quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Os Vampiros

Mais Um Natal - Seja Lá Isso o Que For.

O fim-de-semana na montanha excedera as muitas expectativas criadas pelo grupo das sete amigas. As gargalhadas de puro gozo que se lhes pularam da alma, tonificaram vontades serôdias transformando-as em energias pueris, saltitantes. Contavam-se já 180 dias após a despedida emocionada, com promessas de repetição garantida. A verdade é que todas haviam degustado todas as horas de conivente camaradagem com o fervor da adolescência passada, mas a vida pessoal de cada uma delas aguardava impaciente, com garras afiadas, prontas a serem cravadas em cada lasca do restauro conquistado e, assim, causando riscos profundas na airosa pintura.

O ano civil entrara no seu último trimestre e as copiosamente publicitadas dificuldades económicas e financeiras nacionais e internacionais, decisivamente agudizadas nos últimos tempos, obrigavam a esforços redobrados por parte de Tina. A sua empresa dava sinais de poder vir a ceder ao Adamastor e era urgente a tomada de medidas drásticas para a sua redenção. Ainda que mergulhada em multiplicadas angústias, nunca se deixou ir abaixo, talvez movendo moinhos de vento, talvez erigindo castelos na areia, mas sempre de espada em punho, contra todos e contra tudo. Essa era a sua forma de estar na vida. Nunca desanimar, nem mesmo quando se vê o fundo ao túnel e se constata que afinal nos roubaram a luz que lá deveríamos encontrar.

Com esta sua postura tentava a todo o custo contagiar Vicky que, ainda que tendo um percurso académico e profissional notável e sendo o seu trabalho reconhecido pelos melhores, o cansaço e a mão penosa da vida familiar causara grandes depressões nervosas, levando-a a desesperos inimagináveis por mentes práticas, como se podia caracterizar a de Tina. Ainda assim, a preocupação sentida pelo bem-estar de Vicky não era exclusivo de Tina. Todas nós, sem excepção, salvaguardando-se desta generalização, talvez a Tê, a Dina, que por não lhes ser facilitada a proximidade diária ao grupo, se seguravam dentro das próprias inquietações e, assim, evitando o sofrimento vivido pelas outras, o que não acontecia com as restantes. Tina, Lorena, Nocas e até Xana, eram as que mais sofriam com o sofrimento de Vicky. Lorena repetia pesadelos nocturnos com a sua amiga. Sempre que os sinais apontavam para nova crise, o desespero desenfreado causado pelo aúste a que aquela amizade se restringia, secava-lhe os movimentos incendiando o sentimento soberano que haveria de ser para sempre a impotência.

A sinalefa estatelada nas vitrinas das montras e ataviando jardins públicos e privados com luzes de encandear sugerem que mais um Natal se avizinha. Seja lá isso o que for.

Como estou farta do que faço, decidir mudar de rumo,

fiel ao princípio de que a política não se deve misturar com futebol, e começando por baixo, vou mudar-me para Vandoma onde pretendo candidatar-me e ganhar as eleições para Presidente da Junta e Directora do clube de futebol local, o F.C. Vandoma, que não anda a jogar nada. Tenho o apoio dos caciques locais. Vou viver numa casa tipo maison que foi construída com base num projecto copiado de um de Sócgates para um emigrante suíço. Isto é que vai ser qualidade de vida.

O que é que preferia:

-atingir Sócgates com o Palácio de Belém
- atingrir Sócgates com a Assembleia da República
-atingir Sócgates com os Jerónimos
-atingir Sócgates com a Torre de Belém
-atingir Sócgates com as ratazanas do Convento de Mafra
-atingir Sócgates com outra raça de ratazanas
-atingir Sócgates com o Mosteiro de Aljubarrota
-atingir Sócgates com Marques Mendes como aríete portátil
-outra

E onde atingir Sócgates? É outra questão pertinente. Na cara? Nas nalgas? De modo a falar fininho daqui para a frente? Aceitam-se sugestões.

P.S.: ao contrário do agressor de Berlusconi, o agressor português deve ser imputável e não mostrar arrependimento, não queremos cá essas tristes figuras.

Esta merda está a ficar com teias de aranha

Mulher que afogada em excesso de trabalho não bloga, perde a inspiração. Até perde a libido (ao contrário do que dizem os italianos)! E estou a fazer mergulho em profundidade em testes, trabalhos de mestrado e doutoramento, trabalhos para melhorar as notas de avaliação contínua, FarmVille, Cafe Word e o raio-que-o parta para descontrair do stress, e volto a ler aquelas merdas todas que já preciso de uns óculos de aumento. E depois tenho que ser arguente e membro de júris que são infindáveis e orientar tipos que nem sabem escrever deve ser, como na antiga 4º classe, na primária, no exame mais importante das nossas vidas, quando tínhamos de saber todas as linhas de caminho-de-ferro de Portugal e colónias de cor, mais os rios, só para amostra. Havia orais da 4ª classe melhores do que as denominadas "orais interdisciplinares", que de interdisciplinares não têm nada, porque tiram um tema à sorte de uma matéria e outro tema à sorte de outra, e estudam-no durante 15 dias e depois, sempre muito nervosos de ignorância, despejam 15 mais 15 minutos cada tema na única oral que têm que fazer em todo o percurso universitário. Portanto, interdisciplinar só se for por o júri ter que gramar ouvir dezenas de temas que não têm nada que ver com a sua área. Interdisciplinar é a justaposição dos três desgraçados que estão ali a fazer o frete, sendo que o asa até voa baixinho e chega a adormecer de tédio. Até já aprendi umas coisas de processo penal, que é coisa que abomino, sobretudo o tema interessante da história do processo penal, que já ouvi umas 30 e tal vezes. Dass. Ao todo já foram mais de duas mil páginas e dezenas de horas a aturar estas macacadas à bolonhesa em restaurante pizzaria nacional. Sobe-me a tensão, entro em taquicardia, ainda quino com os nervos. Alguém que me segure e acalme. Um dinheirinho para drogas é bem-vindo. Ainda de o tipo do autocarro não tivesse sido tão diligente...
Ou se isto fosse um blogue de gaja, colocava aqui uns coraçõezinhos e uns gatinhos, mais uns pompons e era um sucesso.
Triste, concluo que quando não se bloga por uns dias, todos nos abandonam, com algumas honrosas excepções. Até na blogosfera a competição é feroz. Não aparece, esquece. Há sempre um blog à sua espera em qualquer canto do mundo virtual.
Blimunda, faxavor de escrever qréqé coisinha para isto animar. Remeto-me ao silêncio por uns dias, ou horas...ou começo a copiar o Funes descaradamente. Mas nada de RPSzices.