segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Statements

O trabalho arrasou-me mental e fisicamente. Vim a guiar com os faróis apagados, enquanto bocejava repetidamente. Quando dei pela asneira, liguei os máximos e encandeei o desgraçado que vinha na rua em que entrei violando o sentido proíbido. O que vale, ao contrário de outros que andam meia hora em contramão na auto-estrada, é que andei apenas cerca de 30 segundos numa rua pacata. Curiosamente, a rua onde habito. Comecei a pensar que estou a perder rapidamente as minhas faculdades mentais, tanto mais que descobri que tinha trazido comigo o comando de um projector e as chaves de uma sala. Tive que voltar ao ponto de partida para os devolver.
Hipocondríaca qb, cada vez mais me fui convencendo que estou mesmo com a idade mental de um ser de 100 anos mal conservado. Só uma doença neurológica, por certo, ou outra coisa igual ou mais grave justificam isto.
Esgotada, tentei abrir a porta do prédio com uma mão, enquanto na outra carregava toda a tralha de papeis, livros e laptop. Nenhuma das três possíveis chaves entrava. Ao fim de minutos que nunca mais terminavam, lá consegui abrir a porta em equilibrio instável. Cheguei finalmente a casa, atirei com tudo e alapei no sofá. A casa estava em silêncio, estavam todos no dentista. Quem bom. Só conseguia mexer os dedos, e mal. Nem pensar em caminhar mais um metro.
Conclui também que o trabalho, além de ser prejudicial à saúde, prejudica altamente a qualidade do blog. Qualquer blogger, sujeito a um regime de avaliação soft pelos pares, deveria receber ordenado condigno do Ministério da Cultura. Seria uma forma de destacamento para outro sector, ao serviço da cultura nacional. Os bloggers do privado deveriam ter mecenas.
Vivemos escravos da cultura, a teclar do amanhecer até à madrugada.
Já foi reconhecido que se evoluiu bastante na escrita graças à blogosfera. Estão à espera de quê?
Agora, parcialmente recuperada, vou atafulhar-me em emotional food para ganhar coragem de escrever o livro sem fim. Chocolate, preciso de muito chocolate negro.

9 comentários:

Anónimo disse...

Como a compreendo minha querida. Não deviamos ser forçados a trabalhar. Deviam-nos dar dinheiro por existirmos. Somos preciosdades raras.

Anónimo disse...

come filha, talvez fiques um porco-bola!

saphou disse...

Alzheimer? Parkinson? Pior? Funes me valha!

Unknown disse...

"Conclui também que o trabalho, além de ser prejudicial à saúde, "


Trabalho é pra louco!

Pensando bem, então está tudo certo!

:-)

Anónimo disse...

Alguns diriam simplesmente: azelhice.

Unknown disse...

"Arbeit macht frei"

E,
liberta principalmente o
dono do negócio, afinal
são seus empregados que
trabalham em seu lugar!

:-)

Unknown disse...

Tem alguns ditados que são evidentemente de má fé:

"Deus ajuda quem cedo madruga"

Os garis/almeidas acordam/levantam de madrugada para irem ao trabalho e nunca serão ricos.

Já o Jô Soares, que é rico, ou pelo menos tem muito mais grana que os garis/almeidas, várias vezes em seu programa afirmou que nunca levanta antes do meio-dia...

saphou disse...

Aí está, porque Eug é o meu GuRu.

Unknown disse...

Um cigarro encurta a vida em 2 minutos... Uma garrafa de álcool encurta a vida em 4 minutos... Um dia de trabalho encurta a vida em 8 horas. (profundo e preocupante... vamos parar de trabalhar...)