terça-feira, 25 de novembro de 2008
O Natal está on
A Árvore de Natal Zon já brilha, no cimo do Parque Eduardo VII, em Lisboa. É a maior árvore de Natal da Europa e, sempre que estiver iluminada, pode ser vista de vários pontos da cidade.
Ao todo, a árvore levou 1 625 000 microlâmpadas e quase 13 quilómetros de mangueira luminosa, assim como 1 500 lâmpadas «bolinha» e 90 estrelas néon. A iluminação da árvore aconteceu no dia 22 de Novembro à noite e foi antecedida de um grandioso fogo de artifício.
Ao todo, a árvore levou 1 625 000 microlâmpadas e quase 13 quilómetros de mangueira luminosa, assim como 1 500 lâmpadas «bolinha» e 90 estrelas néon. A iluminação da árvore aconteceu no dia 22 de Novembro à noite e foi antecedida de um grandioso fogo de artifício.
Um trabalho meritório da Zon. Há que distrair o povo e dar-lhe trabalho de curta duração, para comprar as tradicionais prendas inúteis.
Não sei se a fauna do Parque gostará de fazer tudo às claras. E daí, ainda cobram uma sobretaxa pelos efeitos especiais.
Para informações mais detalhadas: www.zon.pt/arvore/
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Natal Zon
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
Respondendo a Eça
Quem me conhece sabe que um dos meus escritores favoritos é Eça de Queiroz. Guardo fervorosamente os dois volumes de "Uma Campanha Alegre", editados pela Lello & Lello.
Sempre adorei o comentário intitulado "Uma nova penalidade", em que Eça desmonta, pelo absurdo, o raciocíno do juíz que condenou um marido a varrer as ruas de Gouveia, porque assassinara sua mulher e a partira aos pedaços.
Na sua ironia notável, Eça questiona se Gouveia será uma localidade com tal imundície que se equipare a pena de degredo varrer as suas ruas. A província está cheia de mistérios. Ou se, pelo contrário, varrer as ruas terá deixado de ser um emprego municipal para ser uma pena infamante. Neste caso, corre-se o risco de deixar de haver varredores, dado que nenhum cidadão quererá a incumbência.
Em suma, questiona Eça: "Que a justiça nos esclareça sobre estes pontos: se limpar as ruas é uma penalidade nova, e se, a troco de quatro vassouradas, qualquer cidadão pode ter a vantagem de espatifar sua esposa; se a imundície especial e pavorosa das ruas de Gouveia torna realmente essa pena igual à de degredo; ou se o sr. juiz de Gouveia entende que matar a esposa é acto tão meritório, que merece um emprego remunerado pela câmara".
Pois bem, caro amigo, apesar de não ter um cargo público, e com uns anos de distância, eu respondo-lhe.
Fazendo uma interpretação actualista da sentença, afirmo o seguinte:
Considerando que o movimento de libertação das mulheres, já de si um fracasso, chegou a Portugal ainda mais distorcido e prejudicial;
Considerando que o macho lusitano continua no seu empregozinho, mais ou menos merdoso, e nos seus hobbies, estando-se nas tintas para tudo o resto;
Considerando que as mulheres, além de terem que trabalhar para sustentar a prol, devem ser belas, fazer as lides da casa, e ainda aguentar com o mau humor dos conjuges, ou namorados adoptados e das crias,
Considerando as ausências do típico macho lusitano em viagens de negócios, reuniões, jantares e afins;
Considerando que o típico macho lusitano mente por sistema, pelo que a raça é conhecida pelo tamanho descomunal dos seus narizes;
Considerando que se fazem de santinhos quando lhes convém, ou seja, porque querem algo ou fizeram algo errado, sendo que o período de santidade é sempre de muito curta duração;
Entendo que o sr. juiz de Gouveia era um visionário. Não no tocante a matar a mulher, mas a acabar com o marido. Essa espécie, seja em união de facto, seja em união civil, seja unido pelos santos laços do matrimónio, ao fim de cerca de 5 anos de casamento, deve ser considerada como pertencendo ao grupo dos parasitas. Os parasitas não são bons para o planeta terra, por isso devem ser eliminados. Eliminar o esposo e, eventulamente cortá-lo em cubos, ou triângulos, deve dar lugar a emprego remunerado pela Câmara ou até pelo Ministério. Mas um emprego bom. Faça-se um upgrade. No mínimo, acessora de qualquer organismo público.
Já matar a mulher é outra história. Salvo casos absolutamente excepcionais, deverá redundar em pena de degredo para o Iraque, Afeganistão ou Sudão. A Coreia do Norte também não está mal, porque entram logo na linha.
Esta que muito o admira,
Saphou
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Eça de Queiroz
domingo, 23 de novembro de 2008
O simulacro
O simulacro de sismo, segundo a Protecção Civil, foi muito útil para detectar as falhas. Ao que parece, teriamos quinado quase todos. O simulacro do sismo está ao mesmo nível do desnecessário e humilhante jogo amigável contra o Brasil.
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simulacros
Dos buracos negros
Fala-se muito dos buracos negros nas diversas galáxias e dos diversos tipos de buracos negros. Provou-se que no centro da nossa galáxia existe um buraco negro e que no centro da galáxia que está em rota de colisão com a nossa existe também um buraco negro. A fusão dos buracos negros vai ser um show de pirotécnia de tal ordem que o fogo de artifício no São João do Porto ou na passagem de ano na Madeira ficaram para sempre envergonhados, de tal modo que não ousaram reaparecer. O próprio país desaparecerá, com a vergonha.
Do que ninguém fala é dos micro buracos negros que existem nas nossas casas e escritórios. Pairam na atmosfera como quem não quer a coisa, mas papam e transforam em anti-matéria sempre os mesmos objectos.
Desde logo, as canetas, dos mais diversos tipos, cores e feitios e todo o tipo de lápis. Não contentes, sugam as borrachas e aparadores (aguças cá no norte), clips e afins.
Mas não se ficam pelo material de escritório. Não há ganchos de cabelo, nem fitas ou elásticos que lhes resistam. E agora alargam o suganço às agulhas, botões e outras merdinhas do género.
O pior é que estes buracos só são perceptíveis por seres muito sensíveis às vibrações do universo, como eu. A familória que comigo habita tem formas demasiado espessas para compreender o etéreo. Cambada que insensíveis, acham sempre que a culpa é minha.
-Emprestas-me a tua caneta, porque a minha desapareceu? Não, porque tu perdes as canetas todas.
-Tens uma fita para eu fazer um rabo-de-cavalo? Não, porque depois não tenho para o basquete, tu nunca as devolves.
Tenho eu que aturar estes imbecis ignorantes. Nem me vou dar ao trabalho de explicar como é que um buraco maiorzinho transformou em anti-matéria a chave de casa.
Tenho eu que aturar estes imbecis ignorantes. Nem me vou dar ao trabalho de explicar como é que um buraco maiorzinho transformou em anti-matéria a chave de casa.
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teoria dos buracos negros
Clube de Leitura
Se vendem medicamentos em hipermercados, também podem vender livros em bombas de gasolina. Mas sempre pensei que seriam livros populachos, coisa de segunda. Fiquei chocada ao ver o meu eterno venerado no escaparate giratório da GALP. Alí, sem pudores, exposto entre os iogurtes e a comida para cão. De GABRIEL GARCÍA MÁRQUEZ, "A hora má: o veneno da madrugada". Ainda em estado de choque, qual foi a minha reacção? Comprar de imediato o único exemplar. Não fosse um paspalho comprá-lo. Traí um amor que remonta a "Cem Anos de Solidão". Ser obrigada a comer um pacote de batatas fritas com sabor a churrasco, seria uma penitência adequada.
Alguns livros deveriam ser apenas vendidos em templos literários, como a Lello, nos Clérigos.
Funes deve estar a rebolar de contente. Sempre preferiu Borges. Nem admite comparações. Não rirá por muito tempo. Nenhum autor escapa à fúria das gasolineiras.
Por último, uma sugestão de leitura para o interminável Domingo: "Os Anicetos também trabalham", de Linda Hayward e Irene Trivas, Col. Rua Sésamo. Este só se vende em locais de eleição.
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Clube de leitura
sábado, 22 de novembro de 2008
"Quantum of Solace" ou o fim do 007
Acabou a lenda. Acabou o 007. "Quantum of Solace" é tudo menos um filme do 007. O protagonista nem é belo, nem charmoso, é mais pró trolha ucraniano, embora os trolhas ucranianos lhe fiquem a ganhar por largos pontos (há-os bons como o milho).
Não há gadgets. O cientista não aparece uma só vez. O pseudo 007 nem fechar um tipo com souplesse sabe. Tem que arrancar o puxador, o brutamontes. A crise é tal que usa as pistolas que vai encontrando. O Austin Martin só dura uns escassos minutos.
Os vilões tornaram-se banais e fazem exigências que qualquer criminoso da terceira divisão distrital faria. Enfim, acabou uma era (embora eu me esteja nas tintas).
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007
Quem me dera ser administrador
No ano passado aventurei-me a ir a uma reunião de pais porque não percebia nada do que se estava a passar no 10º ano da sui generis escola dos meus filhos.
Uma grande amiga fez-me de imediato membro do Conselho de Pais da dita escola. Não pude recusar. Como faltei às duas e únicas reuniões seguintes do ano lectivo 2007/2008, achei que este ano devia ir à 1ª reunião, nem que fosse por consideração para com a minha amiga.
Tivemos um "special guest", pessoa absolutamente extraordinária, que fez uma apresentação em "power point", com muitos círculos coloridos, deixando-nos cada vez mais extaziados com a sua presença e as suas ideias para a escola. Todos os pais/mães estavam rendidos.
Terminada a apresentação, seguiu-se o período de perguntas e respostas.
Um dos membros da administração achou por bem abrir esta fase, com os devidos respeitosos agradecimentos.
Disse, e passo a citar: "Mr. M...we liked very much of your balls...I mean not those balls, the other balls".
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Administradores deste país
BPN
Depois da entrevista de ontem de Dias Loureiro (no programa "Grande Entrevista"), questiono: o tipo está a dar uma grande tanga, ou é anjinho? Em qualquer dos casos, é isto quanto basta para ser Conselheiro de Estado?
Estou na fila. Acho que sou melhor.
As famílias conhecidas de apelido Loureiro tendem a dar asneira.
Estou na fila. Acho que sou melhor.
As famílias conhecidas de apelido Loureiro tendem a dar asneira.
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Loureiros
Disparates
Falo, com todos eles a ouvir atentamente as inutilidades que transmito.
Imagino que as letras se materializam e ficam suspensas na sala. Que poluição divertida! Uma cortina de letras coloridas entre nós. Umas em bold, outras em itálico, Arial, Times New Roman, ou mesmo Webdings, algumas sublinhadas. Umas maiores, outras menores. Teria que soprar as letras para os ver.
Tudo isto penso, ao mesmo tempo que um raciocínio claramente exposto é partilhado e apontado avidamente por eles. Notável esquizofrenia.
De vez em quando, interrompo para umas piadolas motivadas pelas mais diversas causas.
O som de um telemóvel é motivo habitual.
- Gosto desse, é muito melhor do que o de o ano passado. Ahhh... Bach! Todos se riem.
- Podemos estar a gelar aqui, mas temos o privilégio da vista para o duplex de Jesualdo Ferreira.
- Baltazar, coma os rebuçados que lhe dei para estar calado.
-A si só respondo se fizer aqueles trejeitos com a boca como faz na televisão. Não trouxe o bigode, diz ele. Então, respondo-lhe quando trouxer o bigode.
Dou alguns exemplos de como não se pode resolver o contrato havendo entrega com espera de preço, a menos que se reserve a propriedade ou se coloque no contrato uma cláusula resolutiva expressa. Uso o Kadafi dos pneus que sempre fica na memória e é sucesso garantido.
De repente, entra o Senhor Alfredo. Um exemplo de profissionalismo. Assino a folha. Olho para ele enquanto se afasta. Tem algo de estranho debaixo do braço. A cor e a forma são-me familiares.
-Ó Senhor Alfredo, porque é que leva embora a minha carteira?
O homem cora, como se fosse acusado de furto à frente de uma multidão.
-Esta carteira estava lá fora, num banco, e alguém me disse que era melhor levá-la para a recepção antes que desaparecesse.
Risada geral. Agradeço muito ao Senhor Alfredo e ao Universo. É a segunda vez que perco a carteira hoje. Ontem perdi o cachecol. Mas algo em mim atrai os objectos, tendem a retornar.
De repente, entra o Senhor Alfredo. Um exemplo de profissionalismo. Assino a folha. Olho para ele enquanto se afasta. Tem algo de estranho debaixo do braço. A cor e a forma são-me familiares.
-Ó Senhor Alfredo, porque é que leva embora a minha carteira?
O homem cora, como se fosse acusado de furto à frente de uma multidão.
-Esta carteira estava lá fora, num banco, e alguém me disse que era melhor levá-la para a recepção antes que desaparecesse.
Risada geral. Agradeço muito ao Senhor Alfredo e ao Universo. É a segunda vez que perco a carteira hoje. Ontem perdi o cachecol. Mas algo em mim atrai os objectos, tendem a retornar.
Estou tentada a deixar notas de cem euros (não conheço as de 500) pela rua só para provar esta nova teoria da atracção.
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Cérebro meltling down
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