domingo, 19 de abril de 2009
Ofereçam-me o que mais preciso
A senhora tem 76 anos e vê mal, para além de não conduzir há, pelo menos, trés décadas. Foi à Caixa Geral de Depósitos pedir à menina do balcão para a ajudar a fazer umas pequenas operações bancárias. A seguir, a menina ofereceu-lhe um "TOMTOM ONE".
Ela chegou a casa com aquilo e perguntou: o que é isto?
Nada mais, nada menos, que o novo, el nuevo, GPS, España-Portugal. Ficou na mesma, sem demonstrar qualquer emoção ou compreensão pelo aparelho. Mas as vantagens são notáveis.
A partir de agora, quando andar a pé, orienta-se! O problema é que para ler a coisa demora mais do que a chegar à padaria, a cerca de cinquenta metros de casa, à igreja, ao lado da padaria, e à farmácia, ao lado da igreja e da padaria. O supermercado é sempre a descer para a esquerda, passando pelo pomar, a cerca de uns cem metros de casa, e o médico sempre em frente, na mesma rua da morada, a cerca de duzentos metros.
No entanto, pode sempre indicar ao chauffeur de táxi qual o melhor caminho quando se deslocar à baixa, ou ao piloto do avião onde deve aterrar. Os tipos da Caixa Geral de Depósitos estão muito à frente na área da geriatria.
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GPS
sábado, 18 de abril de 2009
Claras Manhãs
Hoje comunicou-me que já tem o jardim e a horta suficientemente regados. Um alívio. Não tenho que continuar a árdua tarefa de lavar o carro diariamente. É de esperar que o tempo comece a melhorar gradualmente, dada a relação causa efeito. Não esperem milagres, porque foi muita lavagem seguida. A melhoria será gradual.
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meteorologia
Ou eu estou tola,
ou é o tipo da revista da imprensa, da RTP N, Rui qualquer coisa, ao dizer, comentando o "Sol", que "se é branco e está no frigorífico, é leite. E é isso que o Sol está a dizer, que é leite". Homessa! Se é branco e está no frigorífico, é leite?
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reportagem de imprensa de segunda
Ao ver Manuela Ferreira Leite,
a discursar em Castelo Branco sobre o atoleiro socialista em que estamos, fiquei a pensar que é urgente que mude de cabeleiriro. O cabelo estava visivelmente a tresandar de laca a mais e baço. O cabeleireiro, por certo, é socialista. E se o champô for Rene Furterer, mude imediatamente e processe-o. O produto em causa deixa o cabelo num estado miserável. É um caso de "ganha fama e deita-te na cama". Mude para Kérastase, extra-volume. Fala a experiência de vida.
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cabelos
sexta-feira, 17 de abril de 2009
Saphou, a futeboleira
Obama pressiona a FIFA para que o mundial de futebol (soccer) de 2018 seja nos EUA. Laurentino Dias (aquele que em tempos exerceu advocacia durante anos sem ser advogado e por isso foi premiado com bilhete para o governo) a enfrentar Obama pela campanha da organização tem a sua piada. Só se Espanha tiver argumentos. Que nuestros hermanos nos valham. E não podemos esquecer a candidatura inglesa...
Eu, que sou confessadamente adepta do Pedroguense, os tubarões do futebol da distrital, estou muito preocupada com estas pressões. O meu ídolo pessoal é o ponta de lança do clube e a barbatana de tubarão que sempre faz com a mão quando marca golo.
Outro tipo que me fascina é Ulisses Morais a dissertar sobre a crise: "se podemos comparar a inflação com uma erecção, então podemos dizer que a deflação é a falta dela. Preocupa-me". Nenhum economista explicaria melhor o fenómeno. O homem é sabedor.
Já Quim, um poço de cultura, da deflação acha que: "é positivo".
A greve de fome do presidente do União Ericeirense, Mano Silva, preocupa-me. É um bom homem, a água e açucar, e só até segunda-feira. Empenhou bens pessoais e está desesperado. Álguem devia dar-lhe Prozac e depressa. Ou então uma marretada e alimentá-lo a soro, já que não lhe dão dinheiro. Não se pode é deixar morrer um homem bom por causa da merda da promiscuidade entre o futebol e as autarquias.
Se estamos nisto, a culpa é do Testas, do Sporting Clube de Pombal. E fujam do Luisão a cantar sem aparelho.
Por último, o conselho da semana, hoje para Quique Flores. Seguindo a doutrina de Mozer, digo-lhe para preparar as malas, uma vez que o Orelhas apareceu em público a dizer que confiava em usted a 100%. Diz a experiência que quando isso acontece o treinador está de saída. Não se preocupe, ainda pode ter uma carreira como modelo da Fátima Lopes.
(Fonte de inspiração: "Mais Futebol "TVI24)
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futebolices
Onde é que já se viu,
temos um Presidente da República que não sabe explicar à mulher o que é um ciclotrão, mesmo depois de ter obtido explicações na Universidade de Coimbra.
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ignorância
quinta-feira, 16 de abril de 2009
Conversas da treta, antes, durante e após, ou de como aturar adolescentes
- Mã, está vermelho! Diz ela quando vamos para o restaurante.
-Vermelho é para andar mais depressa, respondo. E ouço:
-Famous last words.
......
No restaurante ele está animado, ataca para todos os lados. Vira-se para a irmã, que furou as orelhas, e acusa-a de blasfémia por ter "furado a obra do Senhor".
-Qual Senhor? pergunto.
-Não és cristã?
-Sou.
-Esse Senhor.
Ela entra na conversa.
-Tu também fazes a barba e o bigode. Então também cortas a obra do Senhor.
-Mas os pelos nasceram para ser cortados, defende-se ele.
-Sim, apoio-a. E pode haver outros Senhores. Por exemplo,os Sihks não fazem a barba, nem o bigode, nem cortam o cabelo. Obedecem a outro Senhor, mas não tocam na sua obra.
-SIC? Só conheço os canais 3, mulher, radical, notícias...
-É loira. Ó burra, os do turbante! Diz ele.
-Defendo-a. Há tipos com turbante que não são Sihks.
`...
Começa a atirar-me pedacinhos de pão.
-Pára, ainda me acertas nos olhos.
Ela incita-o:
-Ten points for the eyes.
Deixo de a defender.
-Há bocado, ao ver-te de longe sem óculos, parecias-me a Vanessa Fernandes. Ataco onde mais lhe dói: na extrema vaidade.
-Credo! Ela é mesmo feia, assim uma mistura entre um cavalo e um homem. Assusta-se com a hipótese de qualquer semelhança.
-E não sabe falar, mas agora tem hipótese, com as novas oportunidades, diz ele. E acrescenta:
-Devias ver, o Sebesta viu-a ao vivo e assustou-se, haaaaaa, até andou para trás, ela é mais feia do que na televisão.
-E a quantidade de palavrões que ela disse naquela reportagem? Adiantou ela.
Entro no campo.
-Porque é que os portugueses famosos no estrangeiro, excepto o Special One, ou não sabem construir uma frase ou são cães?
-Cães? diz ele.
-Sim o BO!
-Quem é que dá um nome desses a um cão?
-Os Obama, respondo.
- O cão é americano.
-Naturalizado. É um cão de água português.
-Oferecido por Kennedy. Acrescento.
-O morto?
-Claro, respondo-lhe, todos sabem que os mortos andam para aí a oferecer cães.
-O Senador, ó ignorante!
-Sabes que o que estás a comer antes estava vivo?
Pronto. Estragou-me o jantar. Atacou certeiro. Parei de comer a carne assada.
......
A caminho de casa:
-Mã, you're odd, diz ele.
-Sou hot? Faço-me de parva.
- É odd e surda. Irrita-se. Não podes comer bolachas na casa de banho. É nojento deixar lá pedacinhos.
Inspiro-me.
-Tu sempre disseste que não te importavas de viver numa casa de banho. Devias ver a casa de banho de uma das casas onde vivi. Em Penafiel. Era maior do que a nossa sala de jantar. Tinha duas enormes janelas. Uma virada para o jardim, outra virada para a parte lateral da Igreja. Nessa casa de banho é que gostarias de viver.
O nível de bolha da conversa começa a cair abruptamente.
-Desculpa o palavrão mas, então, cagavas com vista.
-Estás desculpado, e disseste algo poético, lembrou-me "Um quarto com vista sobre a cidade"...um livro que em tempos li , um filme que em tempos vi.
-Poético? O que é que isso tem a ver?
-Nada. Associei. Agora estou a associar sinónimos do palavrão. Arrear o calhau, mandar um fax, ir ao milheiral, ir à horta...Porque é que os portugueses têm tantas formas para dizer o mesmo?
Ele acrescenta com um sorriso de água no bico: - Desculpa-me esta, de gosto duvidoso, mas na escola também dizemos: afogar o preto ou, se for muito, afogar África. Ultimamente está muito na moda ir afogar o Obama.
-Vermelho é para andar mais depressa, respondo. E ouço:
-Famous last words.
......
No restaurante ele está animado, ataca para todos os lados. Vira-se para a irmã, que furou as orelhas, e acusa-a de blasfémia por ter "furado a obra do Senhor".
-Qual Senhor? pergunto.
-Não és cristã?
-Sou.
-Esse Senhor.
Ela entra na conversa.
-Tu também fazes a barba e o bigode. Então também cortas a obra do Senhor.
-Mas os pelos nasceram para ser cortados, defende-se ele.
-Sim, apoio-a. E pode haver outros Senhores. Por exemplo,os Sihks não fazem a barba, nem o bigode, nem cortam o cabelo. Obedecem a outro Senhor, mas não tocam na sua obra.
-SIC? Só conheço os canais 3, mulher, radical, notícias...
-É loira. Ó burra, os do turbante! Diz ele.
-Defendo-a. Há tipos com turbante que não são Sihks.
`...
Começa a atirar-me pedacinhos de pão.
-Pára, ainda me acertas nos olhos.
Ela incita-o:
-Ten points for the eyes.
Deixo de a defender.
-Há bocado, ao ver-te de longe sem óculos, parecias-me a Vanessa Fernandes. Ataco onde mais lhe dói: na extrema vaidade.
-Credo! Ela é mesmo feia, assim uma mistura entre um cavalo e um homem. Assusta-se com a hipótese de qualquer semelhança.
-E não sabe falar, mas agora tem hipótese, com as novas oportunidades, diz ele. E acrescenta:
-Devias ver, o Sebesta viu-a ao vivo e assustou-se, haaaaaa, até andou para trás, ela é mais feia do que na televisão.
-E a quantidade de palavrões que ela disse naquela reportagem? Adiantou ela.
Entro no campo.
-Porque é que os portugueses famosos no estrangeiro, excepto o Special One, ou não sabem construir uma frase ou são cães?
-Cães? diz ele.
-Sim o BO!
-Quem é que dá um nome desses a um cão?
-Os Obama, respondo.
- O cão é americano.
-Naturalizado. É um cão de água português.
-Oferecido por Kennedy. Acrescento.
-O morto?
-Claro, respondo-lhe, todos sabem que os mortos andam para aí a oferecer cães.
-O Senador, ó ignorante!
-Sabes que o que estás a comer antes estava vivo?
Pronto. Estragou-me o jantar. Atacou certeiro. Parei de comer a carne assada.
......
A caminho de casa:
-Mã, you're odd, diz ele.
-Sou hot? Faço-me de parva.
- É odd e surda. Irrita-se. Não podes comer bolachas na casa de banho. É nojento deixar lá pedacinhos.
Inspiro-me.
-Tu sempre disseste que não te importavas de viver numa casa de banho. Devias ver a casa de banho de uma das casas onde vivi. Em Penafiel. Era maior do que a nossa sala de jantar. Tinha duas enormes janelas. Uma virada para o jardim, outra virada para a parte lateral da Igreja. Nessa casa de banho é que gostarias de viver.
O nível de bolha da conversa começa a cair abruptamente.
-Desculpa o palavrão mas, então, cagavas com vista.
-Estás desculpado, e disseste algo poético, lembrou-me "Um quarto com vista sobre a cidade"...um livro que em tempos li , um filme que em tempos vi.
-Poético? O que é que isso tem a ver?
-Nada. Associei. Agora estou a associar sinónimos do palavrão. Arrear o calhau, mandar um fax, ir ao milheiral, ir à horta...Porque é que os portugueses têm tantas formas para dizer o mesmo?
Ele acrescenta com um sorriso de água no bico: - Desculpa-me esta, de gosto duvidoso, mas na escola também dizemos: afogar o preto ou, se for muito, afogar África. Ultimamente está muito na moda ir afogar o Obama.
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merdices
quarta-feira, 15 de abril de 2009
Milagre: o deputado Amélia acaba de falar
sobre as alterações à lei do pluralismo. Eu garanto que vi e ouvi (telejornal 22 RTP1). Estava com um casaco aveludado azul escuro. Pensei que Amélia só levantava a mão. Como me equivoquei. Perdoa amigo Amélia. Afinal, és deputado por mérito. Tu até tens a capacidade da fala!
....
BO, o cão de água de raça portuguesa, foi apresentado aos americanos. O cão, confessadamente o único amigo de Obama ("I finally got a friend"), é o nº1 português. Todavia, tem um contra, gosta muito de tomates, o que pode colocar em risco a horta de Michelle. Foi Obama que o disse, preocupado. Tem também uma fraqueza, para espanto dos donos, ainda não sabe nadar. Tipicamente português: o cão de água não sabe nadar.
....
BO e CR7 são estrelas, o resto é inveja.
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Diversos
O carrasco - the executioner

Could you make a goal like this for the selection? We, the other portuguese, are very grateful, with loads of fair play, .uck you.
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CR7
Meus caros,
se quereis que a chuva pare, é só dizer. Não tenho deixado de lavar o carro, desde o pedido de Claras Manhãs. Eu aviso: já está trovoada e vão começar as cheias.
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meteorologia
Bo's expressions of agreement and disagreement
Paulo Rangel- Yeah - Xim!
UEFA- woof, woof - au, au, au,au
Platini- fuck - buuuuuuu!
FCP/Man United- hauuuuuuuu- auuuuuuu
UEFA- woof, woof - au, au, au,au
Platini- fuck - buuuuuuu!
FCP/Man United- hauuuuuuuu- auuuuuuu
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BO
terça-feira, 14 de abril de 2009
Evidências
Quando se está à beira do abismo, é só dar mais um passinho. Já não há nada a perder.
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reflexões de trazer por casa
domingo, 12 de abril de 2009
O almoço
Estava a família mais próxima toda reunida. Paterna e materna. A avó Rita fizera aquela carne assada com batatinhas redondas pequeninas. Já tinha saudades de cozinhar. O avô Manuel dizia mal da televisão. O pai estava à cabeceira da mesa. A avó Rita olhava embevecida para o seu único filho. Já não o tinha perto há uns cinco anos e tinha-o visto sofrer tanto, sem nada poder fazer... -"Come mais um bocadinho. Está bom?". -"Está mãe, como sempre. Passas-me a salada?". Tinha que o consolar, como fazia quando ele era menino e ficou gravemente doente, com a doença que o havia de marcar a vida toda.
A tia avó estava atarefada a conversar com o pai. Retirava à avó o protagonismo, o que lhe causava irritação compensada com mais oferta de comida. Agora era o arroz branco. A bisavó não parava de olhar para o pai, neto único. Isto, apesar de ter todos os filhos à mesa. O marido não tinha direito a sentar-se, batia à porta desesperado, mas ninguém lhe ligava. Não tivesse ido para o Brasil, sem nunca mais dar notícias, deixando a bisavó paterna sozinha com o encargo de criar os três filhos.
Até o primo Américo, recém-chegado, tinha sido convidado para o almoço pascal.
A avó Joaquina estava mesmo em frente, com aquele sorriso igual ao da santa que estava na capela da Sobreira do lado direito, quem olhava para o altar. O avô José estava com os olhos daquele azul mais forte do que todos os azuis cheios de água. Emocionava-se com a música de Rodrigo Leão. Nunca tinha ouvido. A avó Joaquina tinha uma felicidade que nunca lhe conhecera em vida. De certeza que era por estar de mão dada com o seu filho muito querido, o tio Manuel, que nunca conhecera, por ter morrido no início da adolescência, com as cerejas quentes de Maio, comidas da árvore do veneno. Era, de facto, de uma beleza invulgar, como todos diziam. Loiro e já alto, com os olhos verdes escuros, um menino em que se adivinhava o homem que nunca surgiu.
Ela estava ali com todos eles, no almoço dos outros. Estranhamente, pareciam ignorá-la.
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O almoço dos mortos
Quem me dera ser
um cão de água, chamar-me BO, e ser pet das filhas de Obama. Há quem tenha sorte na reencarnação. Ou melhor, decorre tudo das leis kármicas.
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BO
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