terça-feira, 6 de outubro de 2009

Amália

Criados e adormecidos pelos fados das grafonolas, dos giradiscos e das vozes roucas dos avós, a geração dos fins dos anos 90 curtia Amália em segredo, a Amália velha, afónica, embriagada, perplexa.
Nesses dias, era uma vergonha admiti-lo em público, mas era também uma rebeldia sintonizada e expressa em português e, ao fim dos Doors, vinha Ela, de braços abertos levar mais longe a viagem, contra o admirável mundo novo.
Eram tempos de guitarras maradas, sem professores de acordes, de bombos e testos, de vestidos góticos, de calças rotas e estrelas da mercedes penduradas no peito. No meio dos charros, dos poemas, sentados na roda do Schopenhauer e Nietzche, vibravam, desafinavam e garantiam que Amália era substância de Dionísio sentada ao centro.
Hoje canta-se Amália, por todo o lado. O universo está sempre em sintonia, não há ideias únicas, nem originais, podemos pensar no Porto o que outros pensam em Lisboa, ainda que uns e outros tenham guardado segredo por uma boa dezena de anos.
PS: Este texto não merece referir Amália, tenham um pouco de paciência.

Amália Rodrigues (Lisboa, 23 de Julho ou 1 de Julho de 1920 — Lisboa, 6 de Outubro de 1999)

QUANDO É QUE REBENTA A TROVOADA?

Ou vem o terramoto? Já não se aguenta a espera. Este calor húmido que se entranha, faz-nos crescer musgos na cabeça pesada e um suor pegajento no corpo, uma sensação de nojo. Detesto este clima tropical que nada tem que ver com o Porto, e muito menos com Santiago. As janelas todas abertas e nem assim sai o abafamento. Os insectos pressentem qualquer coisa, estão desvairados. Uma chuva diluviana e o abafamento continua. Até os cães andam infelizes. Vi hoje um com uns olhos parados, seguido de outro, que parecia gémeo, manco, ambos de focinho baixo, a atravessar a estrada lentamente, um atrás do outro, como quem pede para ser atropelado. Será por causa do fado, que Manuel Maria Carilho quer levar a património imaterial da humanidade? Será o país nas suas entranhas a chorar de forma asfixiante a morte de Amália? Será a porcaria do aquecimento global anunciado pelo farsante do Al Gore a atingir a invicta e a capital galega do meu coração?
Estou profundamente melancólica. Recebo um sms. Pode ser alguém a alegrar-me. Não, Saphou, lembra-te da Lei de Murphy. É uma mensagem da Direcção Geral de Saúde a indicar-me que se eu apanhar gripe devo permanecer em casa. Faço mentalmente uma pergunta bacoca à Cavaco Silva: como é que estes tipos tiveram acesso ao meu telemóvel? É o Big Brother a espiar-nos a todos. A seguir, só pode vir a gripe, na melhor das hipóteses. Dass.

Hoje era um frade capuchinho

Estava de costas, e que belas costas se adivinhavam. O capucho atirado para trás, faussement négligé. Parado. Escapuli-me quando ia a olhar na minha direcção. Temi pecar em pensamento.

Já fui!

Chego à porta, entro em casa sem mais delongas e sem bater. Foi um fim de semana xxl produtivo. E eu onde é que andei? Por aí, somando, subtraindo, divindo e multiplicando o tempo em minutos que passam sem direito à prova dos nove. Não há raíz quadrada que vos acompanhe. Já fui!

Em Magas, o Presidente da Inguchétia não dorme em serviço, por isso, demitiu o Governo

Segundo o porta-voz da presidência, o Executivo estaria a falhar nas áreas socio-económicas e agro-industrial.
Iunus-Bek Evkurov, Presidente da Inguchétia, república do Cáucaso do Norte russo, demitiu o Governo por "trabalho insatisfatório" nos campos sócio-económico e agro-industrial, informou hoje Kaloi Akhilgov, porta-voz da Presidência.
"A decisão de destituir o Executivo foi tomada devido ao seu trabalho insatisfatório, em particular nos campos sócio-económico e no complexo agro-industrial", declarou.
O inguche Rachid Gaissanov foi substituído, no cargo de primeiro-ministro, pelo russo Alexei Vorobiov. Em 2009, Vorobiov foi nomeado por Evkurov secretário do Conselho de Segurança da Inguchétia.
No sítio oficial das autoridades inguches assinala-se que a corrupção foi uma das causas da demissão do Governo.
Boris Makarenko, dirigente da Fundação "Centro de Tecnologias Políticas", considera que a Inguchétia necessita de mudanças radicais e que o Presidente Evkurov "sabe o que fazer".
"Claro que a Inguchétia continua a ser um dos membros mais problemáticos da Federação da Rússia, na sociedade não há as bases elementares para a paz civil, o que é uma herança demasiadamente pesada da guerra na Tchetchénia e de uma direcção anterior extremamente ineficaz", declarou o politólogo à agência Ria-Novosti.
Segundo ele, as estruturas do poder na Inguchétia estão ocupadas por clãs, acrescentando que o Presidente Evkurov "foi vítima de um atentado quando decisiu mexer no ninho de vespas".
Nos últimos meses, a Inguchétia tem sido alvo de uma onda de atentados terroristas, atribuída tanto a acções da guerrilha islâmica separatista, como a actos de clãs locais na luta pelo poder.
Fonte: Jornal de Notícias on line