sábado, 19 de dezembro de 2015

Da mentira e da verdade

Mas afinal onde está a verdade? Existe e brinca ao esconde esconde com a mentira? Procura-me debaixo da cama, procura-me dentro do armário, frio, frio,....procura antes atrás dos sofás, morno?...desisto, não a encontro. E já não me apetece muito brincar ao esconde esconde.
Às tantas, a verdade não existe e muitas mentiras fazem uma verdade. Então porque raio é que o meu pai passou a vida a dizer-me para nunca mentir, porque mentir é tratar o outro como objecto, deixa de haver comunicação possível. São precisos dois sujeitos para haver diálogo. Tratar o outro como objecto é escravizá-lo e às tantas o outro passa a objecto.
Passados tantos anos só vejo gente a mentir, cada vez mais, desde a mentira piedosa à mentira intencional e maldosa, espalhar o boato para que se torne uma verdade. E às tantas é verdade....e será que quem mente está convencido que é verdadeiro...duvido muito... mas se a verdade for subjectiva?
Pois a minha verdade é que não minto, custe o que custar, sigo os ensinamentos do meu pai que morreu asfixiado depois de anos de sofrimento porque a única verdade sobre a qual ninguém pode mentir é que a morte é para todos.
Ok, não batam mais no ceguinho, sei que nunca irei longe porque não entro em jogos de mentira e poder. Não faz parte de mim. Nem que coma o pão que o diabo amassou. A minha verdade é não mentir. Às tantas estou a mentir a mim própria e a pensar que é verdade....
Foram estas confissões da Saphou, que anda um pouco baralhada e chata, que estive a aturar hoje de manhã. Nem me deixava caminhar aceleradamente contra o vento.
Mas, por falar nisto, o Pai Natal existe?