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terça-feira, 20 de outubro de 2009

Esses críticos do Saramago

Há para aí uns meliantes que não lêem, seguem raciocínios distorcidos.

Esse bando de inertes, filhos da geração de 60, iniciaram o seu caminho na leitura por obras como “As portas da percepção”, onde procuravam encontrar saída para um mundo infinito, filtrado por mecanismos cerebrais que proibiam a utilização máxima dos recursos da máquina humana. Claro está que a culpa destes desvios teve por base as filosofias aprendidas nessa nova escola que os mantinha presos 20 anos e da qual pensavam sair capacitados para gozar as leis e as teorias até aí engolidas. A eles julgavam estar destinada a tarefa de potenciar miolos sem rebentar os filamentos.

Fartos de condutas e rastreios, certos de que para além do branco haveria cor e sentido num mundo hipotético que escapa à comum percepção humana, depressa mergulharam no “Rei Lagarto” e nas suas odes caóticas de naves azuis feitas arcas de Noé, que transportariam os loucos que tinham portas abertas.

Dai a Baudelaire e aos seus paraísos, ao Óscar Wilde, ao desmonte da peças, ao Pessoa, ao Machado de Assis e ao seu Brás, foi um saltinho e, quando deram por ela, estavam já nos braços de Jocasta, donde saiam para voar com Castaneda dentro dos caixões de Poe e, finalmente, relaxar em Niestzche, contrapondo a democracia do Platão e baralhando a falta de lógica nas lógicas perversas de Borges.

Escusado será dizer que esta geração sem préstimo, redundou na crise, na depressão, na agonia de não puder pegar num livro novo e ler. Perdeu todo o entusiasmo e esmiúça os mesmos livros há anos, sem daí poder sair, e junta-lhe novos livros dos mesmos autores e de autores novos que falam sobre os mesmos temas.

São a geração parada no tempo, interessa a sua opinião? Creio que não, a sua conduta tem um hemisfério de loucura não recomendável: divagam, não pensam; deprimem, não choram; analisam, não amam; reabilitam, não constroem. São, talvez, lunáticos, se a lua existir e não for mera percepção. Interessam? Não interessam. Do que dizem sobre o que pensam, pouco ou nada tem aplicação.