quarta-feira, 8 de julho de 2009

Chave


Toma lá, Privada. Deixa debaixo do tapete. Sempre tudo debaixo do tapete.
E leva o cão à rua.

As razões pelas quais a Saphou se zangou comigo

- Oh Privadinha acho que deviamos decorar melhor o espaço, coisas novas, diferentes, com classe.
- Está fixe Saphou, se fosse a ti não mexia em nada.
- Mudavamos as cortinas?
- Hum acho que não.
- Os sofás?
- Hum sao tão confortaveis.
- Umas fotos estenopeicas da cidade, com profundidade.
- Yeah Saphou, isso é fixe. Tipo aquelas cenas dos hippies não é? A gente fixava os olhos na fotocopia , cerrava as pestanas e depois abria os olhos em direcção a uma parede branca e via o Jesus Cristo, isso é demais, isso curto. Yeah, invertido não era? É fixe

Funes não é o unico metido na merda


Upside down!

E se de repente alguém nos virasse a casa do avesso? Faria alguma diferênça?

terça-feira, 7 de julho de 2009

William Blake: Sick Rose

Sick Rose
(by William Blake)
O Rose, thou art sick!
The invisible worm
That flies in the night,
In the howling storm,
Has found out thy bed
Of crimson joy:
And his dark secret love
Does thy life destroy.

O Perfeito

Diz a Blimunda " que o mais-que-perfeito não existe", deixando antever que o perfeito também não.
Ora discordo e de forma radical. Tudo é perfeito quando se enquadra no conjunto.
Dirás tu minha querida, e a escassa plateia que tem paciência para nos ler, que há pessoas muito más. Pois há e só não serão perfeitas se não forem capazes de ser verdadeiramente más, porque se o forem, já são perfeitas.
Não há uma única pessoa que não seja perfeita no papel que representa. O Tarugo por exemplo é um perfeito animal. É um perigo para a sociedade? Sim, um perigo perfeito, nada falha, desde a grossura do pescoço, ao tom de voz, ao olhar, ao movimento. A sociedade é perfeita. Se algo existe imperfeito é o tempo , porque não chega para apreciar este espetaculo em que todas as perfeições interagem.
Em crise o cenario tende ainda a ser mais perfeito, a obdecer melhor ao conjunto, acho que nos vamos divertir muito nos proximos tempos. Há muitos que ainda não demonstraram a sua verdadeira perfeição, a sua simples natureza. Vai ser um delirio.

Sou livre , o Estado não

Dormir é inútil, são 7 e estico a perna e salto para o molho de roupa que hei-de meter na maquina, contorço o tronco e remember you always think twice, you think twice, yeah yeah. Mal lavo os dentes para poder continuar a cantar, abro os braços, escorrego em frente ao espelho, numa perna e noutra. Fumo um cigarro, dois, três. Somos lustres pendurados em cenários.
A paginas tantas já não sei metade da lista de coisas que tinha para fazer e eram urgentes. Antes de adormecer sabia de cor e salteado, tinha tudo programado, como de resto faço todas as noites, enquanto a tola gira, gira, gira, ate adormecer.
Os bancos, a burocracia, as instituições retiram-me a liberdade. Não consigo acabar com eles, sonho ser empregado da Zara sem preocupações, livre. Empregado do IKEA. Estar atrás de um balcão qualquer com um tiquete pendurado.
Subo a pirâmide de papeis onde supostamente deveria estar aquele processo que trouxe e hoje tenho que resolver. Queria ter amigos simples, daqueles que plantam couves e me convidam para o cozido, uma mixórdia com carne de porco, mas esses não se preocupam com a nação e tenho de preocupar-me, tenho que preocupar-me, analiso, pergunto pela agricultura, tento convence-los das trapaçadas do Governo. Fica novamente tudo espalhado. Hoje vou a pé, mas não, que de carro vou mais rápido e posso ter que sair. Não me enerve, hoje não me enerve, você é um prejuízo para a sociedade. Há muito tempo que você meu caro amigo perdeu a mão, sim, há muito tempo que você caminha para o final, como um bebado meu caro, a suportar-se nas esquinas que lhe permitem os unicos minutos de equilibrio. Tenha vergonha. Tenha vergonha senhor deputado.

Gostava de me sentir livre,

de mim mesma. Aproveitar a tranquilidade da noite, com esta aragem consoladora que entra pela janela aberta. Vestir-me de branco e sair para a rua, seguindo o som dos tambores que ouço rufar algures junto à praia. São os grupos de capoeira que se reúnem e dançam, afastam os maus espíritos, divertem-se. É um chamamento para sair, ser livre, misturar-me na noite, na beira mar, na praia, quase às 3 horas da manhã.
Mas tenho medo, não é prudente, já passei a idade das loucuras. Contento-me com o vento leste que sopra ameno e me abraça com um odor a folhas de árvores centenárias e maresia. Sinto-o sentada na varanda. Estou com mais uma insónia. Mas não importa. O som dos tambores ao longe, o vento leste e este cheiro da noite acalmam-me.
A verdade é que estou farta do lamaçal em que estou metida: é a idade, o medo, a doença, as mortes, a sensação de ter falhado e de já não haver retorno...mas agora nada importa. Só sinto o vento com os seus odores e ouço o som tranquilo dos tambores. Nada de gente, carros, imposições, tarefas para cumprir. Tudo adiado. Nada de doenças, de mortos, de ansiedades. Tudo adiado.
Até adio a saudade, quando passo pelos quartos deles, um nos EUA, outro em Inglaterra, por muito tempo subjectivo.
Começo a chorar, mas é um choro bom, calmo, as lágrimas rolam devagar, demoram o seu tempo. Há muito que estava a precisar deste momento. Apesar de não ir para a praia, vestida de branco, juntar-me ao grupo de capoeira. A tranquilidade começa finalmente banhar-me. Até quando? Pouco importa.
Agora vou apagar as luzes e gozar a tranquilidade que o escuro da noite perfumada me oferece. Agradeço ao Universo. Momentos destes são raros.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Hoje é dia de CR9: Halla Madrid!

Record do Guinness: mais de 85.000 para ver a pop star da bola; nem Maradona, nem Beckam...Já não é apenas Cristiano Ronaldo, o menino cujo sonho era jogar no Real de Madrid, é uma personagem mediática do Séc. XXI. Haja o que houver.

Fernando e Humberto Campana


Vou descansar na anémona dos Irmãos Campana

Um calão por dia, toda a gente aprecia

Já estou entre as dez e as onze. Acho que me excedi.
Tradução:
Estou um pouco para o bêbada.

Este texto de Blimunda é imperdível

Podem ter o prazer de o ler aqui.

Honduras e o pijama do Presidente Zelaya

Que tenha havido um golpe de Estado nas Honduras, não me surpreende; que o deposto Presidente Zelaya tenha tentado voltar e sido impedido de aterrar em Tegucigalpa, também não.
O que acho estranho é apenas isto: porque é que os militares o obrigaram a ir embora do país em pijama? Não podiam dar uns minutinhos ao homem para se vestir? Isso iria comprometer o sucesso do Golpe? Haja bom senso!

Oh Roxanne

"À medida que aumenta o poderio de uma sociedade, assim esta dá menos importância às faltas dos seus membros, porque já lhes não parecem perigosas nem subversivas; (...)

O credor humanizou-se conforme foi enriquecendo; como que no fim, a sua riqueza mede-se pelo número de prejuízos que pode suportar. E até se concebe uma sociedade com tal consciência do seu poderio, que se permite o luxo de deixar impunes os que a ofendem. «Que me importam a mim esses parasitas? Que vivam e que prosperem;...»



A justiça, que começou a dizer: «tudo pode ser pago e deve ser pago» é a mesma que, por fim, fecha os olhos e não cobra as suas dívidas e se destrói a si mesma como todas as coisas boas deste mundo.

Esta autodestruição da justiça, chama-se graça e é privilégio dos mais poderosos, dos que estão para além da justiça. "

Nietzsche, "A Genealogia da Moral" 1887

Eternity - Clavin Klein

A Justiça a melhor imagem da mulher moderna. Um tacão fino no teu pescoço, uma coxa a que não podes resistir e um véu roxo. And you don't care if it's wrong or if it's right... Roxanneeeeee

domingo, 5 de julho de 2009

Só faltava termos que gramar com os problemas da ejaculação precoce na traseira dos autocarros dos STCP


clique para aumentar, se lhe aprouver

Já viram as consequências que a traseira de um autocarro pode causar? Já nem se pode guiar o carro sem enfrentar esta idiotice umas 10 vezes ao dia, no mínimo! Mesmo que o tipo tenha problemas, com o stress do trânsito e aquela merda na tromba o tempo todo, porque o autocarro não o deixa passar, ou chega a casa sem pachorra ou ainda acelera mais, para se livrar da adrenalina.

Os STCP deviam era preocupar-se com o excesso de velocidade dentro das localidades.
E os senhores do http://www.maistempoparamar.com/ deviam ter mais juízo quanto aos locais onde colocam os letreiros. Um tipo enfiado no trânsito infernal vai lá preocupar-se com o tempo para amar? Tem é que acelerar para não ser despedido ou não perder a reunião.
E já pensaram nos que são lentos ou têm problemas do tipo oposto mais radicais? E nos imensos seres em jejum e abstinência? Como é que estes letreiros os afectam? Heim?

Berlusconi: ainda sobre Manuel Pinho



Em Itália, que é um país decente do G8, um par de cornos determinado e incisivo é devidamente apreciado.
Nem na porcaria dos cornos nos safamos.
Ao pé destes cornos orgulhosos e desafiadores, os de Piño são uma piada tímida de criança.
O moralismo indignado das altas instâncias, nomeadamente de Cavaco Silva, é ridículo.
Era mais decente da parte do Sócgates ver-se livre do Piño por razões de substância. Mas decência é coisa que o nosso Primeiro não tem.
E a indignação dos membros da Assembleia da República é risível. Do público, nem se fala. Basta ser automobilista.
Joe Berardo, embora não saiba falar nenhuma língua conhecida (há quem diga que é trilingue), mostrou ser um tipo inteligente: Piño, vai ter umas merecidas férias e depois vem trabalhar comigo, caso queira.

Shiro Kuramata

Os sofás a condizer
Shiro Kuramata

Tokujin Yoshioka: bouquet chairs

As cadeiras do lounge de Saphou, só para cús seleccionados

sábado, 4 de julho de 2009