiro extra. Se por acaso a mão que estiver coçando for a direita, tome cuidado: é provável que perca uma grande quantia. Coceira na sola do pé significa viagem ao exterior.

Estrela Cadente - Viu uma estrela cadente? Faça um pedido, porque, segundo a crença de muita gente, é garantia de que ele vai se realizar.

Elefante - Ter um elefante de enfeite, sobre um móvel qualquer, sempre com a tromba erguida mas de costas para a porta de entrada, evita a falta de dinheiro. Outra figura que garante carteira cheia é o Buda. Ele deve ficar em cima da geladeira, sobre um prato cheio de moedas.
Orelha Quente - Se sua orelha esquentar de repente, é porque alguém está falando mal de você. Nesses casos, vá dizendo o nome dos suspeitos até a orelha parar de arder. Para aumentar a eficiência do contra-ataque, morda o dedo mínimo da mão esquerda: o sujeito irá morder a própria língua.

Objetos Perdidos - A maneira mais eficiente de encontrar algo que desapareceu é dar três pulinhos para São Longuinho.

Espelho quebrado - Quebrou um espelho? A superstição prega que serão sete anos de má sorte.
Ficar se admirando num espelho quebrado é ainda pior. Significa quebrar a própria alma. Ninguém deve se olhar também num espelho à luz de velas. Não permita ainda que outra pessoa se olhe no espelho ao mesmo tempo que você.

Guarda-chuva - Dentro de casa, o guarda-chuva deve ficar sempre fechadinho. Segundo uma tradição, abri-lo dentro de casa traz infortúnios e problemas aos familiares.

Aranhas - Aranhas, grilos e lagartixas representam boa sorte para o lar. Matar uma aranha pode causar infelicidade no amor.

Brinde - Se o seu copo contiver algum tipo de bebida alcoólica, no brinde com ninguém cujo copo contenha bebida sem álcool. Vocês estarão se arriscando, nesse tintim, a ter seus desejos invertidos.

Velas, lâmpadas e cigarros - Três velas ou três lâmpadas acesas em um mesmo quarto podem ser prenúncio de morte. Acender três cigarros com um mesmo palito de fósforo também significa perigo. Trata-se de uma tradição de guerra. O primeiro cigarro aceso mostra o alvo ao inimigo, que mira no segundo e atira no terceiro.

Bons desejos - Na hora de acordar, abra os dois olhos ao mesmo tempo para ver tudo com clareza e não ser enganado por ninguém. Ao levantar, procure dar o primeiro passo com o pé direito para atrair boa sorte e felicidade. Faça um desejo ao cortar a primeira fatia de seu bolo de aniversário. Ponha um caroço de melancia na testa e, antes que ele caia, faça um desejo. Jogue uma moeda numa fonte. Só faça um desejo quando a água parar de se movimentar e você enxergar o seu reflexo. Os gregos atiravam moedas em seus poços para que estes nunca secassem. Faça um desejo ao usar um sapato novo pela primeira vez. Enquanto você estiver cruzando uma pequena ponte, prenda a respiração e faça um desejo.

Meias do avesso - Se você colocar a meia do avesso, não se preocupe: sinal de que uma boa notícia está para chegar.
Fonte: Guia dos Curiosos

O fim da Monarquia, por Vasco Pulido Valente

Os cem anos da república (que se comemoram a 5 de Outubro) são também os cem anos do fim da monarquia. Não admira que meia dúzia de nostálgicos tenham resolvido homenagear o último rei, D. Manuel II, com um documentário, que se chama, por estranho que pareça, D. Manuel, o Traído. Infelizmente, excepto pela intervenção de Rui Ramos (como sempre relevante e sóbria), a coisa não faz qualquer espécie de sentido. Começa logo por insinuar que o homem, infectado por uma actriz francesa, tinha sífilis (como em 1950 o príncipe Félix Youssoupof, o assassino de Rasputine, veladamente dissera que ele era gay e frequentava os círculos gay da aristocracia inglesa). Não se pode imaginar uma recomendação tão malévola para o único sobrevivente de uma dinastia real, numa obra que se pretende de "homenagem".
Posto isto, que não se percebe, vem uma interpretação fantasiosa da queda da monarquia, que D. Manuel não podia de maneira nenhuma evitar. A monarquia caiu por duas razões. Primeiro, porque os partidos "rotativos", o Regenerador e o Progressista, que não podiam sobreviver numa sociedade urbana (no fundo, Lisboa, e um pouco o Porto), se começaram a dividir no reinado de D. Carlos. Segundo, porque proprietários do Estado, ambos permitiam, a seu benefício, um regime geral de corrupção, ardentemente odiado pela classe média. E, terceiro, porque os republicanos, também no reinado de D. Carlos, conseguiram mobilizar o "bom povo" para a violência. A "ditadura" de João Franco foi já um recurso do desespero. E o regicídio um resultado previsível.
O medo da "aristocracia" levou D. Manuel, e sobretudo a mãe, a uma política de transigência, com que julgavam defender o regime. Essa política implicou desde o princípio que não se investigasse o crime do Terreiro do Paço, em que estava envolvido um partido monárquico; e em pouco tempo tornou as forças conservadoras num conjunto de bandos, que se guerreavam e eram insusceptíveis de se unir ou de cooperar. O exército assistia a isto com rancor e parte dele conspirava (muito teoricamente) por uma ditadura militar. D. Manuel ainda tentou restaurar, da pior maneira, o "rotativismo", com os Regeneradores de Teixeira de Sousa, que se proclamavam "liberais". Mas, para mal dele, o "bom povo" e a lumpen "inteligência" que o conduzia não queriam "liberalismo", queriam arrasar a monarquia (e a Igreja) ao tiro e à bomba. D. Manuel não trouxe a revolução por incompetência ou fraqueza. Falhada a linha "dura" do pai, só lhe restava a moderação - ou seja, o compromisso com o terror. E, naturalmente, o terror ganhou.
In: Público 27.09.09 (sobre o Documentário exibido no Canal História)
Nota: a República faz hoje 99 anos, VPV refere-se a 2010.

A PORTUGUESA

Hino da Carta

Hino da Maria da Fonte

Faço minhas as palavras de Vasco Pulido Valente acerca do desnorte do PSD

Parece que, por enquanto, Manuela Ferreira Leite não vai sair da presidência do PSD. Em vez disso, que seria com certeza imerecido vexame, sairá na "melhor altura" até ao fim do precário mandato, que recebeu o ano passado. Espera ainda uma espécie de compensação no próximo domingo. Quer pôr a casa em ordem. E, sobretudo, evitar a eventual eleição de Pedro Passos Coelho, que ela acha, ou dizem que ela acha, um "Sócrates de segunda". Os vários bandos do partido, que se preparam para uma nova guerra civil, não se opõem, desde que ela não exagere e marque rapidamente as "directas" para Janeiro ou Fevereiro de 2010. Mesmo Marcelo é contra uma defenestração imediata, que em princípio favorece o PS. Só um péssimo resultado no dia 12 apressará as coisas.
Há, neste momento, cinco candidatos à sucessão: Marcelo Rebelo de Sousa, Marques Mendes, Passos Coelho, Paulo Rangel e Aguiar Branco. E é esta a tragédia do PSD. Para começar, Marcelo e Marques Mendes já estiveram à frente do partido e não chegaram a parte alguma. Nem um, nem outro representam hoje para o PSD e o país (por muita inteligência e habilidade que tenham) a unidade e a reforma de que o partido precisa. Pelo contrário, trazem inevitavelmente consigo o peso morto e, a prazo, fatal de uma vida velha e velhas querelas. Passos Coelho (de resto, uma excelente pessoa) é, como diz com razão Ferreira Leite, uma nulidade enfatuada. Paulo Rangel, além de um grande entusiasmo e de uma retórica brumosa e um pouco arcaica, nunca mostrou qualquer qualidade política superior. E Aguiar Branco não existe.
Oproblema do PSD não mudou de 1995 para cá. O dr. Cavaco criou um deserto à sua volta. Entre um populismo provinciano, e às vezes grosso, e meia dúzia de técnicos na reforma ou muito bem arrumados nos "negócios", não deixou ninguém. Basta seguir os fantásticos sarilhos da "espionagem", para se ver o género de gente de quem ele gosta. Não admira que, depois do "cavaquismo", o PSD ficasse sem cabeça ou, se preferirem, com uma dezena de putativas cabeças, que mutuamente se anulavam. Os "sindicatos" de voto e as maiores câmaras (que "davam" empregos) começaram a mandar e, como era inevitável, estabeleceram uma absoluta confusão. Uma confusão que as "directas" (ganhe quem ganhar), a interferência directa ou indirecta de Belém e as relações com o Governo de Sócrates só podem aumentar.

(...)
In: Público.pt 4.10.09