quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Sonhei com ele,

o meu vagamente primo por afinidade, João Pinto, casado com uma vagamente prima da minha avó paterna, que está já no descanso da vida. Agarrado à taça, em 1987, não a dava a ninguém, nem mesmo ao presidente, nem mesmo com a ameaça de levar uns sopapos nas trombas. O Porto deserto, uns canadianos amigos a chegar de comboio e a achar a cidade fantasma, depois um momento épico, parecia o São João, só gente a sair, a manifestar-se de genuína alegria, tinhamos ganho aos tipos das Leaderhoses, da October Fest, das Trinklieds, aos meninos da Angela Merkel. Os canadianos a pensar que era tudo doido nesta terra, nós perdidos de riso.
O meu vagamente primo João Pinto, não diz calinadas, como esse Jorge Jesus, que não consegue fazer uma concordância do sujeito com o verbo, diz frases que ficam para a história, é um orgulho ser parente daquele grunho da inteligência, que "chuta com o pé que tem mais à mão", que só faz " prognósticos depois do jogo", que considerava o saudoso, para muitos, Boavista v. FCP um derby minhoto.
Quando o Porto passou por um período menos bom, ele indicou a única solução correcta a tomar: o meu clube está à beira do precipício, só há uma coisa a fazer, dar um passo em frente".
Isto é história minhas senhoras e senhores, parece que Sócrates, que não consegue estar afastado de um escandalozinho, vide voos da CIA, fonte Wikileaks, tomou a coisa à letra. Sócrates só entende o literal, o português técnico, por isso estamos a dar o passo em frente. Pinto da Costa, chamado a ministro, se não lhe cuspisse nas trombas, poderia ensinar-lhe umas coisas.
De qualquer modo, tenho que agradecer ao meu vagamente primo (na Linha e na Foz somos todos tios e tias, mas na aldeia somos todos primos) por me ter contagiado com alguma da inteligência que ainda hoje possuo, no Outono ou Inverno da PI. O meu coração, como o dele, só tem uma cor: azul e branco.