terça-feira, 13 de outubro de 2009

Iludimo-nos pensando que escolhemos conscientemente l' amour

Por favor, nada de confundir o Pepé com as meninas robustas e coradas, nem com cenas que, de tanto amor sem correspondencia, podem derivar em violência domestica.

O que estamos aqui a debater, sim a debater, é uma caso sério.

Pronto e as coisas são o que são.

(Fim, já percebem quando é fim? Quando concluo)

Mia Couto, a propósito do acordo ortográfico

Perguntas à Língua Portuguesa
Mia Couto


Venho brincar aqui no Português, a língua. Não aquela que outros embandeiram. Mas a língua nossa, essa que dá gosto a gente namorar e que nos faz a nós, moçambicanos, ficarmos mais Moçambique. Que outros pretendam cavalgar o assunto para fins de cadeira e poleiro pouco me acarreta.
A língua que eu quero é essa que perde função e se torna carícia. O que me apronta é o simples gosto da palavra, o mesmo que a asa sente aquando o voo. Meu desejo é desalisar a linguagem, colocando nela as quantas dimensões da Vida. E quantas são? Se a Vida tem é idimensões? Assim, embarco nesse gozo de ver como escrita e o mundo mutuamente se desobedecem. Meu anjo-da-guarda, felizmente, nunca me guardou.
Uns nos acalentam: que nós estamos a sustentar maiores territórios da lusofonia. Nós estamos simplesmente ocupados a sermos. Outros nos acusam: nós estamos a desgastar a língua. Nos falta domínio, carecemos de técnica. Ora qual é a nossa elegância? Nenhuma, excepto a de irmos ajeitando o pé a um novo chão. Ou estaremos convidando o chão ao molde do pé? Questões que dariam para muita conferência, papelosas comunicações. Mas nós, aqui na mais meridional esquina do Sul, estamos exercendo é a ciência de sobreviver. Nós estamos deitando molho sobre pouca farinha a ver se o milagre dos pães se repete na periferia do mundo, neste sulbúrbio.
No enquanto, defendemos o direito de não saber, o gosto de saborear ignorâncias. Entretanto, vamos criando uma língua apta para o futuro, veloz como a palmeira, que dança todas as brisas sem deslocar seu chão. Língua artesanal, plástica, fugidia a gramáticas.
Esta obra de reinvenção não é operação exclusiva dos escritores e linguistas. Recriamos a língua na medida em que somos capazes de produzir um pensamento novo, um pensamento nosso. O idioma, afinal, o que é senão o ovo das galinhas de ouro?
Estamos, sim, amando o indomesticável, aderindo ao invisível, procurando os outros tempos deste tempo. Precisamos, sim, de senso incomum. Pois, das leis da língua, alguém sabe as certezas delas? Ponho as minhas irreticências. Veja-se, num sumário exemplo, perguntas que se podem colocar à língua:
• Se pode dizer de um careca que tenha couro cabeludo?
• No caso de alguém dormir com homem de raça branca é então que se aplica a expressão: passar a noite em branco?
• A diferença entre um ás no volante ou um asno volante é apenas de ordem fonética?
• O mato desconhecido é que é o anonimato?
• O pequeno viaduto é um abreviaduto?
• Como é que o mecânico faz amor? Mecanicamente.
• Quem vive numa encruzilhada é um encruzilhéu?
• Se diz do brado de bicho que não dispõe de vértebras: o invertebrado?
• Tristeza do boi vem de ele não se lembrar que bicho foi na última reencarnação. Pois se ele, em anterior vida, beneficiou de chifre o que está ocorrendo não é uma reencornação?
• O elefante que nunca viu mar, sempre vivendo no rio: devia ter marfim ou riofim?
• Onde se esgotou a água se deve dizer: "aquabou"?
• Não tendo sucedido em Maio mas em Março o que ele teve foi um desmaio ou um desmarço?
• Quando a paisagem é de admirar constrói-se um admiradouro?
• Mulher desdentada pode usar fio dental?
• A cascavel a quem saiu a casca fica só uma vel?
• As reservas de dinheiro são sempre finas. Será daí que vem o nome: "finanças"?
• Um tufão pequeno: um tufinho?
• O cavalo duplamente linchado é aquele que relincha?
• Em águas doces alguém se pode salpicar?
• Adulto pratica adultério. E um menor: será que pratica minoritério?
• Um viciado no jogo de bilhar pode contrair bilharziose?
• Um gordo, tipo barril, é um barrilgudo?
• Borboleta que insiste em ser ninfa: é ela a tal ninfomaníaca?
Brincadeiras, brincriações. E é coisa que não se termina. Lembro a camponesa da Zambézia. Eu falo português corta-mato, dizia. Sim, isso que ela fazia é, afinal, trabalho de todos nós. Colocámos essoutro português - o nosso português - na travessia dos matos, fizemos com que ele se descalçasse pelos atalhos da savana.
Nesse caminho lhe fomos somando colorações. Devolvemos cores que dela haviam sido desbotadas - o racionalismo trabalha que nem lixívia. Urge ainda adicionar-lhe músicas e enfeites, somar-lhe o volume da superstição e a graça da dança. É urgente recuperar brilhos antigos. Devolver a estrela ao planeta dormente.
Fontes: Magalhães, Olga; Costa, Fernanda, Entre Margens, Língua Portuguesa, 10º ano, Porto, Porto Editora, 2003, p.25 ss.

Se Barack Obama é prémio Nobel da Paz

e o fado se arrisca a ser património imaterial da humanidade, Funes deveria ser classificado como património simultaneamente imaterial e material da humanidade, da bicharada, do universo e arredores. Proponho que se inicie uma petição. Logo veremos a quem a dirigir, se à UNESCO, ao IPA, ao IPPAR, ao IMC, à Cinemateca, à Sociedade Protectora dos Animais, ao Jardim Zoológico de Lisboa, ao Magalhães Lemos, ao SCP, à ERC, ICN, ou outro organismo credível ou não tanto. Ponderemos.
Ou então crie-se o prémio Nobel da Zaragata ou do Zaragateiro-Mor. O tipo ganha de caras. É só espreitar a barracada que ele armou na casa dele, lançando o mote e/ou fazendo-se passar por comentador, como quando nos tentou convencer que Álvaro era Mdme Funes. Uma fonte, que não posso revelar, veio cá chamar-nos a atenção. É claro que a fonte nos quis manipular, mas nós, qual DN, e ao contrário do Expresso, lá fomos, por cusquice. Todavia, ao contrário do DN, não clamamos que estamos perante uma notícia, mas o único objectivo é um aumento de blogoshare.
Aquilo está pior do que o Prós e Contras (2ª parte) de ontem, em que a irmã da Amélia não podia ter metido mais água e ficamos todos elucidados sobre as escutas de Belém. Acho que até conseguiram ser piores do que o nosso Presidente Aníbal.

L' Amour by Porto Canal

Passei pelo Porto Canal, onde vi um diálogo muito interessante numa dancetaria aqui do Burgo:

PC - Então a senhora há muito tempo que frequenta bailes deste tipo?
SR - Desde sempre.
PC - Tem alguma recordação que possa partilhar?
SR - Olhe senhor, foi num baile que conheci o meu marido.
PC - Conte-nos...
SR - Foi assim, eu estava encostada à parede, e ele chegou com uns amigos, ficou a olhar para mim, eu até disse para minha amiga Olha que nojento, aquele gajo...
PC- O seu marido?
SR - Sim
PC - Mas e depois?
SR - Depois ele pediu-me para dançar, e depois dançamos e depois casamos.

Pepé le Pew

Le wild catte, le paint, le Marie Antoinette... Ah, l'amour!

Devo confessar, talvez por ser gajo, não entendo nada dessas paixões platónicas que às vezes atingem os seres humanos.

Chego a ter calafrios de cada vez que penso que poderei ficar verde, amarelo, azul, de travar a língua, de fazer telefonemas, visitas a uma pessoa que não tem hipótese de nutrir qualquer espécie de sentimento por mim e, pior do que isso, ficar tipo ceguinho, pasmado.

Vocês imaginem, desde que ando a pé já entortei não sei quantos candeeiros, placas e anúncios. Se me apaixono, com uma paixão dessas de verdade, ainda abalroo um camião e continuo tipo doninha, todo esmagado contra a caixa térmica, mi amor, mi amor.

Um dia apaixonei-me, saltei do sótão para ir com a tipa à discoteca. Ei! É perigoso, ok?! Podia ter-me matado e para nada, a tipa gostava mais de mim que eu dela, no fim, para me livrar da sua presença, até pedi a Deus que me ajudasse. Convenhamos que levei muito tempo a perceber isso, se tivesse percebido antes, tinha-a posto de joelhos no quintal e eu a mandar-lhe rosas de papel.

E daí ate não poria nada, porque é mais fashion, abancar o poeta apaixonado, consumido por duvidas, por sentimentos dilacerantes, a tristeza no olhar ... Ah l' amour.
Desisto, as coisas são o que são e é só isto. (Fim que é para o caso de não terem percebido esta ultima frase ok?)

Contradições

Hoje não posto. Vou para Magas.

Presidente Lula, na escrita, faz concorrência a MFL, na oralidade?

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segunda-feira, 12 de outubro de 2009

A trend é ter um Minipig como pet ou, como dizem os parolos, um miniporco


E você, já reservou o seu? Depois dos Bonsai, os Minipigs. Um sucesso.

Até que enfim! Mas no circo da vida? E os palhaços, porque não aproveitaram para os proíbir?

Macacos, elefantes, leões e tigres proibidos nos circos
12.10.2009 - 16h32 Lusa
A exibição de animais nos circos tem os dias contados. Uma nova lei proíbe a compra de macacos, elefantes, leões ou tigres e impede a reprodução dos animais existentes nos circos.A portaria 1226/2009, publicada hoje e que entra em vigor na terça-feira, divulga uma lista de espécies consideradas perigosas, pelo seu porte ou por serem venenosas, que só podem ser detidas por parques zoológicos, empresas de produção animal autorizadas e centros de recuperação de espécies apreendidas. Os circos não fazem parte da lista de excepções, assim como as lojas de animais, que também ficam proibidas de vender cobras de grande porte ou venenosas, algumas aranhas ou lagartos. Entre as espécies cuja detenção passa a ser proibida pela nova lei - excepto para os zoológicos e as entidades autorizadas - incluem-se todas as espécies de primatas, de ursos, de felinos (excepto o gato), otárias, focas, hipopótamos, pinguins ou crocodilos. A proibição abrange ainda, na classe das aves, todas as avestruzes, e, na dos répteis, as tartarugas marinhas e as de couro, assim como serpentes, centopeias e escorpiões. No preâmbulo do diploma, o Ministério do Ambiente justifica a nova lei com motivos relacionados com a conservação dessas espécies, com o bem-estar e saúde dos exemplares e também com a garantia de segurança, do bem-estar e da comodidade dos cidadãos “em função da perigosidade, efectiva ou potencial, inerente aos espécimes de algumas espécies utilizadas como animais de companhia”. A portaria ressalva a situação dos espécimes já detidos aquando da entrada em vigor da lei, na terça-feira, bem como dos híbridos dele resultantes, que devem ser registados no Instituto da Conservação da natureza e Biodiversidade (ICNB) no prazo de 90 dias. Os detentores de espécimes das espécies listadas no diploma têm de ser maiores de idade e fazer o registo no ICNB. O diploma determina ainda que não é “permitida a aquisição de novos exemplares nem a reprodução daqueles que possuam no momento do registo”.
Nota: vá lá, porque o diploma não tem efeito retroactivo, Funes safa-se e Mdme Funes e filhos podem continuar a gozar da companhia deste exemplar altamente perigoso. Tão perigoso, quanto amoroso.

Já leram Anita em Salvaterra de Magos?

Parece que vai ser a próxima edição da série Anita. Vem na sequência de Anita a Cavalo e Anita no País dos Contos.

O Privada passou a noite toda com a Marlene. Agora está a ressonar, que o homem não é de ferro, embora a Marlene seja

Apresento-vos a Marlene, toda a noite não parou.

Que pensam de quem casa no

Palácio das Necessidades?

domingo, 11 de outubro de 2009

Parabéns Rui Rio!

Directo, competente, eficaz, discreto, à Porto!
Seria um excelente dragão.
Clique na imagem para aumentar e ver o Presidente da Câmara da Invicta ssf, cuja vitória já tinhamos antecipado aqui.

Opinião de VPV sobre o Prémio Nobel da Paz: hoje a soltar a bílis que tão bem lhe assenta

Antes de Obama, outros Presidentes tinham recebido o Nobel da Paz: Theodore Roosevelt, Woodrow Wilson e Jimmy Carter. Theodore Roosevelt, um homem particularmente belicoso, foi o fundador do Império; Woodrow Wilson, a influência decisiva no Tratado de Versailles, preparou o advento de Hitler e da II Guerra Mundial; e Carter, coitado, foi uma irrelevância. Vem agora Obama, que junta o incurável "idealismo" da política externa americana à retórica populista e, sentimental, que Tony Blair inaugurou e que, infelizmente, se tornou a linguagem do tempo. A "obamania" é um triste sinal de que o Ocidente perdeu qualquer espécie de faculdade crítica. A palavra e o gesto bastam para lhe esconder o que se passa no mundo. Como se uma grande potência pudesse de repente mudar com uma criatura simpática e uma pequena dose de persuasão e boa vontade.
Para começar alguns factos: Guantánamo não fechou; a prática de sequestrar putativos terroristas (eufemisticamente denominada"extraordinary rendition") em países "terceiros" não acabou; e não acabou também a prática de prender suspeitos de terrorismo, dentro e fora da América, e de os tratar como "no campo de batalha". Pior ainda, Obama não quis condenar, nem investigar os crimes de Bush, nomeadamente a tortura; só prometeu, nos casos mais benignos, tribunais militares (regidos, como é evidente, por lei especial) e sobretudo não limitou ou diminuiu a secrecidade e o arbítrio do Estado segurança. Isto quanto aos celebrados direitos do homem e à convivência amigável entre a América e o islão, em que ele proclama acreditar.
No Iraque, Obama continuou, com pouco sucesso, a estratégia de Bush e adiou a "retirada" para 2012, ou seja, indeterminadamente. Em contrapartida, depois de consentir na eleição falsificada de Karzai, resolveu reforçar as tropas do Afeganistão (20.000 homens até Março e talvez mais 40.000 até ao fim do ano) e, principalmente, alargar a guerra ao Paquistão. O AFPAK, como já lhe chamam para abreviar, é um Vietname multiplicado por mil, uma aventura sem sentido e sem fim, que ameaça envolver a Índia e, muito provavelmente, a China (neste momento, os taliban ocupam uma parte considerável do território do Paquistão, publicamente protegidos pelo Exército como "reserva" contra a Índia). E no Médio Oriente, Obama não avançou um milímetro e parece mesmo que há o sério risco de uma nova Intifada. Para um prémio Nobel da Paz não é nada mau.
Fonte: Público on Line

Notícias da República das Bananas, também conhecida como o Rectângulo.

Se for votar, leve colete à prova de bala. Lamentavelmente, chegamos a isto. E eu a pensar que só tinha que me preocupar com a desinfecção das mãos.
Vá lá que na minha secção de voto só houve apedrejamentos sem consequências de maior.

sábado, 10 de outubro de 2009

Yo no creo en brujas. Pero que las hay, las hay. As declarações do bruxo que deu cabo de Cristiano Ronaldo, a até gosta dele, olha se não gostasse...

Apreensão em Espanha. «Yo no creo en brujas. Pero que las hay, las hay». A expressão foi popularizada em espanhol, talvez porque os nossos parceiros ibéricos respeitam as forças que desconhecem. Ora bem, salientando esse facto, percebe-se que várias pessoas levem a sério esta ameaça de um bruxo, veiculada através de um comunicado e de uma notícia do jornal El Mundo: «Fui contratado para que Cristiano Ronaldo sofra uma lesão grave.»
«Eu não sou anti Real Madrid. Não tenho nada contra este grande clube. Sou um profissional e pagam-me muito bem para usar os meus poderes. Contrataram-se para que Cristiano Ronaldo sofra uma lesão grave. Não posso assegurar que se vá tratar de uma lesão grave, mas sim que ele estará mais tempo de baixa do que a jogar. A pessoa que me contratou é famosa e conhece pessoalmente o futebolista», garante o bruxo.
O jornal El Mundo recolheu o testemunho do bruxo, sob anonimato. O Real Madrid recebeu, na passada semana, um aviso desta personagem, por escrito. Em 2006, em outro serviço, o bruxo em questão lançou o mesmo aviso e viriam a registar-se vários problemas no plantel, como a posterior saída de Ronaldo «Fenómeno».
«Pessoalmente, gosto bastante do rapaz. Mas imagino que ele também goste muito dos guarda-redes a quem marca os seus golos. Ele é um profissional e eu também. Este é um processo progressivo. Para já, frente ao Tenerife, quebrou o seu ciclo de golos, foi substituído e com algum mal-estar», remata o bruxo, com ironia à mistura
.
Fonte: MaisFutebol aqui.

Bruno Aleixo

The Gift: Fácil de entender

No dia do voto e a Charanga

Atava-a pelos ombros, impedia-a de continuar a carregar pratos da cozinha para a sala, ela brusca , sacudia-o.
- Eu voto em quem quiser. O voto é secreto!
- Mas minha filha, tu se calhar vais fazer asneira, tu não entendes bem as coisas, há uma grande responsabilidade no voto.
- Ora, cala-te, respeita-me. Já te disse que o voto é secreto.
- Mas Neves, tu minha filha não percebes bem as coisas.
- Não gosto desse aprendiz de Salazar, vou votar em quem quiser!
Desconsertado, desistia por minutos, sentava-se na mesa e meditava nova estratégia, terminado o almoço e depois da tentativa frustrada de tentar convencer os 6 filhos a votar no Professor Cavaco Silva e ter recebido todo o tipo de insulto irónico e conotações ao fascismo, ajudava-a a levantar a louça. E recomeçava-a.
- Vamos Neves, deixa isso, eu levo-te.
- Deixa-me já te disse, eu vou sozinha, combinei com a Estefânia e vamos as duas votar.
- A Estefânia vota?! Que desgraça, então eu levo as duas.
- Vamos muito bem a pé, obrigado.
Restava o neto para o acompanhar. Foram a pé, lentamente, na expectativa de encontrar as mulheres, que eram maluquinhas e não percebiam nada do que era melhor para Portugal, muito menos ela de esquerda, que se esgueirava com as amigas para os encontros onde os punhinhos conspiravam contra a nação.
- Desculpa Pereira, mas o menino não pode entrar contigo.
- Ó Pacheco, que mal faz, é uma criança, deixa-o ver como se faz isto.
- Ó Pereira, não pode, caralho.
- Vai-te Pacheco, é uma criança.
Cavaco ganhou. O Pereira foi comemorar, o Pacheco veio busca-lo.
- Vê senhora Neves, ganhamos!!!!
- Ó Pacheco, não percebo nada de política, votei por obrigação!
- Ó Pereira, ouves isto?!
Passados uns anos, noutro almoço de Domingo, Pereira de rosto em baixo, recebia novos insultos, comprimia os lábios, não percebia onde haviam falhado aqueles rascas da ponte, aquela juventude, da qual faziam parte os filhos. A crise mundial dos anos 90.
Nunca mais se livrou do epíteto de fascista, ele e o neto, o seu aliado, o pequeno fascista que tocava na flauta o grande hino dos sociais democratas. - Para guiar os ratos! - Como dizia a Neves cor-de-rosa secreta, por causa desses bombistas laranja que depois não vendem à gente uma campa no cemitério. Depois da morte do Pereira tornou-se Social Democrata por sucessão no lugar da mesa ao Domingo.
- Já fui cavalo encantado, agora indiferente, pouco atraente, calado, pesado, Ei! Ei! Ei! - Descarreguem gratuito e legal, electrónica cá da terra - A CHARANGA! Bom voto!