quarta-feira, 29 de julho de 2009

Ainda que com receio de acabar assassinada com a língua azul,

como aconteceu àqueles monges que todos conhecemos da ficção, sou obrigada a denunciar a situação kafkiana a que chegou o meu local de trabalho, usando metáforas para tentar escapar. Acabam uns, os normais, vêm outros, os que recorrem normalmente, mas depois aparecem os que recorrem especialmente e os que recorrem especialmente, especialmente e os que recorrem especialmente, especialmente, especialmente e os que recorrem especialmente, especialmente, especialmente, especialmente. E a coisa multiplica-se em labirinto até ao infinito, de modo que quando acabo os 1661 que já li, aparecem mais 61 e quando esses acabam aparecem mais 16 e novamente mais 26 e novamente mais 6 e a coisa vai até ao infinito, porque os que recorrem especialmente continuam a recorrer especialmente e fica sempre pelo menos 1 para ler, a que se juntam os trabalhos acumulados dos mais variados cursos do 3º ciclo, os júris e a burocracia do campus virtual, já que campus à boa maneira inglesa ou americana, não temos, só um pequeno campus de relva que não se pode pisar. Mas o campus virtual engole-nos todos os dias e os e-mails são às centenas e tudo volta ao início mas em espiral de desespero e não há férias nem em Agosto, porque há sempre aquele um e a investigação que ficou para fazer, livros e artigos semiacabados ou mal começados e já tenho um dedo azul, espero que a tinta deste não esteja envenenada por saber que ia ter menos que 4. E é bom mandar a pontuação para as malvas como todos eles, mas ainda continuo a escrever "requisitos", são merdas que me ficaram do passado egóico.

23 comentários:

privada disse...

Porque recorrem são jovens, muito jovens? Duvidam assim tanto?

Sabe Saphou tenho medo, mt medo, ao menor erro os putos duvidam k alguem tenha competencia para os ensinar.

privada disse...

Tenho medo de eles estarem certos, espero k nao.

saphou disse...

Recorrem porque há a regra e a excepção, mas a excepção é a regra e mais não digo por causa da língua não ficar azul.

saphou disse...

E não, não são necessariamente jovens, alguns podiam ser a minha mãe, pai, irmãos mais velhos...Outros são jovens, outros jovens licenciados, outros exercem a profissão há muito e têm a manha toda.

Blimunda disse...

Bem, sou levada a crer que terá ali bons advogados! Ou não?!!!

privada disse...

Nao, kd a exepção é a regra, nao, pk tem humildade para aceitar a aprendizagem, cortava-os já do sistema. Era a forma de salvar os filhos.

privada disse...

pk nao tem - keria eu dizer

Anónimo disse...

O jurista de serviço costuma pedir-nos a opinião, numa base regular, para exercer a sua actividade. Ou seja, não sabe e pergunta, ganhando o ordenado dele ao fim do mês.

privada disse...

`Sao exames de direito saphou? Ai estás desgraçada - subjectiva, nao se percebe o objectivo pus lá a materia toda, passei os artigos todos , a tipa tem a mania- ahhahahahah pobre Saphou
- a gaija dá na branca, viste estava toda alienada
Ei Saphou hahahahahah, no meu tempo e foi só introduçao ao direito, só fizemos 3, eu fiz com 12 uma tristeza, mas a alienada, drogada e o diabo a 4 estava sempre a referir a lógica do meu discurso.
E sim, foram a todos exames e era sempre ela, cada vez desciam mais, chegaram a aprsentar queixa pela sua suposta subjectividade :-)))))
Eu adorei-a, olhava para ela e pensava - deve ser divorciada, ei k mente tem a tipa, ei olha akela postura, ei como ele deu a volta, enfim...

saphou disse...

Psicologia das organizações.

Anónimo disse...

Pasta bolognese.

privada disse...

Ainda mais interessante, espero ke seja bem subjectivo. Kal a taxa media de reprovação em 10 por exemplo?

Blimunda disse...

Belle la valse d'Amélie! Olala, la France!

António Conceição disse...

O problema é que, na escola de hoje, o aluno não é o aluno. É o cliente. E o cliente tem sempre razão. Portanto, no processo de avaliação, não se trata agora de provar que o aluno sabe para passar. Quando muito, trata-se (numa inversão do ónus natural da prova) de o professor provar que ele não sabe para passar. Há uma presunção de que ele, aluno, como cliente, tem que passar. E, se não passar, tem o direito de repetir o exame tantas vezes quantas as necessárias até passar.
E a presunção tende a tornar-se jure et de jure.
Num dos meus exames deste ano, numa questão sobre a aplicação da lei no tempo, escrevi: "imagine que entrava hoje em vigor o diploma x, aprovado em Conselho de Ministros de 30 de Abril. A pergunta era sobre se o dito diploma se podia aplicar aos negócios celebrados na semana anterior. Cerca de 30% dos alunos, como se eu não tivesse escrito o que escrevi, partiram na sua resposta do pressuposto que o o tal diploma tinha entrado em vigor no dia 30 de Abril.
Evidentemente, dei 16 a todos. Sou um poeta. Não sou um empregado do balcão de reclamações e estas iam chover, se os tivesse chumbado.
De qualquer modo, mesmo que tomassem consciência do quanto estão a ser vítimas de um sistema que os trucida, sempre estariam os alunos em questão condenados a viver num país que, quando tiverem 50 anos, vai ser o mais atrasado da África.

privada disse...

Compete-nos minimizar, ter consciencia do que verdadeiramente sabem as nossas crianças e cada vez que os putos cheguem com 19/20 ou notas altissimas tentar perceber como é possivel, e reclamar que se baixe a nota quando ela nao é compativel, em vez de rejubilar quando os nossos, às vezes burrinhos ninos, tenham notas daquela categoria, completamente irreais e k começam nos primeiros ciclos.

Ao mesmo tempo incutir nas criancinhas o respeito pelo professor, pela aprendizagem, pela sabedoria, não admitindo contestações futeis à hierarquia.
Se começarmos já, podemos mudar muito, nada está perdido.

Do outro lado temos que mudar algumas coisas nos professores, professores que não se actualizam, que não aprendem constantemente, que não procuram a todo o tempo novo ensino, novos cursos, novas valias, não gostam do ensino, fazem mal a aprendizagem, conduzem ao abandono escolar, a falta de respeito.

(Digo eu, nao sei se será bem por aki, mas)

António Conceição disse...

É por aí, Privada.

saphou disse...

Pois eu caro Funes, por muito poeta que possa ser, mas não sou, não consigo dar mais do que zero a um tipo que quer inabilitar um desgraçado por esta andar a lapidar o património da família, quiçá com sacrifício e em Amsterdão.

saphou disse...

que se lixem as vírgulas.

saphou disse...

este, não esta

Blimunda disse...

Seria por aí, Privada. MAs por ora só se vê mesmo o túnel que da luz nem sombra!

privada disse...

Luz até há, principalmente luz faiscante quando se aborda o assunto em familias que estão a ver os filhos a ser elevados à categoria de superdotados, que rebatem com coisas maravilhosas do tipo, " Oh pá , o meu puto não pega num livro e tirou ks tudo 5, dei-lhe uma WII".

E a luz tbm nos olhos dos putos "deu-me um 5 igual ao do Zezinho, k na maioria das vezes é posto fora da sala" ou " Tu és muito exigente, tive quase tudo 5, não percebo porque é que tenho de ler isto nas férias"

saphou disse...

Filho meu que traga um A+ para casa, leva logo um cascudo; se tiver U3, tem recompensa! (as notas vão de A+ (equivalente a 5 +) a U (o pior). Tb não é assim privada!
Eu tenho as duas espécies de cercopitecus aqui em casa.

saphou disse...

Um deles está de cama com 38,6, depois de umas beach parties e não sei mais quê e não sei se é a p. da gripe ou meningite ou uma merda simples a ando aqui de máscara e desinfectante a servir de enfermeira e estou-me a passar...o médico disse que seria apenas uma faringite mas nunca se sabe..
A outra está a passar modelos no Gerês Fashion...
E acabai agora o rol de 15, com mais não sei quantos esperados para amanhã numa das especialíssimas épocas e é bom escrever com e e sem pontuação e dói-me a barriga do lado direito até às costas. XANAX???? Estou aqui filha.