terça-feira, 13 de outubro de 2009

Contradições

Hoje não posto. Vou para Magas.

Presidente Lula, na escrita, faz concorrência a MFL, na oralidade?

clique na imagem para aumentar, se lhe aprouver

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

A trend é ter um Minipig como pet ou, como dizem os parolos, um miniporco


E você, já reservou o seu? Depois dos Bonsai, os Minipigs. Um sucesso.

Até que enfim! Mas no circo da vida? E os palhaços, porque não aproveitaram para os proíbir?

Macacos, elefantes, leões e tigres proibidos nos circos
12.10.2009 - 16h32 Lusa
A exibição de animais nos circos tem os dias contados. Uma nova lei proíbe a compra de macacos, elefantes, leões ou tigres e impede a reprodução dos animais existentes nos circos.A portaria 1226/2009, publicada hoje e que entra em vigor na terça-feira, divulga uma lista de espécies consideradas perigosas, pelo seu porte ou por serem venenosas, que só podem ser detidas por parques zoológicos, empresas de produção animal autorizadas e centros de recuperação de espécies apreendidas. Os circos não fazem parte da lista de excepções, assim como as lojas de animais, que também ficam proibidas de vender cobras de grande porte ou venenosas, algumas aranhas ou lagartos. Entre as espécies cuja detenção passa a ser proibida pela nova lei - excepto para os zoológicos e as entidades autorizadas - incluem-se todas as espécies de primatas, de ursos, de felinos (excepto o gato), otárias, focas, hipopótamos, pinguins ou crocodilos. A proibição abrange ainda, na classe das aves, todas as avestruzes, e, na dos répteis, as tartarugas marinhas e as de couro, assim como serpentes, centopeias e escorpiões. No preâmbulo do diploma, o Ministério do Ambiente justifica a nova lei com motivos relacionados com a conservação dessas espécies, com o bem-estar e saúde dos exemplares e também com a garantia de segurança, do bem-estar e da comodidade dos cidadãos “em função da perigosidade, efectiva ou potencial, inerente aos espécimes de algumas espécies utilizadas como animais de companhia”. A portaria ressalva a situação dos espécimes já detidos aquando da entrada em vigor da lei, na terça-feira, bem como dos híbridos dele resultantes, que devem ser registados no Instituto da Conservação da natureza e Biodiversidade (ICNB) no prazo de 90 dias. Os detentores de espécimes das espécies listadas no diploma têm de ser maiores de idade e fazer o registo no ICNB. O diploma determina ainda que não é “permitida a aquisição de novos exemplares nem a reprodução daqueles que possuam no momento do registo”.
Nota: vá lá, porque o diploma não tem efeito retroactivo, Funes safa-se e Mdme Funes e filhos podem continuar a gozar da companhia deste exemplar altamente perigoso. Tão perigoso, quanto amoroso.

Já leram Anita em Salvaterra de Magos?

Parece que vai ser a próxima edição da série Anita. Vem na sequência de Anita a Cavalo e Anita no País dos Contos.

O Privada passou a noite toda com a Marlene. Agora está a ressonar, que o homem não é de ferro, embora a Marlene seja

Apresento-vos a Marlene, toda a noite não parou.

Que pensam de quem casa no

Palácio das Necessidades?

domingo, 11 de outubro de 2009

Parabéns Rui Rio!

Directo, competente, eficaz, discreto, à Porto!
Seria um excelente dragão.
Clique na imagem para aumentar e ver o Presidente da Câmara da Invicta ssf, cuja vitória já tinhamos antecipado aqui.

Opinião de VPV sobre o Prémio Nobel da Paz: hoje a soltar a bílis que tão bem lhe assenta

Antes de Obama, outros Presidentes tinham recebido o Nobel da Paz: Theodore Roosevelt, Woodrow Wilson e Jimmy Carter. Theodore Roosevelt, um homem particularmente belicoso, foi o fundador do Império; Woodrow Wilson, a influência decisiva no Tratado de Versailles, preparou o advento de Hitler e da II Guerra Mundial; e Carter, coitado, foi uma irrelevância. Vem agora Obama, que junta o incurável "idealismo" da política externa americana à retórica populista e, sentimental, que Tony Blair inaugurou e que, infelizmente, se tornou a linguagem do tempo. A "obamania" é um triste sinal de que o Ocidente perdeu qualquer espécie de faculdade crítica. A palavra e o gesto bastam para lhe esconder o que se passa no mundo. Como se uma grande potência pudesse de repente mudar com uma criatura simpática e uma pequena dose de persuasão e boa vontade.
Para começar alguns factos: Guantánamo não fechou; a prática de sequestrar putativos terroristas (eufemisticamente denominada"extraordinary rendition") em países "terceiros" não acabou; e não acabou também a prática de prender suspeitos de terrorismo, dentro e fora da América, e de os tratar como "no campo de batalha". Pior ainda, Obama não quis condenar, nem investigar os crimes de Bush, nomeadamente a tortura; só prometeu, nos casos mais benignos, tribunais militares (regidos, como é evidente, por lei especial) e sobretudo não limitou ou diminuiu a secrecidade e o arbítrio do Estado segurança. Isto quanto aos celebrados direitos do homem e à convivência amigável entre a América e o islão, em que ele proclama acreditar.
No Iraque, Obama continuou, com pouco sucesso, a estratégia de Bush e adiou a "retirada" para 2012, ou seja, indeterminadamente. Em contrapartida, depois de consentir na eleição falsificada de Karzai, resolveu reforçar as tropas do Afeganistão (20.000 homens até Março e talvez mais 40.000 até ao fim do ano) e, principalmente, alargar a guerra ao Paquistão. O AFPAK, como já lhe chamam para abreviar, é um Vietname multiplicado por mil, uma aventura sem sentido e sem fim, que ameaça envolver a Índia e, muito provavelmente, a China (neste momento, os taliban ocupam uma parte considerável do território do Paquistão, publicamente protegidos pelo Exército como "reserva" contra a Índia). E no Médio Oriente, Obama não avançou um milímetro e parece mesmo que há o sério risco de uma nova Intifada. Para um prémio Nobel da Paz não é nada mau.
Fonte: Público on Line

Notícias da República das Bananas, também conhecida como o Rectângulo.

Se for votar, leve colete à prova de bala. Lamentavelmente, chegamos a isto. E eu a pensar que só tinha que me preocupar com a desinfecção das mãos.
Vá lá que na minha secção de voto só houve apedrejamentos sem consequências de maior.

sábado, 10 de outubro de 2009

Yo no creo en brujas. Pero que las hay, las hay. As declarações do bruxo que deu cabo de Cristiano Ronaldo, a até gosta dele, olha se não gostasse...

Apreensão em Espanha. «Yo no creo en brujas. Pero que las hay, las hay». A expressão foi popularizada em espanhol, talvez porque os nossos parceiros ibéricos respeitam as forças que desconhecem. Ora bem, salientando esse facto, percebe-se que várias pessoas levem a sério esta ameaça de um bruxo, veiculada através de um comunicado e de uma notícia do jornal El Mundo: «Fui contratado para que Cristiano Ronaldo sofra uma lesão grave.»
«Eu não sou anti Real Madrid. Não tenho nada contra este grande clube. Sou um profissional e pagam-me muito bem para usar os meus poderes. Contrataram-se para que Cristiano Ronaldo sofra uma lesão grave. Não posso assegurar que se vá tratar de uma lesão grave, mas sim que ele estará mais tempo de baixa do que a jogar. A pessoa que me contratou é famosa e conhece pessoalmente o futebolista», garante o bruxo.
O jornal El Mundo recolheu o testemunho do bruxo, sob anonimato. O Real Madrid recebeu, na passada semana, um aviso desta personagem, por escrito. Em 2006, em outro serviço, o bruxo em questão lançou o mesmo aviso e viriam a registar-se vários problemas no plantel, como a posterior saída de Ronaldo «Fenómeno».
«Pessoalmente, gosto bastante do rapaz. Mas imagino que ele também goste muito dos guarda-redes a quem marca os seus golos. Ele é um profissional e eu também. Este é um processo progressivo. Para já, frente ao Tenerife, quebrou o seu ciclo de golos, foi substituído e com algum mal-estar», remata o bruxo, com ironia à mistura
.
Fonte: MaisFutebol aqui.

Bruno Aleixo

The Gift: Fácil de entender

No dia do voto e a Charanga

Atava-a pelos ombros, impedia-a de continuar a carregar pratos da cozinha para a sala, ela brusca , sacudia-o.
- Eu voto em quem quiser. O voto é secreto!
- Mas minha filha, tu se calhar vais fazer asneira, tu não entendes bem as coisas, há uma grande responsabilidade no voto.
- Ora, cala-te, respeita-me. Já te disse que o voto é secreto.
- Mas Neves, tu minha filha não percebes bem as coisas.
- Não gosto desse aprendiz de Salazar, vou votar em quem quiser!
Desconsertado, desistia por minutos, sentava-se na mesa e meditava nova estratégia, terminado o almoço e depois da tentativa frustrada de tentar convencer os 6 filhos a votar no Professor Cavaco Silva e ter recebido todo o tipo de insulto irónico e conotações ao fascismo, ajudava-a a levantar a louça. E recomeçava-a.
- Vamos Neves, deixa isso, eu levo-te.
- Deixa-me já te disse, eu vou sozinha, combinei com a Estefânia e vamos as duas votar.
- A Estefânia vota?! Que desgraça, então eu levo as duas.
- Vamos muito bem a pé, obrigado.
Restava o neto para o acompanhar. Foram a pé, lentamente, na expectativa de encontrar as mulheres, que eram maluquinhas e não percebiam nada do que era melhor para Portugal, muito menos ela de esquerda, que se esgueirava com as amigas para os encontros onde os punhinhos conspiravam contra a nação.
- Desculpa Pereira, mas o menino não pode entrar contigo.
- Ó Pacheco, que mal faz, é uma criança, deixa-o ver como se faz isto.
- Ó Pereira, não pode, caralho.
- Vai-te Pacheco, é uma criança.
Cavaco ganhou. O Pereira foi comemorar, o Pacheco veio busca-lo.
- Vê senhora Neves, ganhamos!!!!
- Ó Pacheco, não percebo nada de política, votei por obrigação!
- Ó Pereira, ouves isto?!
Passados uns anos, noutro almoço de Domingo, Pereira de rosto em baixo, recebia novos insultos, comprimia os lábios, não percebia onde haviam falhado aqueles rascas da ponte, aquela juventude, da qual faziam parte os filhos. A crise mundial dos anos 90.
Nunca mais se livrou do epíteto de fascista, ele e o neto, o seu aliado, o pequeno fascista que tocava na flauta o grande hino dos sociais democratas. - Para guiar os ratos! - Como dizia a Neves cor-de-rosa secreta, por causa desses bombistas laranja que depois não vendem à gente uma campa no cemitério. Depois da morte do Pereira tornou-se Social Democrata por sucessão no lugar da mesa ao Domingo.
- Já fui cavalo encantado, agora indiferente, pouco atraente, calado, pesado, Ei! Ei! Ei! - Descarreguem gratuito e legal, electrónica cá da terra - A CHARANGA! Bom voto!

Congratulations President Barack Obama. Ainda vou ponderar se foi bem ponderada a decisão

de quem ponderou e decidiu atribuir o Prémio Nobel da Paz a Barack Obama. Porquê, pergunto-me? Ainda não consegui responder. Vou continuar a ponderar. Até quando ponderarei, não sei. Só sei que ponderarei pelo simples prazer de ponderar, ou de dizer que vou ponderar. À maneira de Marcelo Rebelo de Sousa.
Eu sou suspeita porque gosto particularmente de Barack Obama, do estilo, das ideias, da lufada de esperança que trouxe. Mas isso é suficiente para ganhar o Nobel da Paz? Talvez. Na medida em que deu outro ânimo ao mundo e a cada um de nós individualmente. A mim, deu, pelo menos e sei que deu a um número incontável de pessoas espalhadas pelo Planeta Terra. Será suficiente para ganhar Prémio Nobel da Paz?
De qualquer modo, fico feliz com a escolha e dou os parabéns ao Presidente dos USA, um homem como muito poucos, um Ser muito especial. Yes, we can!
Registo, divertida, a imediata mudança de atitude de Berlusconi, velha raposa, que já não lhe chamou "giovane, bello e abbronzato", mas sim "ecumenico". Isto e o facto de por "lapso" dizer já ter gasto mais de 200.000 euros a pagar a "giudicci e consulenti, voglio dire, avvocati e consulenti", com os 2500 processos em que foi réu. Raposa muito velha, sabe-a toda. Este merecia também um prémio, pelas piores razões. Pelo menos, uma década na choldra.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Ainda Oeiras: melhorar o que está bem para quê, ó candidato Perestrello?

Mudar o que está mal? Para pior ou para melhor?
Se está bem, para quê melhorar?
Oeiras a sério? Todos achavam que era a brincar, ainda bem que avisa.
E, já agora, porque é que não mostra a testa toda e disfarça um buraquinho no queixo?
É por estas e por outras que o arguido já descolou do pelotão...

Cá está um exemplo a ser seguido

Isaltino Morais não vota nele, mas na família e a família retribui, mesmo que lhe tenha que levar miminhos à cadeia. Isaltino vai ganhar com grande distância, deixando Perestrello a asfixiar muito atrás.

O português gosta mesmo é de autarcas suspeitos, arguidos, ou com condenações suspensas. Já é tradição. Por isso, Isaltino para Oeiras, O Major para Gondomar e Fátima Felgueiras para a terra do mesmo nome, quiçá Avelino Torres no Marco de Canaveses. O que está a dar é o saquinho azul.

A nível nacional, por este andar, se José Sócrates vier a ser arguido, ou melhor ainda, condenado no caso Freeport, ou em outros processos menores, será eternamente reeleito, ou mesmo passará a ser ditador com o desejo do povo, caso a Procuradoria da República e PJ armem muita confusão.

É que ninguém ousa colocar isso em dúvida, por quem sois!

António Soares Marques (actual Presidente), PSD
clique para na imagem para ver o Senhor Presidente mais de perto sff

As Sete Magníficas

A montanha amanhecia banhada pelas gotículas de orvalho nocturno. O rio marulhando segredos ecológicos calçava o sopé com uma frescura há muito almejada pelas sete amigas que, finalmente, contra todos as tendências da rotineira e ocupada vida que escolheram, conseguiram reunir-se sem a ausência de nenhuma. A logística do acampamento ficara a cargo da Tê, sempre mais e melhor informada sobre os cuidados a ter em casos destes. A tenda, empréstimo conseguido a custo elevado ao primo da Nocas, que embora nunca tenha sido escuteiro, sempre gostou de participar em arraiais, e que, para o efeito, havia adquirido o respectivo material necessário, era suficientemente espaçosa para as sete magníficas. A primeira a esgueirar-se para o exterior foi Vicky. Apesar de se encontrar num ambiente descontraído, era difícil desligar-se dos seus problemas e as noites de insónia tornaram-se recorrentes desde há uns tempos para cá. Do saco-cama alojado na divisória central da tenda, observando-a espreguiçar-se, Lorena ouviu um cantarolar animado. Tina, a benjamim do grupo e, sem dúvida, a mais expedita, de um salto se ergueu, soltando estridentes gargalhadas.
-Meninas! Toque da alvorada. São horas!
Um resmungo abafado fez-se ouvir vindo do quarto da direita. Era a Nocas, a mais preguiçosa. Passava grande parte do tempo sentada. Costumava desculpar-se com a delicadeza dos seus pés que, com duras penas, já tinham carregado o resto do corpo por tempo demais.
-Cala-te, pá. Nem num fim-de-semana de relaxe se pode dormir profundamente. Sabes bem que só assim consigo tornar o mundo num lugar mais apetecível.
-Vá lá, Nocas! Vê se, pelo menos, nestes dois dias consegues aproveitar o ar puro da natureza. Xana, seguramente a mais idónea e responsável do grupo, fizera-se ouvir. Talvez o facto de ser a mais velha a autorizasse, ainda que inscientemente, a tomar as rédeas da progressão harmoniosa do dia. Xana especializara-se em telecomunicações e, por defeito da sua cultura organizacional, propusera a todas que desligassem os telemóveis. Estavam, assim, desde as 18 horas do dia anterior, sem qualquer ligação ao mundo do qual todas, em total sintonia de anseios, quiseram fugir por umas singelas sessenta horas. Dina, ainda se opusera, nunca tinha estado tanto tempo longe do filho e não se sentia minimamente confortável com a ruptura, ainda que por pouco tempo, do inquebrantável elo que se impusera entre os dois.
Dando mais meia volta calaceira, Lorena mergulhou ainda mais no interior do acolchoado saco-cama. Todas tratavam da confecção do pequeno-almoço ecológico e equilibrado e o cheiro a café quente invadiu a tenda. Irresistível. Tina, com o seu ar bem disposto, entrou na tenda com ar provocador.
-A menina Lorena é servida de um cafezinho?
-Sim, pleaaaaase! Respondeu em tom de sofrimento.
-Levante-se, faz favor, e vá buscá-lo lá fora. Olha-me esta, sua sorna! E de sorriso parido de dentro, preso aos lábios, esgueirou-se novamente para o apetecível bosque que acolhia o grupo. O dia prometia grandes aventuras e, de um salto, Lorena, ainda em pijama e ensonada, esgueirou-se para fora da tenda. As sete amigas de sempre – Nocas, Dina, Tina, Vicky, Tê, Xana e Lorena - que por tempos intermináveis haviam adiado este encontro, conseguiram, enfim, dois dias para conversar, rir, ler, caminhar, correr, ouvir música e até nadar nas águas límpidas do rio que lhes cantarolava na alma. O café estava delicioso.

Conto de sexta-feira : " O Teixeira "

O Teixeira era uma figura impenitente. Não vergava sobre si próprio. Com passos ritmados sustentava sem percalços aquilo que parecia ser uma arroba de batatas dentro do cinto e, assim carregado, entrava no Canal 3, onde era aplaudido pela decadente frente urbana dos anos 90, que tinha levado à ruína aquela magnífica cidade.

Era dos tais que sugeria que investir é em terreno vulcanizado, e investir tudo, porque o Teixeira não se ficava por metades. O granito para o Teixeira era cinzento. E devia ser tratado com dinamite como, aliás, os seus novos comparsas tinham feito. Não se pode dizer que o Teixeira gostasse de explosões e catástrofes. Teixeira tinha fraca memória, estava esquecido dos enormes buracos onde se tinham metido com essas detonações de ganância. Era tão esquecido que em pouco tempo cuspia na mão de quem o arrancou da vala onde, gordo, escavava à procura de pedrinhas de saibro.

O Teixeira estava agora disposto a empreender uma caminhada rumo ao litoral, que parecia brilhar. O Teixeira e os comparsas, que eventualmente ia arranjando, cegos pela cobiça, não viam que o brilho era a pressão atmosférica cada vez mais latente, a anunciar uma calamidade natural, onde seria sugado todo o dinheiro dos pobres portugueses.

- Lisboa brilha – dizia o Teixeira – Se houve um dia um terramoto, foi acidental, devemos apostar nos capitais de risco!

Teixeira devia a Lisboa o mérito de aparecer na TV a cores e aparecia em todos os formatos. Os cinzentões, nos seus ecrãs a preto e branco, viam o Teixeira e tinham pena, mais uma vez a ser delatado por ele próprio, mais uma vez a escavar um buraco em seu torno, praguejando e blasfemando o terreno sólido e granulo onde colheu as suas batatas.

Teixeira era um entre muitos, o menos perigoso deles todos, movia-se dos braços de uns para outros, conforme as conveniências, era maneável, os outros sólidos nos seus obscuros interesses. Teixeira era um pensador fraco, ingrato, mal o chamavam, juntava-se sem preconceito aos usurários, que no cérebro tinham apenas a célula de uns miseráveis tostões, que nem sempre recebiam, do capital do interesse, face a isso, o que receberia o pobre do Teixeira?

Ai que humilhação sentia a terra pela insolência dos seus filhos, que se clamavam pródigos e regressavam sempre na esperança de festejar e partir com novo dote.
Mas dores de parto já não tinha, a terra, porque o Teixeira podia a qualquer momento parir um saco de batatas.