quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Muammar Abu Minyar al-Kahdafi: once terrorist, always terrorist, let's hope he leaves without a bath of fire and blood. Insane with power in a non organized country.نحن نقف الى جانب شعب ليبيا

Terrorist and insane, compares himself to the Queen of England and blames Al Quaeda for what is happening.  Let's hope the bloodshed doesn't increase dramaticaly. Let's hope he doesn't act like the roman emperor Nero. The regime must fall. Now its Libya's people time. But in Libya the desert also extends to the opposition, non organized, pulverized, distant... Let's hope a new Somalia doesn't emerge...Libya has no organized State. Desert and several tribes, distant from one another. From emptiness of power there is a strong possibility to emerge chaos.
نحن نقف الى جانب شعب ليبيا

Vladislav Erko - Владислав Ерко

Hoje sinto-me assim: efeito da beta-endorfina?
Vladislav Erko - Владислав Epko

Insónias

Ela estava com insónias e resolveu sair para apanhar ar. A noite estava convidativa, calma e fresca. O marido ressonava na cama ao lado. Saiu e foi até um bar na praia. 
O bar estava atulhado dos miúdos da geração ni ni, não havia, sequer, lugar  para se sentar. Esperou um pouco e aproximou-se do mar. Foi então que, vinda do nada, a sétima onda a contar da primeira, atingiu uns seis metros, galgou a praia, arrastando montanhas de areia, e encharcou todos os que estavam distraidamente relaxados com a música, a conversa e a bebida.
Passado o susto inicial, o reboliço atingiu o bar e ela verificou que estava toda ensopada, numa mistura de água salgada, areia, pequenos calhaus rolantes e, a enfeitar-lhe o cabelo, uma alga gigante. Desatou a rir, por descompressão, pela figura que estava a fazer, ou pelas duas coisas. Foi quando ele, como que saído do mar, olhou para ela com um ar divertido e cúmplice, também alagado e coberto de algas. O riso dela contagiou-o e, enrolados em toalhas que o Batata distribuía, foram para um lugar mais aquecido continuar a conversa. Já não se lembra bem do nome do hotel, mas é um hotel de charme que abriu recentemente do outro lado da ponte, já na zona de Marrocos. Aproveitaram e fizeram a viagem no autocarro eléctrico que a Toyota está a experimentar que, noite das surpresas, também se recusou durante algum tempo a andar, por excesso de peso. Felizmente, eles não tiveram que sair, mas foi mais um motivo de riso e cumplicidade, quando viram que o Presidente da Câmara e a Comitiva que acompanhava o Primeiro Ministro Sócrates Pinto de Sousa, mais o próprio, foram convidados a sair, para dar um exemplo de boa vontade e simpatia perante o povo, contente, que não queria abandonar a experiência. Também o peso das consciências dos membros do Governo podia ser um factor decisivo a causar a imobilidade do veículo. Mas isso ninguém disse.
Ele só se ria, porque não entendia nada do que se estava a passar. Nem mesmo a língua, que lhe soava a russo.
Depois de devidamente arranjados na casa de banho do hotel, os empregados já não os olhavam mais de lado, como se fossem pedintes. A eles, também, tudo ficava bem. A conversa continuou animada, sempre em inglês, e ele foi-lhe contando pormenores da sua estadia em Portugal, onde vinha promover a marca de Michael Kors, pormenores da sua carreira de modelo, que o tinha salvo de uma vida devassa, e por aí fora. Ela ouvia embevecida e ele, curiosamente, achava-a o máximo.
Mais bebida, mais conversa, e acabaram numa noite em que várias ondas atingiram a suite de luxo do tal hotel de charme. De madrugada, quase dia, ela decidiu chamar um táxi e deixá-lo dormir. Apenas lhe escreveu um bilhete que não é para partilhar com cuscos. Ele não deu pela sua saída. Um clássico. Ela nunca lhe chegou a dizer onde vivia. É certo que cometera adultério, mas por uma boa causa: a sua. Afinal, é ínfima a probabilidade de dar de caras com  Tyson Beckford num bar do Porto, e ainda por cima sentirem aquela cumplicidade única.
Entrou de fininho em casa, tomou um duche e foi dormir. Quando acordou, a altas horas da manhã já tarde, não tinha a certeza se tinha sido tudo sonho. 
Mas a verdade é que na rua não se falava noutra coisa e ela constatou com os próprios olhos que havia montículos de areia por toda a estrada, o bar estava parcialmente destruído e, na zona da Anémona, nem os carros podiam passar. A filha, ao chegar da escola, contou-lhe que a melhor amiga escorregou na areia ao chegar a casa, precisamente nos edifícios de pedra junto ao mar.
Também a imprensa local, os noticiários, bem como a net (e como diz o outro, se está na net é verdade)  davam nota do fenómeno que havia atingido a zona. E que fenómeno!

Nota: se esta insónia tivesse ocorrido com Funes, ele ter-se-ia encontrado na praia com o Dr. Bucéfalo e teriam ido para a sumputosa casa deste. Mdme Funes teria descoberto tudo e dado uma tareia ao marido que, por ambos os motivos, ficaria em Estado de Graça.

E você, também condenaria Kevin Carter?

 A  fotografia correu o mundo e ganhou o prestigiado prémio Pulitzer: a menina do sul do Sudão, desesperada com fome, com um abutre à espera.... Muitos condenaram Kevin Carter como abutre, por  não alimentar a criança. Ele suicidou-se aos 33 anos. A menina sobreviveu até adulta.
E você? O que faria? Também condenaria o fotógrafo pela opção tomada?