quinta-feira, 25 de junho de 2009

Farrah-Fawcett e Michael Jackson: em comum, o dia da morte

A morte choca sempre. Estas duas, tão mediáticas, no mesmo dia, chocaram-me particularmente:
Farrah-Fawcett , pela luta desigual sem esperança (morte: 25-06-09, 62 anos).
Michael Jackson, pelo imprevisto (morte: 25-06-09, 50 anos)
Aqui fica uma pequena homenagem.
Na minha cabeça acumulam-se os mortos. Nem me consigo mexer, à espera da ser a próxima, como faz parte do egoísmo ou instinto de sobrevivência. Naquele tempo, quando ela era um "Anjo de Charlie", e ele o ícone da música pop dos anos 80, os meus mortos ainda estavam muito longe. Eu era feliz. Desejo, sinceramente, que Michael Jackson seja recordado por ser um artista de excepção que revolucionou a pop na década de 80 e não pela decadência da sua vida pessoal.

Adeus Boavista Futebol Club, é triste, mesmo para quem não é boavisteiro

Muhammad Yunus and Grameen Bank, Nobel Peace Prize 2006

Kim Dae-jung 김대중: Nobel Peace Prize 2000

quarta-feira, 24 de junho de 2009

terça-feira, 23 de junho de 2009

Para quem não tem São João

Era a festa dele. Organizava tudo ao pormenor. Desde que eu era pequenina. Nessa altura, fazia ele os balões e o fogo de artifício era mais pobre. O jantar era com a grande família em casa dos avós paternos. A festa era no jardim da casa. Mas era grande a animação.
Muitos anos mais tarde, retomou a tradição, agora para os netos.
Comprava uma dúzia de balões, uns maiores, outros mais pequenos, outros gigantes e fogo de artifício até não mais ter fim.
Jantávamos no restaurante e depois íamos para uma praça lançar os balões e iluminá-la com fogo de artifício. Os miúdos divertiam-se imenso. Desde o tempo em que tinham medo de pegar nos pauzinhos mais inocentes de fogo de artifício, ao tempo em que eles próprios, já com a escola do avô, lançavam os balões e organizavam a artilharia. Entravamos em desgarrada com os outros gupos que se juntavam na praça. O São João era a festa em que ele estava sempre bem disposto, animava toda a gente. Mesmo que na maior parte dos dias do ano estivesse sombrio.
Hoje os netos são grandes, têm as suas festas. Ele morreu. Para mim não há São João, apenas a recordação de momentos felizes que juntam a nostalgia à doença. Esta é uma história banal, mas quero partilhá-la com quem também não tem São João. Bom São João, para quem ainda o tem.

Uma expressão idiomática quando Saphou quiser e na lingua em que lhe apetecer

Ich und Du Ist Mühlers Kuh

Notícia de última hora

Funes, conhecido bloguer, acaba de adoptar uma faneca de quilo e meio, do Oporto Sea.Life. Deu-lhe o nome carinhoso de Funinha e irá visitá-la uma vez por semana, tornando-se o primeiro pai de acolhimento de um animal marinho da instituição.

Aposto que estão todos colados à televisão, a ver os Prós e Contras, ou seja,

a irmã da Amélia, hoje transformada em Cave Woman, com um gigantesco laço branco ao peito (ainda tropeça nele) e um casaco roxo de fugir. Só de fazer zapping, vou ter pesadelos. Quem é que veste esta mulher? Um inimigo descarado. O programa nem numa mina de sal gema resulta, fica ainda mais claustrofóbico. Mas não deixa de ser irónico falar de comida e arte 200 metros abaixo do solo, metidos numa caverna em pleno Século XXI. O desconforto dos presentes é patente e a Cave Woman farta-se de tossir com a humidade. Quando é que volto à segurança do rés-do-chão?
A cereja em cima do bolo foi o Pinho a passar da Rider Cup, que tem que vir para Portugal em 2018, directamente para o cão do Obama, que é algarvio, segundo o Ministro, dois exemplos da vitalidade do turismo na região. A referência ao Bo só pode ser mais uma anedota. Só faltou o Lino para fazer par. Pino e Lino, Lino e Pino.

Al Pacino, com um lacinho para Saphou

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Discurso do filho-da-puta

Discurso do filho-da-puta, por Alberto Pimenta

I

O pequeno filho-da-puta
é sempre
um pequeno filho-da-puta;
mas não há filho-da-puta,
por pequeno

que seja,
que não tenha
a sua própria grandeza,
diz o pequeno filho-da-puta.
no entanto,
há filhos-da-puta
que nascem grandes
e filhos-da-puta
que nascem pequenos,
diz o pequeno filho-da-puta.
de resto,
os filhos-da-puta
não se medem

aos palmos,
diz ainda

o pequeno filho-da-puta.
o pequeno filho-da-puta
tem uma pequena

visão das coisas
e mostra
em tudo

quanto faz e diz
que é mesmo
o pequeno filho-da-puta.
no entanto,
o pequeno filho-da-puta
tem orgulho em ser

o pequeno filho-da-puta.
todos

os grandes filhos-da-puta
são reproduções

em ponto grande
do pequeno filho-da-puta,
diz o pequeno filho-da-puta.
dentro

do pequeno filho-da-puta
estão em ideia

todos
os grandes filhos-da-puta,
diz

o pequeno filho-da-puta.
tudo o que é mau

para o pequeno
é mau para

o grande filho-da-puta,
diz o pequeno filho-da-puta.
o pequeno filho-da-puta
foi concebido
pelo pequeno senhor
à sua imagem

e semelhança,
diz

o pequeno filho-da-puta.
é o pequeno filho-da-puta
que dá

ao grande
tudo aquilo

de que ele precisa
para ser

o grande filho-da-puta,
diz o pequeno filho-da-puta.
de resto,
o pequeno filho-da-puta

com bons olhos
o engrandecimento
do grande filho-da-puta:
o pequeno filho-da-puta
o pequeno senhor
Sujeito Serviçal
Simples Sobejo
ou seja,
o pequeno filho-da-puta.

II

o grande filho-da-puta
também
em certos casos

começa por ser
um pequeno filho-da-puta,
e não há filho-da-puta,
por pequeno que seja,
que não possa vir a ser
um grande filho-da-puta,
diz o grande filho-da-puta.
no entanto,
há filhos-da-puta
que já nascem grandes
e filhos-da-puta
que nascem pequenos,
diz

o grande filho-da-puta.
de resto,
os filhos-da-puta
não se medem

aos palmos,
diz ainda

o grande filho-da-puta.
o grande filho-da-puta
tem

uma grande visão das coisas
e mostra

em tudo quanto faz
e diz
que é mesmo

o grande filho-da-puta.
por isso~

o grande filho-da-puta
tem orgulho em ser
o grande filho-da-puta.
todos

os pequenos filhos-da-puta
são reproduções

em ponto pequeno
do grande filho-da-puta,
diz

o grande filho-da-puta.
dentro

do grande filho-da-puta
estão em ideia
todos

os pequenos filhos-da-puta,
diz

o grande filho-da-puta.
tudo o que é bom

para o grande
não pode deixar de ser

igualmente bom
para os pequenos filhos-da-puta,
diz o grande filho-da-puta.
o grande filho-da-puta
foi concebido

pelo grande senhor
à sua imagem

e semelhança,
diz

o grande filho-da-puta.
é o grande filho-da-puta
que dá ao pequeno
tudo aquilo

de que ele precisa
para ser

o pequeno filho-da-puta,
diz

o grande filho-da-puta.
de resto,
o grande filho-da-puta
vê com bons olhos
a multiplicação
do pequeno filho-da-puta:
o grande filho-da-puta
o grande senhor

Santo e Senha
Símbolo Supremo
ou seja,
o grande filho-da-puta.

domingo, 21 de junho de 2009

O ditador esqueceu-se que na Sociedade da Informação o mundo é global. Depois destas eleições nada será como antes, nem para o Irão, nem para o mundo

http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2009/06/15/twitter+youtube+e+flickr+rompem+barreiras+impostas+pelo+governo+durante+protestos+no+ira+6741918.html

Na verdade, não sou um palhaço, disse ela,

faço palhaçadas, para enganar a tristeza, a solidão doente com gente à volta. Aliás, até detesto circo e palhaços, com a honrosa excepção de certas formas do circo novo, nomeadamente o Cirque du Soleil, que nunca tive a oportunidade de ver, porque quando cá vêm actuam sempre em Lisboa, onde tudo acontece, muito longe de mim. Tudo o que é bom tende a acontecer longe de mim, acrescentou, num exagero visível.
Desde sempre que soube que era uma outsider, continuou, depois de ter atirado para fora, convulsivamente, água salgada em litros, que se poderia misturar no oceano atlântico, não estivesse ele longe.
Nunca soube foi porquê. Em tempos diziam-me que eram invejas, por ser demasiado inteligente e ter muitos sucessos escolares. Mas eu sempre achei os outros muito melhores, sempre me achei apenas mediana. Também me disseram que era por ser bonita, o que também gerava invejas. Mas eu nunca fui bonita, sai ao meu paizinho. Bonita sempre foi a minha mãe e a minha filha. Agora, então, estou um pote de banha. Houve quem acertasse e me dissesse que é por ser ingénua, acreditar nas pessoas. Esse alguém fui eu mesma. Mas fui-me tentando enganar, dizendo que não podia ser verdade. As pessoas, no fundo, são boas. Hoje tenho a certeza que não é assim. As pessoas aproximam-se de nós, sugam-nos o que lhes interessa e, depois, afastam-se. Lavam as mãos, como Pilatos. Felizmente, há a excepção de um amigo ou uma amiga, se tivermos sorte. Dois, se tivermos nascido com o cu virado para a lua. Mas os amigos só se fazem na infância ou na adolescência e os meus foram viver para longe de mim, muito longe. Ou eu fui viver para longe deles, dependendo da perspectiva.
De resto, é tudo fogo fátuo. As pessoas mentem, mesmo as que temporariamente nos parecem de confiar. Abusam, o mais possível. Para elas somos objectos. O pior é quando não sabemos se alguém está a ser nosso amigo ou a abusar de nós. A fronteira é muito difícil de estabelecer. Só com o tempo. Normalmente o tempo torna patente a segunda opção. Mais uma vez fui trouxa, mais uma desilusão, já me aconteceu várias vezes.
Hoje estou doente, na solidão acompanhada. Ouço uma banda a tocar lá fora. Num coreto improvisado. As bandas e os coretos trazem-me boas recordações. Mas não tenho força, não consigo sair daqui. Gostava de me juntar às centenas de pessoas simples que se reúnem à volta da banda e gozam o calor do sol. Mas não consigo. Sugaram-me a alma de mil e uma maneiras. Perdi a força. E hoje não encontrei a miúda que diz que para ela não chove.
Calou-se e retomou um choro silencioso.

Adágio que se virá a tornar popular, por Saphou

De bloguer e de louco, todos temos um pouco

sábado, 20 de junho de 2009

Hugh Laurie: American v. English slang

The American's Guide to speaking English can be found

here. Thanks Patrícia M. for having shared it with us.
What would you do if someone told you: "I am chuffed to bits by your ba-donka-donk"?

Estou a precisar de um professor de Theremin

Depois de muita reflexão, decidi mudar de hobby, decidi dedicar-me ao Theremin. Alguém me dá umas aulas?