terça-feira, 4 de maio de 2010

Ó pá, tens dois mil milhões de Euros para me emprestar?

-Não.
- Vá lá, mutua-me, que eu sou teu amigo, até te eliminei no Euro 2004! E pago-te a um juro de 5%. E tens que estar in, na estratégia 20 20.
 -E que garantias me dás?
-Nenhumas, pago cum potuerit, ou mesmo cum voluerit.
-Assim está bem, se me desses garantias não tinha piada nenhuma. Além de seres um amigão do caraças, pá, ganhares-me duas vezes, à entrada e à saída, em 2004, foi altamente. Vou contrair um mútuo para te mutuar a quantia. Faz todo o sentido. Dá-me a tua camisola  por seres são fantasticamente insolvente e superior. O meu sonho é ser como tu. 
-Tê-la-ás, mais cedo do que pensas, ou não me chame Ελλάδα, ou Hélade, para os parolos. E podes seguir-me o exemplo, os tipos do rating até já te acham meu irmão gémeo.
-Resta-me uma dúvida: quem faz de Dona Branca?

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Sonhei com elas, tão lindas, comovente!

Pegue numa se quiser acertar, com muito fair play, na fuça de um deles.
Pode-as pintar previamente de azul e escrever: guardem os foguetes que o Domingos tem Paciência, mesmo que, a propósito do Campeonato, JJ diga, expressivamente, em jorgrugnhês: "temuze-o na mão, naturalmente que vamos ganhar, apenas adiamos a festa uma semana e vamos fazê-la em casa", desrespeitando, como é próprio do seu carácter animalesco, pela enésima vez este ano, o treinador bracarense, que tem paciência de santo e devia ser abençoado pelos arcebispos de todas as eras da cidade (Também não convém descatar a hipótese de o grunho líder da asneira gráfica dar tanta tareia aos jogadores durante a semana a ponto de imobilizar os que restam, veja-se como ele ameaçou o Cardozo, a ponto de o quatro árbitro lhe ter aconselhado alguma piedade para com o rapaz). Que besta!

domingo, 2 de maio de 2010

No Dragão, mandam os que cá estão!

A superioridade do FCP!
Adiem os festejos lampiões, mesmo a jogar com 12 contra 10, ainda não é hoje,
e muito menos aqui no Porto.
Bolinha baixa, directos para Campanhã, para o comboio e escoltados!

PS: Já que contratam o Gaitán, contratem também o Bafode Carvalho, grande médio do Oliveirense.

Saphou espreita à janela, com o seu cabelo ao vento

clique na imagem se desejar ver o barco ao fundo
(Salvador Dalí, Mujer en la ventana en Figueras. 1926)

Por hoje, serrei as grades.
Limpei a casa.
Não sei se ouso ir lá fora,
Mas respiro a maresia,
e entoo a canção mentalmente .
A lua ainda permanece
com as memórias
da que foi menina
amada em tempos,
agora uma velha
senhora
espancada pelo antigo amor,
quatro vezes espancada!
Atazanada pelas crias adolescentes.
Amaldiçoada pela mãe insana.
E, contudo,
abre a janela
olha o mar,
sente-o,
respira-o,
que mais importa?
Esta mulher é uma sobrevivente,
como tantos milhões de outras,
sustenta a casa sózinha,
com medo ou sem ele,
alimenta os que a corroem,
é burra?
Xô, poeira, xô!

terça-feira, 27 de abril de 2010

O QUE ESTARÁ PARA LÁ DAS GRADES*

Todo o conteúdo deste post, incluindo a fotografia, foi "subtraído" ao blogue Claras em Castelo da nossa amiga Marta. Estou certa que não levará a mal, pois não Marta?

Foto de Jorge Monteiro, tirada O MEU OLHAR - FOTOGRAFIA

Eu.
Grades, ferrugentas, encravadas na pedra retêm-me.
Não sei a razão do meu permanecer, sei que não quero sair, sinto-me bem neste aprisionamento e, de vez em quando, muito de vez em quando espreito para fora sem ver grande coisa que a grade é alta, mas vislumbro cinzentos onde me sinto bem, azuis e é altura de me recolher.
Não quero azuis na minha vida, menos ainda rosas.
O preto reveste-me, a sombra é o meu reino, reino de loucura onde o choro é gargalhada e grito soa como riso e rio, rio, rio demente.
Nem um raio de luz nestas trevas e quando aparece, procuro o carcereiro para o fazer desaparecer.
Ah! Ser carcereiro de mim e não o perceber*

Nome "roubado" da fotografia de Jorge Monteiro

segunda-feira, 19 de abril de 2010

A morta viva

Ela estava com dores de cabeça há onze dias. Arriscou num dia de sol e chuva procurar uma esplanada. Calhou-lhe a chuva mas, persistente, insistiu na esplanada. Parece que muitos outros insistiam, naquela, que tinha cobertura.
Precisava de ar, para ver se a dor de cabeça a deixava a par com o medo e o desespero.
Sentou-se com o olhar vago de quem tem quase meio Século e foi atirada ao tapete. Pediu uma tisana.
Foi aí que vislumbrou o olhar de outra mulher, um pouco mais jovem do que ela. O olhar hipnotizou-a.
Era o olhar da vida. O olhar brilhante de quando ela tinha 15, 20 anos. Não importava a  chuva, para essa outra mulher, nem o cheiro opressor de cigarros fumados uns atrás dos outros a toda a volta. Tinha o cabelo molhado e falava muito, sorria, mas o olhar era impressionante. Ali estava VIDA, sonho, alegria genuína.
Enquanto ela estava neste delírio desejando ser a outra, com a cabeça a latejar, apareceu um antigo aluno. Deu-lhe dois beijos. Disse que estava a chegar de Nova Iorque onde tinha trabalhado nas Nações Unidas, tinha projectos de VIDA fantásticos.
Ela ficou genuinamente feliz por ele, por quem sempre teve um carinho especial. Voltou a ver a vida nos olhos da senhora ao fundo. Já eram duas pessoas com VIDA.
E ela, a falhada, com dores de cabeça há onze dias? A que tinha deixado a emoção tomar-lhe conta da inteligência? A desilusão suprema? Ela não pertencia àquele mundo dos VIVOS.
Retirou-se com as lágrimas nos olhos. Ela podia ter sido assim. Mas não fora.
Até hoje ninguém mais soube dela, dizem que anda por aí, transparente, agarrada à cabeça com uma terrível expressão de dor e desalento. Raios que a partam, já que está trovoada.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Anónimo do Séc XXI

O Tudo, empanturrado de nadas, não medita no Nada, o único que o poderia encher.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Anónimo do Séc. XXI

Sei que aspiras ao nada minha discípula, mas o nada começa a  irritar-se contigo.

Anónimo do Séc. XXI

É árduo viver com um pelotão de fuzilamento como família.

sábado, 10 de abril de 2010

My deepest respects to Poland and to the polish people, to the victims and their families

strange dark coincidence of fate, assuming it was a terrible accident, ...
(picture by Wojtek Siudmak)

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Para a Mac, depois de muuuuito "champagne"! Bazooka bubble gum é tendência em todas as hortas. Agora os legumes apanham-se assim ou melam.

O dia está estranho...mas pode ser que se componha mais logo à noitinha

-impediram um diplomata do Qatar de deitar fogo aos seus próprios sapatos, só porque estava num avião;
-descobriram uma nova espécie de lagarto com dois pénis e outras características interessantes;
-meti o papel higiénico no frigorífico;
-é portuguesa a campeã de cross do mundo em veteranos. Rosa Oliveira treina num campo agrícola de Joane, Famalicão, graças à boa vontade da proprietária, que cortou o milho para fazer uma pista;
-o concerto dos bimbos dos Tokio Hotel foi um fracasso;
- só espero que o Rafa não me deixe ficar mal...sem ar condicionado, nunca se sabe! (acrescentei esta 2ª parte da frase graças à Blimunda)
....
Obrigada Rafa Benitez por esta alegria! Curioso que o caracoletas (Rui Santos) não tenha dito abertamente estar o Liverpool a jogar melhor e o Benfica a jogar mal. Segundo o pseudo-comentador, foi o factor F (seja lá o que isso for, por acaso gostava de esclarecimentos) que faltou aos não invencibéles, mais o culpado campeonato português que coloca os jogadores muito cansados e, claro, o árbitro também teve o seu pequeno contributo. Porque é que não arranjam comentadores em condições? Venham os Freitas Lobo e Ribeiros Cristóvão.
Quanto a Jorge Jesus, não fez as melhores opções estratégicas, como todos viram. O treinador até se comportou bem na flash interview, não bateu em ninguém e articulou algumas frases correctas, mas não entendi esta: antes do primeiro golo estavamos a jogar melhor, depois do segundo "tivemos que ir à procura da desvantagem". Só se estava a ser literal! Nem entendi a deculpabilização antes do jogo, dizendo que os jogadores estavam cansados e que a prioridade era o campeonato. Tacticamente, só fez borrada: em cinco defesas, mexeu em quatro! Benitez 5- JJ-0. Benitez comeu o JJ em inteligência e táctica. O JJ é um jerk ao pé de um treinador a sério. Caiu na armadilha que nem um tótó!
Lamento muito, no meio disto tudo, o traumatismo craniano sofrido por Júlio Cesar, apesar do palerma do JJ querer que ele continuasse a jogar! O guarda-redes visivelmente mal e o palerma a gritar "aguenta!". Espero que Júlio César recupere rapidamente, que é o que realmente importa.
Para bem do Braga, não me importaria que JJ tivesse um ataque de fúria no balneário e batesse nos jogadores, um a um. Parece que não seria nada de novo, segundo os boatos. Já agora, aconselho que comece por bater em si próprio. O principal culpado desta agradável derrota.

Esta noite

uma voz murmurou ao meu ouvido: "uma voz que de noite murmura ao teu ouvido, não existe".

Depois da morte, curto diálogo de origem Zen

-Mestre, que sucede ao homem avisado depois da morte?
-Não sei.
-Não sois um homem avisado?
-Sim. Mas não estou morto.

terça-feira, 6 de abril de 2010

A Insustentável Leveza do Ser

Tinha uma vontade brutal de fazer qualquer coisa que a impedisse de voltar atrás. Tinha vontade de anular brutalmente os últimos sete anos da sua vida. Eram as vertigens. Um enebriante, um incontrolável desejo de cair.
Poderia talvez dizer que ter vertigens é embriagarmo-nos com a nossa própria fraqueza, queremos abandonar-nos a ela. Embriagamo-nos com a nossa própria fraqueza, queremos ficar ainda mais fracos, cair por terra em plena rua à frente de toda a gente, ficar por terra, ainda mais abaixo que a terra.
In: A Insustentável Leveza do Ser - Pag. 89, Milan Kundera

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Tudo tem um fim

Hoje chegou ao fim o blog da Saphou. Abolido o relacionamento inter-pessoal do mundo analógico, esta era a janela que ela encontrou para se relacionar com o mundo. Amigos virtuais, com  existência própria. Nem esperava fazer amigos reais, sempre através do filtro do mundo virtual, mas a verdade é que os fez.
Mas já nada mais lhe interessa. Isola-se por ora. Mesmo do mundo virtual. O sofrimento não deve ser partilhado, é o seu lema. O fim é sempre triste, por vezes brutal, impiedoso. Mais valera não haver início.
Saphou apenas aspira ao nada.
Pode ser que um dia ressuscite. Quem sabe. Até lá, obrigada a todos os que passaram por cá.

sábado, 27 de março de 2010

Ouço Passos de Coelho, será o da Páscoa?

Não! És tu Pedro, que ingauguras a época passista no saco de gatos. Agora é que vão ser miaus e arranhões por todo o universo laranja. O Paulo maizena vai deixar Montesquieu só, nem mesmo levado ao colo pelos barões lá chegou, vai continuar a pregar a retórica barroca na freguesia da Europa e Aguiar-Branco, um gentleman, volta para a Invicta, onde está bem. O saco dos notáveis revolta-se pela calada, mas tu Pedro, serás suficientemente inteligente e experiente para Outro atirar a toalha ao chão?Tens que pensar, maquinar muito, ele é um tipo do aparelho rosa muito mais experiente do que tu, com um curriculum que fala por si e pela imprensa. E os que vêm de dentro? Punhaladas não vão faltar, a gerrilha está instalada há muito neste universo onde hoje todos se proclamam  muito unidos. E já agora, não tropeces na ambição, para não teres uma vitória de Pirro. Por uma questão de cautela, não vás à festa da flor na Madeira. É melhor evitar a ilha por uns tempos. Contribui arredondando.
Afinal, a madrugada começou divertida: habemus tiranus! E viva o Coelho da Páscoa antecipada. Sempre intui esta vitória. E vós? Intuistes? Muitos rosa e laranja, quiçá o nosso Presidente, vão ter insónias esta noite. Laus PSD.

sexta-feira, 26 de março de 2010

quinta-feira, 25 de março de 2010

Pedro Abrunhosa:

O português quer ganhar a roubar no fiambre
(in 5 para a meia-noite)