Sempre quis escrever isto. Cá dê o tradicional médico que nos olhava como
pessoas na sua globalidade e não como pedaços de carne separados e nos
confortava e curava com meios de diagnóstico muito mais reduzidos. Era
um médico experiente e competente que até tinha a delicadeza de vir a
casa, nada que se compare a estes putos que, com raras excepções, não
percebem nada do que estão a fazer, estão a ganhar uns dinheiros, a
trabalhar para sobreviver no sistema. Dos 100 euros o empresário médico ficará com 80% ou mais.
Hoje mesmo estive no suposto melhor médico da especialidade que passou o
tempo a olhar para o computador, para ver se as minhas queixas estavam
provadas no dito. Não estavam, o que dificultou a minha tarefa. Não me
tocou, sequer, e nem sei se olhou para mim mais do que uns escassos
minutos. Lá cumpri o ónus da prova, porque lhe mostrei as ditas análises
em formato analógico e finalmente acreditou.. Não fui tratada como
doente, mas como ré . Acto imediato, cumpriu o protocolo. Despachou-me
com quilos de exames pedidos pela impressora e provados no computador.
Bardamerda! Continuo agarrada à bexiga com dores e numa infindável busca
kafkiana de 7 meses na procura pelo fim das infecções urinárias
recorrentes que me vão liquidar. Em pleno séc XXI, não sabem como
resolver o meu caso. E se o sistema for abaixo, com completas redes
interligadas, deixo medicamente de existir.
Bom dia. Vou trabalhar. Pode ser que alguém leia isto é me dê sugestões de cura.