
sábado, 17 de janeiro de 2009
Fonética
Gosto da pronúncia dos que não conseguem dizer os rrrrs, trocando-os por gggggs, e dos que, não conseguindo dizer os lllls, os substituem por uuuuus. Em tempos estudei linguística, a disciplina mais bonita do universo científico, e soube as razões psíquicas, ocorridas na infância, para estes desvios ao padrão. Seja como for, fica lindo, tem mesmo o seu quê de chique:
-Ó Teixeiga dos Santos, um ogçamento suplementag? Pogque é que tenho que passag pog isto em época eleitogal? Eu quego o podêg paga sempge, o podêg atgái-me, não posso pegdêg o podêg. Foi psiquiatga que guefeguiu clagamente. Entgo em depguessão e eu não sou um pogtuguês qualqueg.
- Eues, os sociauistas portugueses, são uns queixinhas, eues foram queixar-se aos sociauistas espanhóis. Mas eu, Manueua Ueite, não tenho medo dos sociauistas espanhóis. Eues que venham! Todos uns uamechas. Uevam todos com o TGV na tóua. E esse Uino, o Aucochete jamais, que fique cauadinho, antes que ueve no focinho. Foi sempre um audrabão.
.....
Os visitantes poderão exercitar-se trocando os rrs e os llls por gggs e uuus ao mesmo tempo. Apenas uma sugestão da buoggueg.
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Rs e Ls
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
Há limites para tudo
Tenho fobia a empregados/empregadas que nos perseguem nas lojas, com excessiva simpatia ou excessiva desconfiança. Gosto que me deixem à vontade, anónima. Entro e saio quando quero, sem me impingirem nada ou andarem atrás de mim, temendo que eu furte algo. Se quiser alguma coisa, peço. Quanto a furtos, só em viagens de adolescente à Alemanha, e porque havia um concurso: ao fim do dia ganhava quem tivesse mais itens.
Já não era a primeira vez que ela me fazia isto. Eu entrava na loja, dirigia-me para o local onde estavam penduradas as pachemines (nome odioso), olhava uma a uma e, depois, educamente saia, dizendo obrigada. Ele colava-se a escassos 30 centímetros, não perguntava nada e não saia dali.
Resolvi desenvolver uma experiência científica. Testá-la como um rato de laboratório.
Acontecia sempre a mesma coisa.
É certo que há dias em que prego medo ao susto, de tão desalinhada, mas daí a pensar que eu sou ladra... Eu sou cliente de sempre da loja! Já comprei, pelo menos, seis carteiras, vários cachecóis e chapéus, ao longo dos anos, à alimária que se peranta sistematicamente de guarda!
Hoje, com o síndroma dos três fs, próprio das sextas-feiras, voltei lá de propósito.
O mesmo comportamento. Virei-me para ela e disse:
-Não me dá espaço nem para me movimentar, acha que vou roubar alguma coisa?
Remédio santo. Pediu muita desculpa, que não era isso, que era só para ajudar no que fosse preciso....patati, patata.
-Por enquanto ainda tenho mãos e se precisar eu peço. Está bem assim?
Descolou de cara fechada.
Para a semana, talvez vá lá roubar uma daquelas merdices, só para chatear! Ouviram bem, roubar, não apenas furtar, que não dá gozo nenhum.
Já não era a primeira vez que ela me fazia isto. Eu entrava na loja, dirigia-me para o local onde estavam penduradas as pachemines (nome odioso), olhava uma a uma e, depois, educamente saia, dizendo obrigada. Ele colava-se a escassos 30 centímetros, não perguntava nada e não saia dali.
Resolvi desenvolver uma experiência científica. Testá-la como um rato de laboratório.
Acontecia sempre a mesma coisa.
É certo que há dias em que prego medo ao susto, de tão desalinhada, mas daí a pensar que eu sou ladra... Eu sou cliente de sempre da loja! Já comprei, pelo menos, seis carteiras, vários cachecóis e chapéus, ao longo dos anos, à alimária que se peranta sistematicamente de guarda!
Hoje, com o síndroma dos três fs, próprio das sextas-feiras, voltei lá de propósito.
O mesmo comportamento. Virei-me para ela e disse:
-Não me dá espaço nem para me movimentar, acha que vou roubar alguma coisa?
Remédio santo. Pediu muita desculpa, que não era isso, que era só para ajudar no que fosse preciso....patati, patata.
-Por enquanto ainda tenho mãos e se precisar eu peço. Está bem assim?
Descolou de cara fechada.
Para a semana, talvez vá lá roubar uma daquelas merdices, só para chatear! Ouviram bem, roubar, não apenas furtar, que não dá gozo nenhum.
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Saphou delinquente
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
Das modernices
Televisão. Já não chega a televisão permitir o acesso a mais de cem canais em alta definição, quando vemos sempre os dois ou três canais do costume e quase nunca têm nada de jeito (muitas vezes o que interessa nem está disponível em HD); já não chega a velha televisão ter sido subsitituida pelo Plasma e o Plasma pelo LCD; tinham que colocar comando à distância no aparelhometro. Uma trabalheira. Nunca sabemos onde está o comando.
O objecto de culto anteontem à noite deu-me àgua pela barba (tenho barba, e daí?). Os adolescentes queriam ver Foxlife. Gerou-se grande irritação quando deram pela falta do comando. Primeiro, pensamos que era o habitual mas, ao fim de quinze minutos, começamos a desconfiar. Corremos a casa atrás dele. Eu e os miúdos, ao fim de uma hora de buscas, desistimos. A empregada, que ainda cá estava e que descobre tudo, disse que tinha procurado o comando o dia todo e que não valia a pena o esforço, tinha desaparecido. Nem com uma corda atada a uma perna de uma cadeira ou com preces a algum milagreiro apareceria. Ainda tentaram um telefonema ao pai, mas ele não atendeu. Estava numa reunião até às tantas.
Foi uma noite diferente. Sem a televisão a chatear. Depois da tempestade, conformaram-se e até leram partes de um livro, naturalmente, nos intervalos da internet.
Cerca da uma da manhã, chegou o man. Conversa para aqui, conversa para ali, pergunto:
-Viste o comando da televisão?
Resposta:
-Levei-o para o escritório. Ontem deve ter caído na pasta. Assim, com a maior naturalidade.
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Automóvel. Apita por tudo e por nada. Falta o cinto, apita. Esqueço-me de o destravar, apita. Uma árvore a um metro, o fdp não me deixa estacionar tranquilamente, começa a apitar cada vez mais desesperado. Estaciono e ainda faltam 10 cm para encostar à árvore. Passa um tipo à frente, apita.
Porque é que o maricas não apitou na semana passada quando fiz marcha atrás e o espatifei contra o carro que estava estacionado? Pelos vistos, tem que haver uma conjuntura perfeita que permita aos sensores detectarem tudo o que não interessa.
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Telefone fixo. Porque é que o telefone fixo pode circular pela casa toda? Desaparecido há horas, hoje acordou-me às sete da manhã ao tocar por baixo de um cobertor. Sacana!
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Motores de avião a jacto. Não resistem a meia dúzia de aves ou a uma ave de grande porte.
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P.S.: não falo de telemóveis porque esse é o departamento do mestre, embora, seguindo os seus ensinamentos, eu tenha espatifado o meu contra a mesa da sala de jantar este fim-de-semana.
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modernices e merdices
Desencontros: diário de uma adolescente retardada
Cruzavamo-nos nos corredores da escola duas vezes por semana: à terça e à quinta-feira, sempre à mesma hora.
Ele, recém chegado de Leiria, vinha buscar a Matilde, que tinha actividadas pós-escolares ao mesmo tempo que a minha filha. Eu nem sabia quem era, mas atraiu-me de imediato o charme, na forma de andar, nos traços finos do rosto, naquele sobretudo cinzento. Note-se que nem sequer pecava em pensamento, pois ele não era "a mulher do próximo" e defendo a interpretação literal dos Mandamentos.
Um dia, vi o mesmo rosto na televisão e fiquei colada ao ecrã. Ali estava ele, à frente do FCP. O patrão já me tinha dado um autógrafo, com um ar jocoso, uns tempos antes, na cerimónia de fim de curso da filha. Autografou-me o livro de "Direito das Obrigações", de Antunes Varela, Vol I, na falta de outro papel.
Naquela terça-feira ganhei coragem, quando nos cruzamos. Pedi-lhe, com a inocência mais sonsa do mundo:
- não se importa de autografar o livro dos trabalhos de casa da minha filha?
Ele, com aquele semi-sorriso lindo de morrer e chorar por mais, perguntou o nome dela e fez-lhe uma pequena dedicatória. Olhou-me pela primeira vez e devolveu-me o caderninho vermelho.
Nunca tinha ganho nenhum título, nem era o "Special One", era apenas um homem muito atraente.
Depois de Pinto da Costa, fui a primeira a reconhecer o valor de José Mourinho!
Já famoso pelas vitórias do Porto, deu-me outros autógrafos em eventos da escola, assinou a camisola do meu filho e dos amigos, bolas de ténis, tudo o que estava à mão. Todos os miúdos, sem coragem, me pediam para interceder por eles. Ele anuia simpaticamente, com aquele semi-sorriso.
Sempre guardo na lembrança, no entanto, a época em que eramos anónimos que iam buscar as respectivas filhas à escola duas vezes por semana. A minha atracção, nada platónica, data dessa época longínqua.
P.S.: Permitam que me gabe. Nem a Odette-de-Saint-Maurice teria escrito um texto tão piroso.
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Adeus Mourinho
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
Questions
O que é que puseram no vinho de Dom José Policarpo?
Blimunda, a quem nada escapa, foi a primeira a notar qualquer coisa de estranho.
http://aeiou.expresso.pt/d._jose_policarpo_diz_que_casamentos_com_muculmanos_e_um_monte_de_sarilhos=f491705
Blimunda, a quem nada escapa, foi a primeira a notar qualquer coisa de estranho.
http://aeiou.expresso.pt/d._jose_policarpo_diz_que_casamentos_com_muculmanos_e_um_monte_de_sarilhos=f491705
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Inquietações
Do Maradona e do Mourinho

será o próximo post. Isto é apenas um anúncio, para aguçar o apetite. Vou passar a utilizar estratégias de marketing. Para já uma imagem. Pode ir cocando as diferenças e as semelhanças.
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encontros
Dos tribunais em Portugal
Se alguém quiser congelar, deverá dirigir-se ao Tribunal da Régua, onde na sala de audiências chegam a estar temperaturas negativas e a electricidade vai abaixo cerca de 17 vezes por hora.
No Verão, podem fazer sauna.
Se alguém quiser assustar juízes, deverá proceder como o senhor que, no Tribunal da Figueira da Foz, entrou no gabinete da juíza e cortou o próprio dedo com um cutelo, para mostrar o seu descontentamento com a sentença. Se quiserem pregar um susto maior, cortem os dedos da juíza/juíz.
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vida jurídica
Cúmulo da ironia?
Ontem houve um incêndio grave no Quartel de Bombeiros de Matosinhos.
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Incêndios
terça-feira, 13 de janeiro de 2009
Statements
Detesto cabeleireiros onde temos umas senhoras ao lado a arranjar os pés de molho numas bacias de plástico. Demolhados o suficiente para amolecer o cascão, limpam-nos com uns paninhos, tiram-lhes as peles à volta das unhas, desencravam e cortam as mesmas, tratam-lhes dos calos, raspam-lhes repetidamente as solas dos pés para esfoliar as peles, hidratam as patorras e no fim pintam as unhas, de preferência de um vermelho p'ro castanho, rematando com algodões entre os dedos carnudos. Tudo uma nojeira a que tem que assitir quem está a escassos 20 cm e apenas quer lavar e cortar o cabelo.
Estes actos deviam ser em aposentos privados. A ASAE deveria intervir sem demora. Vou fazer já uma denúncia.
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Nojices
Contra-sensos
Hoje não falo com ninguém. Estou nhó nhó. Muito nhó nhó mesmo.
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Estados de alma
segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
Um português na White House
A inteligencia de Obama volta a manifestar-se na escolha de um português carismático para a White House: um cão de água de raça nacional, ou um labradoodle que em parte (do labrador) é de origem remota lusa. Em qualquer caso, puro ou cruzado, de certeza, vai ser o orgulho dos portugueses. Será que um dia irão fazer um programa "Prós e Contras" sobre a importância de um cão português na presidência dos EUA para Portugal, aproveitando-se do pet para o show off?
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Cão de água português ou labradoodle
CR7
CR7 é o melhor jogador do mundo eleito pela FIFA. É inteiramente merecido. A ele e a quem o apoiou o deve. Para além de ter talento, certamente fez muitos sacrifícios desde o tempo em que jogava com uma bola de trapos na rua.
Todavia, para o próprio CR7, ele é o primeiro, o segundo e o terceiro melhor jogador do mundo. Vaidade a mais não faz mal, desde que tire bom partido dela. E até é compreensível, atendendo à sua história e juventude. O ego inflama-se, a grunhice espreita.
Estou curiosa é para ver quem são as sanguessugas que se pretendem aproveitar deste sucesso, dispondo-me para tanto ao sacrifício de assistir ao "Prós e Contras".
...
Que seca! As sanguessugas não foram convidadas. Foi um programa "Prós e Prós".
Foi simpática a entrada em directo de CR "no qual", se bem que um curso de português para estrangeiros não fosse má ideia e é baratinho. O rapaz é grunho, digam o que disserem. De qualquer modo, não é de bom tom ser má língua hoje porque a única coisa que está em causa é a sua prestação em 2008.
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Cristiano Ronaldo
domingo, 11 de janeiro de 2009
Lamentos



Lamento que os urinóis públicos sejam uma arte em vias de extinção. Nada me obrigará a entrar nestas casas de banho assépticas e claustrofóbicas espalhadas pela cidade. Nem que tenha que implodir.
É claro que eram só para eles e normalmente cheiravam mal à distância. Mas a estética compensava tudo.
Em termos de beleza urbana, equiparo-os aos coretos, às antigas cabines telefónicas, aos polícias sinaleiros e às bombas de gasolina em que um simpático senhor nos vinha encher o depósito, agradecendo a gorjeta. Quase tudo se foi. Felizmente que os táxis pretos de capota verde estão a voltar. Escaparam por pouco à normalização.
E os tradicionais urinóis privados de porcelana, tipo o de Madame Pompadour? Que beleza! Nem era preciso sair do aposento. Com uma camisa de noite branca até aos pés e um barrete na cabeça, o alívio das águas, mesmo ali ao lado, era uma performance de elevada estética. O plástico veio estragar tudo.
O saudosismo que me atinge só desaparecerá quando algum comentador generoso me oferecer uma sanita high-tech japonesa. O sonho de qualquer ocidental. No que toca a retretes, na verdade, estamos na pré-história quando comparados com o País do Sol Nascente, que se afirma como um país 100% tecnológico, a todos os níveis. Os japoneses têm mais sanitas high-tech do que computadores per capita.
O saudosismo que me atinge só desaparecerá quando algum comentador generoso me oferecer uma sanita high-tech japonesa. O sonho de qualquer ocidental. No que toca a retretes, na verdade, estamos na pré-história quando comparados com o País do Sol Nascente, que se afirma como um país 100% tecnológico, a todos os níveis. Os japoneses têm mais sanitas high-tech do que computadores per capita.
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urinóis e sanitas
Yes, we can!
A inteligência de Obama já está a manifestar-se ao anunciar que vai mudar a política dos EUA com o Irão.
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1355713&idCanal=11
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1355713&idCanal=11
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Obama
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