segunda-feira, 2 de março de 2009

SEARA volta, estás perdoado

Se o Sílvio Cervan continuar por muito mais tempo no "Dia Seguinte", espatifo a televisão, como espatifei hoje o telemóvel pela segunda vez, desta feita atirando-o do segundo andar (limito-me a seguir as pegadas do vice-deus; só gostava de saber como é que ele recupera os contactos todos). O melro estragou por completo o programa. Não tem culpa, mas para além do grave defeito clubístico e do nome ridículo (quem é que se chama Sílvio? E ainda por cima Cervan? Ao menos podia ser Sílvio Silva!), tem voz de mulher e tiques de maricas, uma cara irritante e uns óculos que dava gozo pisar vezes sem conta. Pior era difícil. Volta Seara, estás perdoado. Uma magnífica festa do clubismo benfiquista no casino Estoril? Pqp.

Recebida a petição, em carta registada com aviso de recepção


aqui está ele de volta, com dedicatória especial para a Mofina. Ficará só por hoje e amanhã. É uma obra de arte efémera.
Vejam só o ar trauliteiro. Não apetece dar tabefes?

Patético

Nos seus 50 e tal anos, ela era uma menina carente velha. Só desejava esconder-se na saia da mãe. Que a mãe a protegesse como quando era pequenina e ficava doente. A mãe chamava o velho doutor simpático que lhe dava uns xaropes e depois ficava tudo bem. O pai ainda tinha a paz de esprírito para enfiar umas calças e umas saias das bonecas pequeninas nos dedos e improvisava danças e conversas de fantoches. Estar doente não era nada solitário e as pedrinhas do caminho eram-lhe retiradas com todo o amor e boa disposição. Adivinhava o nervosismo da mãe, mas o pai dava-lhe a confiança de que ia ficar boa. E ficava bem logo, logo, dois, três dias.
Nos seus 50 e tal anos, ela era uma menina carente velha e enrugada. O pai já estava morto. A mãe mal se conseguia ajudar a si própria. E ela continuava com a carência da infância. Nada de mais patético.

domingo, 1 de março de 2009

Vivaldi: Quatro Estações, hoje estou no Inverno

Sócgates 2009

Aprendeu umas coisinhas com a campanha de Obama. Pena que nem sirva para capacho de Obama.

http://www.socrates2009.pt/

sábado, 28 de fevereiro de 2009

E estavam todos reunidos,

com rosas vermelhas ao peito. Uns vieram de perto, outros de longe, outros ainda de muito longe, com grande sacrifício pessoal, para adorar, talvez até tocar, o ditador irritadiço do nariz proeminente, que os enfeitiçara por artes mágicas e afins. Mas, de repente, sobrevieram as trevas e a luz não mais voltou. A EDP estava do lado das forças ocultas.
Ele, que sempre gostou de se fazer esperar, longe do templo, continuou a degustar o jantar. Afinal, era apenas um apagão socialista e ele não tinha nada a ver com isso.
-Ó Augusto, volta imediatamente para o hotel e serve-me lagosta suada.

O sonho

Se havia alguma dúvida quanto ao meu estado de destrambelho, retirei-a hoje. Estava a dormir tranquilamente, enquanto sonhava, quando o sono e o sonho foram interrompidos por um irritante despertador electrónico, que insistia em tocar de cinco em cinco minutos, vindo do além. O além era o quarto do meu filho que não acordava com a barulheira, mesmo em cima da cabeça, nem tinha de acordar. Simplesmente se esqueceu de desligar a geringonça. Lá fui eu, irritada, e acabei com o ruído.
Não consegui retornar ao meu sonho matinal, que ora recordo. Sonhava que Cavaco Silva, com uma grande comitiva, estava a caminhar aceleradamente junto ao Castelo do Queijo, onde teria de fazer uma maratona circular em marcha de 10.000 metros. Enquanto caminhava, falava para os media. Falava aceleradamente. Falava de economia, não para se queixar da crise, mas enquanto especialista, e criticava duramente o governo por causa de ter deixado fechar uma empresa com não sei quantos mil trabalhadores, por não saber legislar e por se ter tornado ditatorial. No entusiasmo do discurso, mandava perdigotos (também apelidados de fernandinhos) para os microfones e tropeçou num buraco, quase caindo de queixos, não fora um segurança atento.
Numa duna junto ao Castelo, ostensivamente de costas e com um microfone, indiferente à fúria da comitiva, aquele tipo do "Vai tudo abaixo" tocava numa gaita de beiços a melodia característica do programa: tititi titititi tititi titititi...

Cúmulo da aldrabice

Segundo o próprio Sócgates, o nosso pinóquio institucional recandidata-se a primeiro-ministro “em nome da ética democrática”. Porque, considera, “há um combate decisivo a travar pela decência na vida democrática”. Violinos de fundo, por favor, enquanto a frase é declamada.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Excertos de uma conversa com Funes, em que ele me tentou levar para o escutismo


Em tempos, Funes, apaixonado, disse-me estas palavras:

"No escutismo tudo é um doce sonho. Ouve-se falar da Ilha de Browsea, De Gilwell Park, sobre toda aquela mística, aquela fraternidade, aquelas aprendizagens maravilhosas. Devias experimentar Saphou. Ouve-se contar sobre os Jamborees passados, sobre o ultimo Mundial, sobre os acampamentos em outros locais.Passam-se os dias, passam-se os sábados, o escuteiro interessado, aprende, estuda, lê, diverte-se, acampa com a maior boa vontade, rasga as roupas, fere as pernas, enfrenta problemas, discute as realidades, chora no Fogo de Conselho, anima-se com a Jornada. Sobe ao cume da montanha, onde está uma rosa estanqueira, quanto mais a rosa cresce, tanto mais o cume cheira. Desculpa a brejeirice, mas estava a ficar emocionado demais, tive que aliviar o clima. O escuta alegra-se ao ser Escuteiro da Pátria. Mas o tempo continua a passar, prepara-se para a ponte pioneira, para, quem sabe, ser chefe da escuteirada. Recorda as palavras de BP, que para ser possível basta tirar o IM da palavra...O escuteiro apaixonado continua o Movimento Amar, com todo aquele pique de garoto, com todo o amor ao fundador, com toda a vontade de continuar a caminhada que pode levar mais um jovem a recomeçar a poesia por BP inventada. Junta-te às Guias Saphou, já que ainda não há escutismo para raparigas. Mas terei o prazer de te ver de farda, e podemos sempre brincar juntos no bosque a aprender a fazer nós em cordas e acender fogueiras com duas pedras".

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Com ternura, para a Procuradora dos Anjos de Torres Vedras e para os bravos da PSP de Braga: comprem um Nokia

Já não se pode confiar em nada!

Depois da Senhora Procuradora-adjunta dos Anjos, agora é a PSP que vem recuar e devolver os livros pornográficos por ordem dos Chefões. Mas o que é esta merda?A PSP de Braga estava proceder de acordo com a moral e os bons costumes. Já não se pode confiar nem no Ministério Público, nem na Polícia? Estavam a ir tão bem no Portugal mais salazarista e muito mais corrupto do que no tempo de Salazar, que descanse em paz e só fez bem à nação, e agora a moda é recuar? Não há blog que aguente! Num curto espaço deram-me cabo de duas postas, para usar a expressão do Engenheiro. O pior é se a moda dos "arrecuas" pega em todas as instituições do país.

http://ww1.rtp.pt/noticias/?headline=98&visual=25&article=389472&tema=5

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Equação

+
=

É assim mesmo, os valores da moral acima de tudo!


"Braga: PSP apreende livros em feira por capa «pornográfica». Cinco exemplares de um livro sobre pintura foram apreendidos no domingo, na Feira do Livro em Saldo e Últimas Edições, em Braga, por a Polícia de Segurança Pública (PSP) considerar que o quadro reproduzido na capa «é pornográfico».
Três agentes «pegaram em cinco» exemplares do «Pornocracia», com o argumento de que «a capa apresenta cenas com conteúdo pornográfico», explicou o organizador da feira, António Lopes, em declarações à TSF.
A imagem reproduz «A Origem do Mundo», de Gustave Courbet (http://pt.wikipedia.org/wiki/Gustave_Courbet), tido como fundador do Realismo. Trata-se da sua obra mais conhecida, por expor as coxas e o sexo de uma mulher.
As autoridades ainda «constituíram um funcionário presente» como arguido, explicou o responsável, «muito indignado» com o incidente, acrescentando que irá queixar-se, nem que para isso seja preciso dirigir-se à Presidência da República.
A PSP adiou as explicações sobre o sucedido para quarta-feira".

Achamos muito bem, acabar com esta pouca vergonha em que o país se tornou. Já era preciso o retorno da censura. Essas mulheres desnudadas a desfilar em cortejos carnavalescos também devem ser apreendidas. Ouviram bem, apreendidas. E mais de 50% do conteúdo das televisões, começando pelas telenovelas em que os tipos se beijam na boca, até ao cinema que ousa mostrar pessoas nuas a praticar o sexo ( e o cinema português parece fazer gala disso). Tudo apreendido. Revistas Playboy, Maxman e afins, apreendidas. Já era altura de alguém vir zelar de novo pela moral sexual neste país. O primeiro ministro quer casamentos entre homosexuais pois, a seu tempo, será apreendido!
Depois de apreendidos, devem ir todos para a sala de espólios de um qualquer tribunal mofento, pessoas e objectos.
E esse Gustave Courbet, um imoral, deveria ser apreendido. Mesmo morto. Era um sacana anarquista. Apreendido junto com os imorais na sala de espólios. De preferência, uma sala infestada de pulgas. Os seus herdeiros espoliados de tudo o que herdaram do antepassado indecente. E os outros pintores e escultores, mais caricaturistas e afins, que para aí andam, não se ficam a rir. Tudo apreendido. Não são pessoas, são coisas abjectas. Como os tipos que fizeram as caricaturas do Maomé. Têm todos muita sorte em não ir para a fogueira. Seria o ideal. Talvez se arranje.
A PSP sabe muito bem o que faz. É a autoridade. Respeitinho e bola baixa.
As únicas faltas de moral que, apesar de tudo, devem continuar ser admitidas são a CORRUPÇÃO e a MENTIRA. Desde o tipo que passa à frente do mais qualificado para cortar bifes porque tem um amigo que manda na secção do talho no hipermercado, ao tipo da mercearia que põe cartão debaixo da balança, ao Conselheiro de Estado que tem uma estranha amnésia na Comissão Parlamentar, não desfazendo dos banqueiros e do nosso do Primeiro Ministro, todos são impecáveis a este nível. Devem ser recompensados.

Estou doente, sem diagnóstico. A incerteza é das piores coisas que nos podem acontecer. Há que esperar, pacientemente, dizem os anormais dos médicos, que não estão doentes. Parece uma partida de carnaval. O mundo que se lixe! Devia ser tudo apreendido. Os fp dos vírus e bactérias à frente.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Espantalho

Preciso de um que me afaste a febre e as dores. Calada pela doença. Esta vida são dois dias e eu sinto-me no fim do segundo. Aproveitem o Carnaval, que são três.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Ditado que se tornará popular entre os benfiquistas, por Saphou

Considerandos:
1) Considerando experiências anteriores menos agradáveis (nomeadamente, com o homem do talho),
2) Considerando que os senhores costumam dar kicks em quem não faz flores,
Saphou prevê o seguinte ditado popular entre os adeptos do campeonato da 2ª circular, à esquerda, quem vai do norte:
"De Espanha, nem bom goleador, nem bom treinador"

Da solidão e outros males

Nunca lhe fizeram uma festa surpresa, apesar de já ser velha. Nunca a convidaram para madrinha de uma criança, nem a sua melhor amiga! Nunca foi a uma festa de carnaval. Nunca viajou para destinos exóticos.
Os outros, nas férias e nas "pontes", vão para a neve, vão para a quinta, vão para a aldeia, têm sempre um sítio paradisíaco para onde ir.
Ela permanece na sua pequena casinha assombrada pela sua vida e os seus fantasmas. Já não se lembra de ter férias fora dessa casa. Da aldeia longínqua onde nasceu já nada lhe resta, a não ser o túmulo, no adro da igreja. Tem uma vista magnífica, com os montes em volta e o rio Tua ao fundo. Mas agora até lhe dizem que não vai poder ser enterrada junto com os seus, porque já não permitem enterros fora do cemitério.
Nunca obteve nada por que não tivesse que lutar muito, desgastando-se a estudar e a trabalhar para se sustentar e sustentar os outros. Esteve sempre disponível para os outros, não sabe bem porquê, talvez por achar que esse era o seu dever. Sempre cumpriu os seus deveres.
O companheiro de sempre, com quem discutia quase diariamente, morreu. Os filhos foram para longe. Com sorte, recebe um telefonema uma ou duas vezes por mês. Nunca os visitou, porque o oceano é imenso e nunca ultrapassou o medo de andar de avião.
Hoje está um trapo doente, já nem tem coragem de conviver com ninguém. O mais difícil, aliás, é conviver com ela própria e o seu sofrimento permanente. Não gosta daquilo em que se tornou. Amarga, com um espírito incrivelmente velho quando comparado com a idade física. Ora chora, ora se enche de raiva. A solidão é a sua companhia diária. A tristeza ainda é maior em dias de sol e festa, quando o mundo se diverte. A sua incapacidade fica mais a nú.
Já não sonha, mas teme. Está incrivelmente doente, não sabe bem de quê. Sente-se doente. Droga-se para adormecer e esquecer.Quando acorda, a realidade ainda é mais cruel.
No entanto, continua a cumprir os seus deveres. Quando os filhos telefonam, coloca a máscara e inventa que está tudo bem.

Ohhhh! Afinal, os nús dos Magalhães foram aceites...

Tanto trabalho com o post e a Procuradora-adjunta muda de opinião! Assim não vale, já um blogger não pode confiar em nada. Será que o grande chefe Pinóquio mandou um recadinho por algum subchefe?

Resposta ao desafio de Blimunda

1. Fiz a segunda classe na escola primária da Povoação, na ilha de S. Miguel.
2. Tenho um gato e um cão que se são muito mal e me sujam a casa consideravelmente.
3. Sempre que posso, nado nua na piscina ou no mar ao anoitecer.
4. Durante 4 anos fui vegetariana.
5. Namorei com três tipos ao mesmo tempo, sem ir para a cama com nenhum e sem que nenhum descobrisse. Uma seca e uma trabalheira.
6. O meu livro preferido é "Cem Anos de Solidão".
7. Uso sempre decotes muito arrojados.
8. Faço as melhores sopas de Portugal e arredores.
9. O beijo mais fantástico que dei foi no meio de um riacho numa noite de lua cheia, algures na Europa.

Resposta ao desafio de Luís Maia

1. Poucos anos após o 25 de Abril, vendia jornal "A Merda" junto do liceu Rainha Santa Isabel.
2. Tenho bigode, barba e falta de dentes.
3.Era a melhor jogadora de Ping-Pong no liceu.
4. Estive 9 anos na FEP (Faculdade de Economia do Porto).
5.Vivo num andar com vista para o mar de todas as janelas.
6. Sou uma menina da Faculdade de Letras.
7. Às oito da manhã podem encontar-me a caminhar na praia, excepto ao fim-de-semana.
8.Sou especilista em arte moderna e contemporânea.
9. A única vez que entrei num estádio de futebol foi num comício na campanha do Freitas do Amaral para presidente, ignorava que o senhor se ia tornar um tótó. Além disso, é meu primo por afinidade.