sábado, 31 de outubro de 2009
Hoje
- Hoje não janto em casa,
Pausa
Minha querida Saphou
Vou ausentar-me por uns dias, vou visitar a minha futura casa. Ando saudoso. Que se pode fazer, um homem também tem fragilidades, tenho saudades do Mestre deliroso, de Jorge C. e de mais uns quantos malucos. Estou sem encanto pela blogoesfera, parto para uma grande embriaguez, da qual espero não me recuperar nos próximos tempos. Foste uma grande amiga em deixar-me estar aqui em tua casa, a tua bela casa, eu volto, mas por agora parto, pode dar-se o caso de não ter casa e de voltar, espero contar contigo, grande mãe dos anos 8o.
Tenho que ir, deixo-te este recado, ao jeito do Prof. Antena quero posteriormente debater contigo as conclusões.
Um abraço , um enorme abraço
do teu amigo Privada
Ate sempre!
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Jorge Jesus, conhecido, em machadez, como "o cretino",
Conto de sexta-feira : " As Mulheres"
Tal característica não serve para a distinguir, da maioria das mães dos anos 70, mais amigas do que educadoras, mais progenitoras do que fontes.
Ana e Rita partilhavam a história de um divórcio no seu passado, o deles, o dos pais hippies, do amor e da liberdade, da aventura e do ego. E havia milhares de jovens como elas e outros milhares a fazer o que os pais das duas fizeram.
Dessa experiencia resultou para as duas, uma premissa, que depois de assumidos os votos de casamento, em consciência, estes serão inquebráveis, trata-se de um juramento sobre a terra e o céu e quem não estiver cônscio disso, deve celebrar a união com festas menos comprometedoras.
Será que essa odeia era o julgamneto directo aos pais, pelo desapego à religião, pela leviandade com que fizeram promessas a si próprios, aos amigos e ao universo; podia esta geração pós-moderna fazer tal coisa?
Por estranho que pareça, a marca da geração auto-didacta de sentimentos, era precisamente a dúvida, a duvida entre a ânsia de desculpar o sentir com a razão, e a razão, que não desculpa a falta de sentir.
Em consciência tinham relegado, até à altura, tais votos. Ana tremia sempre que era obrigada a testemunhar a leviandade dos amigos no altar, a prometer fidelidade, amor e compreensão, muitas vezes apenas iludidos pelo sexo, esse tal factor, que de tão instável e humano, não pode ser critério base de promessa eterna.
-“ Desconfiem sempre de quem vos promete o amor eterno, na cama” – Esta geração era afinal, em alguns pontos, mais Salazarenta que os fieis de Fátima.
A força das mulheres da geração de Rita e Ana, vinha do arraso que as mulheres dos anos 70 tinham dado nos homens da época, deixando-os a penar pelos cantos, a engolir o divórcio e a solidão, com garrafas de tinto e whisky.
Foi com certeza um grande golpe e por isso, aquelas mães mereciam sempre o abraço camarada da filosofia social e política, e muitas vezes só isso, a gratidão pela liberdade, pela força, pela luta que continuava a ser preciso empreender. Mulheres fortes não precisam de carinho, nem dos filhos. As heroínas são para ser descritas e não amadas, idolatradas e não beijadas.
Mas, Ana tinha um filho, Rita tinha um sobrinho, pensavam e discutiam muitas vezes a sua educação, sempre com base nesse exemplo, acrescentando beijos e carícias, lançando o boomerang, mas sem conseguirem também elas evitar o epíteto de heroínas, e caminhar a passos largos para uma razão sem sentimentos assumidos, para uma solidão conscienciosa, como o elefante memorioso que se afasta dos seus para partir.
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Astérix, Obélix & amigos
O Correio da Manhã brinda-nos sempre com notícias que são mimos,
Primeiras letras de cada linha formam frase "fuck you"
Veto de Schwarzenegger manda rival "f...-se". O governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, poderá ter inventado uma forma criativa de insultar rivais políticos ao escrever a razão para vetar uma proposta de um rival democrata: as primeiras letras de cada uma das linhas manuscritas formam a frase "fuck you", que pode ser traduzida por "vai-te f...".
Um porta-voz da ex-estrela de Hollywood veio dizer que se tratou de 'uma coincidência', mas já alguns peritos calcularam que a hipótese de aquelas letras aparecerem aleatoriamente naquela ordem no início de linhas de texto é de um para dez mil milhões.
A proposta que poderá ter enfurecido o actor conhecido por filmes como 'Conan, o Bárbaro' ou 'Exterminador Implacável' dizia respeito à remodelação de uma parte do porto de São Francisco.
Por coincidência ou talvez não, o autor da proposta, Tom Ammiano, notabilizou-se no início deste mês ao chamar 'mentiroso' ao governador da Califórnia durante uma cerimónia do Partido Democrata, para a qual o republicano Schwarzenegger tinha sido convidado.
L.R.
A resistência ao poder central
Facebook: ao que eu cheguei
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Alguém, cujo nome não digo, mas que afirmou estar muito ocupado
IKEA, por Ricardo Araújo Pereira
IKEA - Ricardo Araújo Pereira
Não digo que os móveis do IKEA não sejam baratos. O que digo é que não são móveis. Na altura em que os compramos, são um puzzle. A questão, portanto, é saber se o IKEA vende móveis baratos ou puzzles caros. Os problemas dos clientes do IKEA começam no nome da loja.Diz-se «Iqueia» ou «I quê à»? E é «o» IKEA ou «a» IKEA»?São ambiguidades que me deixam indisposto. Não saber a pronúncia correcta do nome da loja em que me encontro inquieta-me. E desconhecer o género a que pertence gera em mim uma insegurança que me inferioriza perante os funcionários. Receio que eles percebam, pelo meu comportamento, que julgo estar no «I quê à», quando, para eles, é evidente que estou na «Iqueia».As dificuldades, porém, não são apenas semânticas mas tambémconceptuais. Toda a gente está convencida de que o IKEA vende móveis baratos, o que não é exactamente verdadeiro. O IKEA vende pilhas de tábuas e molhos de parafusos que, se tudo correr bem e Deus ajudar, depois de algum esforço hão-de transformar-se em móveis baratos. É uma espécie de Lego para adultos.Não digo que os móveis do IKEA não sejam baratos. O que digo é que não são móveis. Na altura em que os compramos, são um puzzle. A questão, portanto, é saber se o IKEA vende móveis baratos ou puzzles caros.Há dias, comprei no IKEA um móvel chamado Besta. Achei que combinava bem com a minha personalidade. Todo o material de que eu precisava e que tinha de levar até à caixa de pagamento pesava seiscentos quilos.Percebi melhor o nome do móvel. É preciso vir ao IKEA com uma besta de carga para carregar a tralha toda até à registadora. Este é um dos meus conselhos aos clientes do IKEA: não vá para lá sem duas ou três mulas. Eu alombei com a meia tonelada. O que poupei nos móveis, gastei no ortopedista. Neste momento, tenho doze estantes e três hérnias. Éclaro que há aspectos positivos: as tábuas já vêm cortadas, o que é melhor do que nada. O IKEA não obriga os clientes a irem para a floresta cortar as árvores, embora por vezes se sinta que não faltará muito para que isso aconteça. Num futuro próximo, é possível que, ao comprar um móvel, o cliente receba um machado, um serrote e um mapa de determinado bosque na Suécia onde o IKEA tem dois ou três carvalhos debaixo de olho que considera terem potencial para se transformarem numa mesa-de-cabeceira engraçada. Por outro lado, há problemas desolução difícil. Os móveis que comprei chegaram a casa em duas vezes.A equipa que trouxe a primeira parte já não estava lá para montar a segunda, e a equipa que trouxe a segunda recusou-se a mexer no trabalho que tinha sido iniciado pela primeira. Resultado: o cliente pagou dois transportes e duas montagens e ficou com um móvel incompleto. Se fosse um cliente qualquer, eu não me importaria. Mas como sou eu, aborrece-me um bocadinho. Numa loja que vende tudo às peças (que, por acaso, até encaixam bem umas nas outras) acaba por ser irónico que o serviço de transporte não encaixe bem no serviço demontagem. Idiossincrasias do comércio moderno.Que fazer, então? Cada cliente terá o seu modo de reagir. O meu é este: para a próxima, pago com um cheque todo cortado aos bocadinhos e junto um rolo de fita gomada e um livro de instruções. Entrego metade dos confetti num dia e a outra metade no outro. E os suecos que montem tudo, se quiserem receber.
Ora bolas!
Hipotese 2 : Taz????
Hipotese 3 : Um avião???
Jorge C. no purgatorio?
terça-feira, 27 de outubro de 2009
O império das Lois
Lembro-me ainda de Osório ter dúvidas sérias quanto à afirmação sobre os crismas, escreveu à sorte, por lhe parecer que os hábitos dos monges não podiam ser quase nada.
Já para mim não havia dúvidas, se o monge se habituasse a fazer qualquer coisa, seria um monge, sem hábitos uma pessoa não era nada. Por exemplo, quem não se habituasse a lavar os dentes depois das refeições, teria cáries.
Como sempre, a professora privilegiou a Elsinha, a filha do Presidente da Junta, que escreveu qualquer coisa estúpida, como a roupa que vestimos mostrar quem somos.
Foi a partir desse dia, e numa longa cavaqueira nas escadas do portal, que Osório e eu decidimos que não largaríamos, jamais , as nossas calças de bombazina.
Felicidade
O Mestre sai para meditar - Privada recorda Professor Antena
Cuidado com RUCA, o cão anti-pirataria e cuidado com a irmã da Amélia
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Da impenhorabilidade dos túmulos
Até fiquei gaga com estes nichos de mercado por explorar.
Não me mintas
Jaime - Um filme no Porto
Eu queria unir as pedras desavindas
escoras do meu mundo movediço
aquelas duas pedras perfeitas e lindas
das quais eu nasci forte e inteiriço
Eu queria ter amarra nesse cais
para quando o mar ameaça a minha proa
e queria vencer todos os vendavais
que se erguem quando o diabo se assoa
Põe aqui a mão e sente o deserto
Tão cheio de culpas que não são minhas
E ainda que nada à volta, bata certo
eu juro ganhar o jogo sem espinhas
Esaú e Jacó
domingo, 25 de outubro de 2009
Mentirosos. Portugal não tem 159 espécies em risco de extinção.
As últimas fantasias sexuais de um homem
Então o padre de Covas de Barroso, em Boticas,
Reparem nesta notícia, infeliz, desde logo, pela causa que a originou; desejamos as rápidas melhoras à Senhora Roberta McCain
Roberta McCain, mãe do último candidato republicano à Casa Branca, permanece internada no Hospital de São José, após ter desmaiado na Baixa de Lisboa e ter sofrido ferimentos na cabeça.
“A doente encontra-se em situação clínica estável e sob vigilância”, divulgou ontem fonte do gabinete de Comunicação do hospital, onde a idosa, de 97 anos, deu entrada quinta-feira.
Sozinha em Lisboa, Roberta aguarda alta hospitalar para regressar aos Estados Unidos com a nora, Cindy McCain. O senador do Arizona, John McCain, falou, entretanto, com a mãe, informando que se encontra bem. Roberta McCain não chegou a dormir no Hotel Borges onde reservou uma noite. Pessoal da embaixada norte-americana formalizou, entretanto, a saída do hotel.
-Não entendemos a contradição do terceiro parágrafo. Se está sozinha, não está com a nora Cindy McCain. Ou a nora comporta-se de tal forma que é como se não estivesse cá? Que saibamos, a notícia não critica o comportamento da exemplar Cindy McCain. Ou Cindy McCain não está cá e só se mete no avião quando a Senhora estiver à porta do hospital com ordem de despejo?
- Na frase seguinte, quem é que informou que se encontra bem? Não deveria ser a Senhora Roberta McCain? Se foi John McCain, como decorre do texto, informou quem? O infeliz que escreveu?
sábado, 24 de outubro de 2009
Livros de Auto-ajuda
- Já reflectiu a sorte que tem em ter um BMW? Já pensou que neste momento há homens a circular em Pandas?
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
Conto de sexta-feira : " A senhora"
Ana estremeceu, pensou que aquela senhora tinha estranhas semelhanças com ela própria, apesar de entre elas haver, no mínimo, 40 anos de diferença. Pediu o café, a senhora da mesa do canto encarou-a com um sorriso e disse-lhe:
- Muito bom dia, como está?
Ana devolveu o cumprimento e o sorriso cúmplice, na sua cabeça continuava a ideia de que a sua velhice poderia ser parecida com a daquela senhora de cabelo branco ripado, sentada na mesa do canto.
A Rita estava entusiasmada com a sua nova prova de aferição a um cargo superior, no ano passado tinha ficado à porta, no 3 lugar, não era o cargo que a entusiasmava, mas a hipótese de através dele poder voltar ao Porto. Falava depressa, todos os minutos contavam, na Segunda-feira teria de voltar para Lisboa, onde não tinha tempo para nada, embora passasse os fins-de-semana em festas atestadas de álcool e, mesmo ali, com as amigas de sempre, já tinha bebido 3 finos. O que era pouco, para aquilo que ultimamente a Rita bebia, a tarde estava ainda no início, sabiam que à noite sim, Ana esgotaria o vodka, e as amigas zombando inchariam o fígado com cerveja, nas habituais conversas até às 6 da manhã, libertas de homens e algumas sujeitas a grandes discussões à chegada a casa, mas era um mal cada vez menor, nada podia pagar aqueles momentos de liberdade. Rita continuava sózinha, sem esse tipo de preocupação. Lisboa tinha-lhe mostrado que o Rodrigo não era homem para ela e, de facto, não era, mas Rita nunca escolhia bem os seus homens.
Lisboa tinha-lhe ensinado a liberdade, que há muito todas tinham perdido, e trouxe a liberdade às amigas e deu-lha assim, como quem dá tudo aquilo que tem e fica cheio só com isso.
A Rita e a Ana tinham estabelecido os seus ideais de vida juntas, de uma forma ou de outra estariam unidas, nem que fosse só no fim. Juntas tentavam moldar o pessimismo da Marta, zangada muitas vezes com o que vida lhe deu, incapaz de reconhecer os seus valores intrínsecos, tinha-se refugiado na igreja, no filho, na família que já não suportava. Era mais velha, ria-se do entusiasmo, contrapunha as ideias, estava quase sempre triste e quando distraída, os olhos ficavam-lhe desanexados, perdidos na escuridão do seu castanho profundo. Em casa já tinha conseguido a indiferença e, ao contrário de Otília, não era insultada por ter passado a noite com as amigas, deixando o filho com o marido. Chegaria a casa, dormiria e ele sairia para um qualquer compromisso, deixando-a a ressacar a sós, sem a incomodar alapado no sofá, condicionando-lhe os movimentos.
Otília, por seu turno, chegada a casa viveria o inferno de sempre, provavelmente teria até o fecho de segurança corrido. Por sua causa, muitas vezes madrugavam na pastelaria, ainda bêbadas e sonâmbulas, para que ela não tivesse que esperar no patamar a abertura da porta da sua própria casa.
Aquelas noites eram um peso e uma consolação. Ali hipotecavam o seu mundo e não faziam grande sentido aquelas bebedeiras, mas eram tão importantes nas suas vidas, que quando se separavam como amantes, remoíam as conversas, trocavam e-mails e, sobretudo, compravam novos livros.
Otília contava os insultos de que tinha sido alvo, diga-se que ou ela já não os ouvia ou eles tinham diminuído. O que é facto é que o marido a acusava do mesmo crime, que ela pensava que ele praticava, embora nenhum dos dois tivesse a menor prova disso.
Estava a escurecer, a mãe de Rita faria o jantar com as compras que ela tinha feito e cujo custo seria dividido irmãmente. Depois deixaria as amigas a sós.
A senhora da mesa levantou-se, pôs a mão sobre o ombro da Ana e disse:
- Boa tarde, foi um prazer vê-la. Até sempre.
Ana voltou a responder de forma automática e, enquanto via a senhora de cabelo branco ripado desaparecer ao cimo de rua, perguntou às amigas quem era tão ilustre figura. Nenhuma delas a conhecia, nem sequer a tinham visto antes, pensavam que seria conhecida de Ana e, atendendo às semelhanças, que até fosse da sua família e por isso também lhe tinham desejado um resto de boa tarde, em coro.
António Augusto de Ascenção Mendonça
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Com a nova ministra da educação, este é um livro de leitura obrigatória
Significados improváveis. Contribua com o seu
armarinho- aragem proveniente do mar
caçador- indivíduo que procura sentir a dor
fogão-incêndio de grandes proporções
missão- culto religioso com mais de três horas de duração
padrão- padre muito alto
violentamente- viu com lentidão
detergente- acto de prender seres humanos
(Fonte: Revista Pão com Manteiga)
Contributo de Saphou:
boicota- bovino já velhote
Le professeur de français
A senhora não falava, piava, com os lábios fechados, fazia-me me lembrar a namorada do Zé Carioca. Mantinha longas conversações em francês com a menina Fernanda, recentemente chegada dos subúrbios parisienses.
Oh, eram tremendos os elogios e as comparações entre o nosso país e o país onde estas duas amostras de gente tinham vivido.
Eu, ignorante, prepotente, javardo e julgo que meio metaleiro na altura, atirava-lhe com Balzac, a torto e a direito, devo dizer que ensaiava à noite tiradas cínicas do autor e no meu francês porreiro, destroçava-a. Ela respondia: - Se o menino soubesse alguma “coisinha” de francês compreenderia melhor o autor, pois poderia lê-lo no original. – E falava em português, porque se fosse na língua da aula, não me ofenderia.
Excluído, sem qualquer capacidade de escrever um texto com sentido para os franceses, juntei-me ao Metralha, o veterano, inventamos-lhe o nome de “Pipi oui!” dito assim com lábios à piriquito. - Oh notre cheri Pipioui!
Deu-me um injusto e monumental 7 na pauta, fui à oral. A Pipi Oui abanava a cabeça, comentava que eu, moi, era incapaz de conjugar um verbo e ria aos bocadinhos, piu piu piu. Subiu-me uma inspiração e mal saímos da gramática, o francês fluía-me da boca , disse tantas respostas boas e correctas que tive um 10, é verdade, a sério, também eu fiquei admirado.
- Vai lá Privada, devias ter vergonha, o Francês é uma língua essencial e o Balzac, Privada, devias lê-lo de forma crítica. Vai e atenção ao Jornal deste mês, olha que estás por um fio, já disse ao teu avô a situação em que te encontras, não voltes a exagerar. Ganha juízo enquanto é tempo, tens capacidade para seres mais do que um tolo.
Agradeci com toda a humildade que sabia ter nestas alturas, estavam a dar-me uma oportunidade:
- Obrigado Doutor, muito obrigado, não o desiludirei, fica garantido.
- Vai semelho vai!
- Então, allor merci, et bonjour por vous! Com votre licence, au revoir.
Fechei a porta, sentindo dentro de mim um YES!, cheguei cá fora e aos amigos disse a verdade, porque aos amigos mente-se na ordem em que mentimos a nós proprios :
- Estavam à espera de quê? Bem vos dizia, a gaja deu um 7 ao Balzac não foi a mim. Tá feito, e com mérito, vamos ao bar!
DE PUTA MADRE: una marca renombrada.
Oh les lumières
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Sinónimos: novas palavras que devem integrar o Dicionário da Academia
Poema de António (Mofina) Gedeão, um comentário que é um post.
Um conto à quarta-feira
A Anabela tinha acabado de jantar e foi ler um pouco até que ouviu a sua mãe chamar:
- Filha vai lavar os dentes.
Quando ia pegar na escova de dentes abriu-se um buraco debaixo de si e caiu num barco no meio do mar.
Ela chorava, chorava e, passadas algumas horas, pensou em voz alta:
- Para quê chorar, não adianta de nada. Já sei o tenho que fazer. É a única solução, vou remar. Anabela remou e remou Até que chegou a uma ilha chamada Chamakumu.
Depois, foi arranjar alguns frutos para comer. Lá, havia muitos cocos e muitas bananas. Ela queria bananas, mas estavam em bananeiras muito altas, pelo que teve que ir aos coqueiros.
Tinha acabado de tirar o último coco, quando apareceu um grande lobo esfomeado. Quando chegou perto dela, parou a olhar e enroscou-se nas suas pernas como um gato.
Era um milagre! Parecia que os animais de lá gostavam dela. Passado algum tempo, todos os animais se aproximaram fazendo uma vénia. Anabela corou. Que estranho! Até as cobras e os crocodilos, que são tão ferozes estavam lá! O papagaio deu-lhe um mapa do tesouro, então, Anabela lá pôs toda a gente a procurar.
Todos foram ter ao mesmo sítio: o território dos gigantes! Os gigantes eram muito maus para os humanos e para os animais. Anabela lembrou-se das histórias que lia antes de ir dormir.
Quando viu o gigante, veio-lhe logo à cabeça a história do “mata-sete”. Aquele alfaiate que tinha morto sete moscas só de uma vez e o rei pensava que eram sete animais ferozes.
Então, ordenou-lhe que enfrentasse um gigante que andava a aterrorizar a aldeia e assim foi. A Anabela pediu ao pelicano, um caule de uma rosa para servir de fio, mas ele explicou-lhe que o caule serviria muito melhor de agulha. Deveria pedir o fio à aranha. Ela passou por baixo do gigante, subiu-lhe as pernas, espetou-lhe o caule da rosa no rabo e enrolou-o com o fio. Ele caiu no chão como uma bola redonda. Anabela e os animais foram até a casa dos gigantes. A casa, por dentro, parecia um castelo!
Todos seguiram um mapa e foram ter a uma arca. A arca era muito pesada, por isso, tiveram que a empurrar todos ao mesmo tempo. Por baixo tinha uma caixinha. Anabela abriu a caixa e tinha lá dentro um colar com um símbolo de dormir. Ela pôs o colar e, nesse preciso momento, começou a ouvir:
-Anabela, filha, acorda!
Era a sua mãe a chamar. Abriu os olhos muito lentamente e viu que tudo não tinha passado de um sonho. Foi uma grande aventura!
Quando foi lavar os dentes, sentiu um aperto no pescoço. Era o mesmo colar do seu sonho.
Isto é uma prova de que nos sonhos há sempre um bocadinho de realidade.
Esta merda de blog
As adultas precisam cada vez mais de ser mimadas
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Hoje deu-se o fenómeno da multiplicação das freiras paramentadas,
Mas se o livro falar de Caim ...
Esses críticos do Saramago
Esse bando de inertes, filhos da geração de 60, iniciaram o seu caminho na leitura por obras como “As portas da percepção”, onde procuravam encontrar saída para um mundo infinito, filtrado por mecanismos cerebrais que proibiam a utilização máxima dos recursos da máquina humana. Claro está que a culpa destes desvios teve por base as filosofias aprendidas nessa nova escola que os mantinha presos 20 anos e da qual pensavam sair capacitados para gozar as leis e as teorias até aí engolidas. A eles julgavam estar destinada a tarefa de potenciar miolos sem rebentar os filamentos.
Fartos de condutas e rastreios, certos de que para além do branco haveria cor e sentido num mundo hipotético que escapa à comum percepção humana, depressa mergulharam no “Rei Lagarto” e nas suas odes caóticas de naves azuis feitas arcas de Noé, que transportariam os loucos que tinham portas abertas.
Dai a Baudelaire e aos seus paraísos, ao Óscar Wilde, ao desmonte da peças, ao Pessoa, ao Machado de Assis e ao seu Brás, foi um saltinho e, quando deram por ela, estavam já nos braços de Jocasta, donde saiam para voar com Castaneda dentro dos caixões de Poe e, finalmente, relaxar em Niestzche, contrapondo a democracia do Platão e baralhando a falta de lógica nas lógicas perversas de Borges.
Escusado será dizer que esta geração sem préstimo, redundou na crise, na depressão, na agonia de não puder pegar num livro novo e ler. Perdeu todo o entusiasmo e esmiúça os mesmos livros há anos, sem daí poder sair, e junta-lhe novos livros dos mesmos autores e de autores novos que falam sobre os mesmos temas.
São a geração parada no tempo, interessa a sua opinião? Creio que não, a sua conduta tem um hemisfério de loucura não recomendável: divagam, não pensam; deprimem, não choram; analisam, não amam; reabilitam, não constroem. São, talvez, lunáticos, se a lua existir e não for mera percepção. Interessam? Não interessam. Do que dizem sobre o que pensam, pouco ou nada tem aplicação.
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
A única notícia que interessou hoje aos media portugueses e, por consequência, à nação
Grande post! Subscrevo
José Saramago rabiscou mais um livreco (deve ser o tricentésimo sexagésimo quarto) a dizer mal da Igreja e da religião. É um direito que lhe assiste e não é a mim – que sou tão agnóstico ou ateu como ele – que isso incomoda.
O que me incomoda é o ar arrogante e pomposo que ele põe, quando ataca a Igreja. Como se isso fosse um grande acto de coragem e de rebeldia; como se ele, Saramago, fosse credor de um grande respeito e admiração por ousar enfrentar forças que ninguém jamais se atreveu a desafiar.
Perdido no tempo e no seu egocentrismo estulto e pedante, Saramago não se apercebe que é hoje necessária muito mais coragem para alguém se reclamar do catolicismo e da Igreja, assumindo publicamente essa posição, do que para atacar aquilo que, em Portugal e em Espanha onde ele se move, se tornou uma banalidade atacar: a Igreja e a religião. Ainda por cima, para atacar sem trazer nada de novo, com os mesmos argumentos jacobinos que já estavam completamente gastos em 1789.
“[Caim] é um livro divertidíssimo” – diz Saramago, esquecendo que elogio em boca própria é vitupério.
Obviamente, Caim, de José Saramago, não consta na lista das minhas dez mil próximas prioridades de leitura.
Pausa
Carta de João Tomás a Josefina
Já pensaste, começar tudo de novo, dá muito trabalho, o sexo é uma coisa efémera, contudo difícil de sustentar quando estamos sós, dá mais trabalho, do que apagar os planos, os traçados, as curvas e as rectas, e estes apagões já dão um trabalho imenso. Para quê, não é preciso.
Evita ser extremista, continuamos amigos, com os nossos planos, com o nosso trabalho, com a nossa casa e resolvemos o sexo noutras instâncias. O amor se existe é só sexo, a amizade é o importante e isso nós temos ou não?
Repara, nesses teus contos de fadas havia dois assuntos tabus, um eram os tais planos de conjunto e o outro era o sexo. Dai a tua enorme confusão, os homens percebem melhor porque nunca leram isso, entendes.
Acalma-te meu amor, o amor não é isso que tu pensas, podemos continuar para alem e sem fim, assim eu não te prenda e tu não me queiras prender a mim.
Beijos sempre teu
Carta de Josefina a João Tomás (Sex XX)
Tu tens que deixar de me amar para eu te deixar a ti!
Peço-te João, reage às minhas provocações, dá-me razões para ficar triste, dá-me fios que me convençam que o amor não se esgota, que foste tu que acabaste com ele. Como poderia ver-me ao espelho depois de ter deixado sumir em mim o amor se não tivesse razões para isso?
Josefina
Hey! ahora que ya todo terminó
que como siempre soy el perdedor
cuando pienses en mi.
Hey! No creas que te guardo algún rencores
siempre más feliz quien más amó
y ese siempre fui yo.
Ya ves, tú nunca me has querido
ya lo ves