segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
Da estupidez II
No Porto, cinzento de pobre, deprimido, ora húmido, ora chuvoso, e com um frio de cão, ontem, cerca de 14.000 seres humanos vestiram-se de Pai Natal.
Agora é que as poucas crianças que ainda acreditam no Pai Natal ficam baralhadas. Para cúmulo, puseram Mães Natais e Criancinhas Natais. Só não foram ao canil municipal porque os cães não tinham um euro para a inscrição e demasiada personalidade para fazer tristes figuras.
Tudo em nome de um recorde: o recorde Guiness da estupidez, agravado pela batota. A treta de angariar prendas para crianças desfavorecidas não passou de engodo. Há milhões de formas inteligentes de angariar euros sem passar por uma miserável parada de Pais, Mães e Criancinhas Natais ensopados pela chuva. Quem deve ter ganho bem foram as lojas do chinês, à custa dos disfarces vendidos.
Mas a alegria pacóvia da organização e da populaça fica aqui bem expressa: As inscrições ultrapassaram as 17.400, o que daria para estabelecer um novo recorde mundial, mas a chuva e o frio devem ter afastado alguns dos entusiastas iniciais. "Só saberemos exactamente quantas pessoas participaram mais logo, quando contabilizarmos os diplomas entregues a todos os que terminaram o desfile", "De qualquer forma, estou certo que é o maior desfile à chuva".
Como se não bastassem as iluminações pindéricas referidas por Funes, ainda temos que levar com o maior desfile de tudo quanto mexe vestido de Pai Natal à chuva.
Etiquetas:
Estupidez
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