segunda-feira, 7 de junho de 2010

Depois de ter estado das dez às catorze horas num ninho de víboras,

sem lhes conseguir cortar a cabeça, como é que evito os efeitos secundários? Tomo um banho de sal? Procuro o Professor Fofana?

Às nove da manhã, em ponto, lá estarão elas

a casar. O primeiro casamento homossexual em Portugal, um país moderno, laico, em que o Presidente recusa receber o Dalai Lama, mas recebe o Papa. Ambos são líderes religiosos e Chefes de Estado.
Mas voltemos ao tema. Apenas por razões sociológicas, dois aspectos me interessam:
1º Porque raio é que os homossexuais querem casar? Isso está fora de moda. Os heterossexuais querem é juntar-se ou divorciar-se, caso tenham caído na asneira de terem casado. O meu amigo Funes insiste que a única razão é terem o desejo de cometer adultério, mas não me convence. O tipo é um aldrabão. Gostava que alguém mais iluminado me fizesse um desenho.
2º A cara e os comentários privados de Arlindo do Rego quando, no desempenho das suas funções de arcebispo do Estado, casar o António com o Joselino, ou a Umbelina com a Raquel.
Em jeito de nota fica um conselho: se querem casar, casem em grande, com boda, ao fim-de-semana, a familória e amigos todos entre os convidados. O primeiro histórico casamento homossexual a uma segunda-feira às nove da manhã numa conservatória bafienta de Lisboa é um triste começo, depois de tanta exuberância na luta.