A melhor forma de uma pessoa se demonstrar sabedora, quando não percebe nada do assunto, é colocar um ar sério, circunspecto, olhar o interlocutor nos olhos e abanar que sim ou não com a cabeça, concordando com as frases que ele profira, sem reservas, e podendo intercalar o silêncio com uns "pois", "claro", "naturamente". Faz isto, meu amigo, e serás sempre tido como inteligente. E para que não fique a mais pequena dúvida poderá acrescentar: quem não concordar com o que acabou de dizer não percebe nada disto. Mas neste país tudo é possível.
domingo, 14 de junho de 2009
sábado, 13 de junho de 2009
Saphou informa: não deite fora, não! Recicle no ROUPÃO
Hoje assinala-se o 1º ano de funcionamento da Norte Litoral TV, não perca, dê uma espreitadela. Veja o noticiário e informe-se sobre o ROUPÃO: não deite a roupa fora, não!
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Norte Litoral TV
Oporto Sea Life Center
Está um adulto de meia idade, não identificado, desde hoje de manhã, à porta do Sea Life do Porto. Num cartaz pode ler-se que quer ser o primeiro a entrar quando o aquário abrir na próxima segunda-feira, se possível, quer viver lá. O cartaz contém a frase: "Aqui é que eu pertenço, escusam de me acenar com o lenço".
Trata-se, ao que soubemos, da mesma pessoa que se tentou infiltrar no início da semana junto do staff. Terá conseguido disfarçar-se de biólogo, mas foi descoberto ao ser mordido por um tubarão bébé que lhe arrancou parte de uma beiça quando o pseudobiólogo lhe tentava dar um beijinho. Valeu a intervenção imediata dos médicos que congelaram a beiça arrancada e a replantaram.
Recuperado, voltou para a porta do Sealife, ainda com sinais visíveis da cirurgia. A nossa repórter tentou saber de quem se trata e o que o motiva, mas só se consegue compreender a sigla PBL, repetida à exaustão. Será, talvez, líder de algum novo movimento em favor das criaturas marinhas, cujo nome não conseguimos apurar. Alguns populares adiantam que será o Partido para a Biodiversidade das Lulas. Outros dizem que não se trata de nenhum movimento político ou cívico, mas apenas a forma de o homem dizer que tem fome: Petiscos, Bebidas e Linguados, que o sujeito quererá comer. Para já, não temos certezas.
Fonte: Lusa, 13.06.09
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PBL
sexta-feira, 12 de junho de 2009
O português e o carro
Há duas manias que muito me irritam no português típico, seja homem, mulher, ou nem por isso: a) lavar o carro ao fim-de-semana; b) preferir uma lavagem manual porque a máquina risca.
Ao fim-de-semana, o português adora uma boa fila na garagem à espera da sua vez para entrar na máquina, enquanto vai lendo jornais, revistas e ouvindo a bola ou o Tony Carreira, ou o Pavarotti e os resultados do rugby, consoante o gosto. Classe A, B, ou C, indistintamente partilham o prazer da fila.
Por outro lado, aos que não se contentam com a máquina e exigem a lavagem manual (que também costumam dobrar o pijaminha) ninguém explica que o carro é para riscar e gozar, já que ao fim de 4 anos não vale nada. E se não for riscado pela máquina, haverá mil e uma maneiras de aparecer riscado, a começar por aquele risco tímido do vizinho que o detesta, até ao sulco profundo do aluno que chumbou, ou do cliente a quem deixou ficar mal. Já para não falar dos riscos de puro prazer, sobretudo de quem anda de autocarro. E isto poderia ir mais longe: as amolgadelas quase diárias dos azelhas de chapéu são imprescindíveis num carro que se preze.
O carro não se quer asséptico, quer-se de acordo com a personalidade do seu proprietário ou detentor. No meu antigo carrão havia livros e papeis por todo o lado. Só recentemente descobri que aquele cheirinho a mofo se devia à papelada. Com sorte, no carro antigo podia até fazer uma cultura de bichinhos de prata.
Normalizei-me, porque muito me chatearam, e passei a ter e a lavar (de vez em quando) um novo carro maricas, que apita para todo o lado. O que é que ganhei com isso? Um carro sem personalidade, onde pode entrar qualquer pessoa civilizada sem que eu me tenha que desculpar pelo desalinho e a sujidade. Mas eu estou-me nas tintas para as pessoas civilizadas. Ando infeliz com tanta limpeza. Vou começar a encher este de livros, para voltar a ter a minha biblioteca ambulante. O cheiro a mofo por certo voltará. Os riscos já estão a fazer-se notar, um aqui, outro ali. Não tardam as amolgadelas.
Por outro lado, porque o tipo apita por tudo e por nada, acabou o prazer de bater no carro de trás e da frente ao estacionar, ou ir em cheio contra uma árvore só pelo gosto de abraçar a natureza.
Para cúmulo, os assentos aquecem a parte superior posterior das coxas, a que os parolos chamam cú, e as costas. No outro dia achei que estava a ser atacada pelos calores do climatério, as costas a suar, um calor a subir pelo Múládhára Chakra ... e não era o despertar da Kundalini, porque ando muito alheada do yôga e já nem sou vegetariana. Abri as janelas, mas nada me aliviava. Sofri como uma desgraçada. Até que descobri que a sacana da carteira, com excesso de carga, estava pousada em cima do botão do aquecimento do assento do condutor. Lá fora estavam 29º graus.
PQP as modernices.
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Saphou e os carros
Álvaro Siza Vieira: Pritzker Prize 1992; RIBA's Gold Medal 2009
Complexo Desportivo Ribera Serrallo, em Cornella de Llobregat, Barcelona.
Um poema de betão.
Temos outros,
como a Avenida dos Aliados, no Porto
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Siza Vieira
Declaração artística
Estou tramada, acumulei trabalho e agora não sei para onde me virar. Pior, continuo sem vontade de trabalhar, apesar de estarem a chover os prazos. Acabo comigo? Ou despeço-me?
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Saphou artista
Cristiano Ronaldo
Quem não tiver preço que atire a primeira pedra ao miúdo. Provavelmente, vai descobrir a borrada que fez, mais tarde ou mais cedo. Mas não lhe pesará muito na carteira.
Madrid e Paris têm muitos atractivos. Além de que a nobreza está, em geral, tesa.
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Paris Hilton,
Real de Madrid,
Ronaldo entra em declínio
quinta-feira, 11 de junho de 2009
Gostos insolventes
A loja está a falir (gosto mais do termo, até porque duvido que se diga que está a insolver). Podem comprar-se camisas para homem a 5 euros, que antes custavam 40 euros ou mais. Junto-me ao grupo dos urubus. Trouxe-lhe três.
Ele não gostou. Achou que eram grandes demais, que não usava camisas aos quadrados, porque parecia uma toalha de mesa, e as de riscas não lhe agradavam.
-Vem comigo trocar.
-Agora não, vai tu por favor, estou a fazer um raid e não posso sair daqui.
Volto à loja, enfio-me nos caixotes, quase caio de cabeça, até ver alguma coisa que lhe possa servir. O que inicialmente era um prazer, começa a tornar-se num frete.
Reparo num caixote com camisas mais pequenas, lisas, mas acho que ele não vai gostar. Hesito, levo ou não levo destas? A cinzenta até não está mal e a azul também não. Definitivamente, o tipo não vai gostar, não arrisco.
Trago a segunda remessa, com riscas e quadrados, de novo:
-Não gosto, não me serve, não gosto.
Ameaço-o: vens comigo agora mesmo trocar esta porcaria e é a última vez que te compro o que quer que seja. Até porque há lá T-Shirts giras, polos e casacos, podes gostar de outra coisa, nem que sejam boxers ou gravatas. Se não gostares de nada troco por mais coisas para o teu pai, que gostou de todas as camisas que levei.
-Está bem, é só uns minutos para terminar o raid, não posso deixar ficar mal a equipa.
Entramos na loja, vai direito ao caixote das tais camisas que coloquei de lado desde o início.
-Que giras. Quero estas. Uma cinzenta clara, uma azul forte e uma vermelha bordeaux.
Vais levar uma camisa vermelha? Gostas desse azul?
-Qualquer homem deveria ter uma camisa vermelha, observa, sorrindo.
Chega a casa e diverte-se ao espelho. Veste de imediato a dita camisa.
-Olha, pareço um empregado de mesa e com estes colarinhos à anos setenta, um espectáculo. Talvez com uma gravata preta a camisa vermelha ficasse melhor, e ri-se.
À noite, pede se pode ir jogar poker para casa do Sêbas.
-Vem comigo trocar.
-Agora não, vai tu por favor, estou a fazer um raid e não posso sair daqui.
Volto à loja, enfio-me nos caixotes, quase caio de cabeça, até ver alguma coisa que lhe possa servir. O que inicialmente era um prazer, começa a tornar-se num frete.
Reparo num caixote com camisas mais pequenas, lisas, mas acho que ele não vai gostar. Hesito, levo ou não levo destas? A cinzenta até não está mal e a azul também não. Definitivamente, o tipo não vai gostar, não arrisco.
Trago a segunda remessa, com riscas e quadrados, de novo:
-Não gosto, não me serve, não gosto.
Ameaço-o: vens comigo agora mesmo trocar esta porcaria e é a última vez que te compro o que quer que seja. Até porque há lá T-Shirts giras, polos e casacos, podes gostar de outra coisa, nem que sejam boxers ou gravatas. Se não gostares de nada troco por mais coisas para o teu pai, que gostou de todas as camisas que levei.
-Está bem, é só uns minutos para terminar o raid, não posso deixar ficar mal a equipa.
Entramos na loja, vai direito ao caixote das tais camisas que coloquei de lado desde o início.
-Que giras. Quero estas. Uma cinzenta clara, uma azul forte e uma vermelha bordeaux.
Vais levar uma camisa vermelha? Gostas desse azul?
-Qualquer homem deveria ter uma camisa vermelha, observa, sorrindo.
Chega a casa e diverte-se ao espelho. Veste de imediato a dita camisa.
-Olha, pareço um empregado de mesa e com estes colarinhos à anos setenta, um espectáculo. Talvez com uma gravata preta a camisa vermelha ficasse melhor, e ri-se.
À noite, pede se pode ir jogar poker para casa do Sêbas.
Aperalta-se com uma T-Shirt preta e a camisa vermelha aberta, com as mangas arregaçadas.
-Mãe, um tipo tem que se vestir de acordo com a ocasião.
-Mãe, um tipo tem que se vestir de acordo com a ocasião.
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Camisa vermelha
quarta-feira, 10 de junho de 2009
Camões (lírica)
Erros meus, má fortuna, amor ardente
Erros meus, má fortuna, amor ardente
Em minha perdição se conjuraram;
Os erros e a fortuna sobejaram,
Que pera mim bastava amor somente.
Tudo passei; mas tenho tão presente
A grande dor das cousas que passaram,
Que as magoadas iras me ensinaram
A não querer já nunca ser contente.
Errei todo o discurso de meus anos;
Dei causa [a] que a Fortuna castigasse
As minhas mal fundadas esperanças.
De amor não vi senão breves enganos.
Oh! quem tanto pudesse, que fartasse
Este meu duro Génio de vinganças!
Luís Vaz de Camões
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Camões
Elena Basescu


Esta sim, é uma excelente representante no Parlamento Europeu, com aquele plus de não saberem se é vampira. Os portuguesinhos têm mesmo vistas curtas.
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Elena Besescu,
PE,
Roménia
Não há pachorra para o 10 de Junho
Vamos comemorar o quê?
Portugal? O que é há para festejar?
As Comunidades? Só se lembram delas uma vez por ano. Com excepção do Tony Carreira e do Mickael Carreira, que as visitam com frequência.
O Camões? Em inglês, de preferência. Falem dos Lusíadas às gerações que tiveram que gramar com eles na versão hard, como no meu tempo, ou soft, como no actual 9º ano. Assumam que, com excepção de algumas partes, aquilo é uma seca e que seria melhor estudar a lírica camoniana, essa sim, que dá prazer. Ponham os góticos, os geeks, os mitras, os renegados e as outras tribos a ler os poemas líricos. Vão ver o resultado. E deixem de se armar em intelectuais da treta. Poupem-me! Graças à forma como é ensinado, temos um poeta símbolo de Portugal detestado por gerações até perder de vista. Não deixa de ser muito português.
Não deitem foguetes muito cedo porque o meu sono é leve. Agradece-se silêncio. Abro uma excepção para a tardia e merecida homenagem a Salgueiro Maia. Lá onde está, de qualquer modo, de nada lhe serve.
Sol a Sul, chuva a Norte, nem para os calhaus da praia posso ir. Ora merda.
Sol a Sul, chuva a Norte, nem para os calhaus da praia posso ir. Ora merda.
Ao menos em Santarém ainda se divertem na feira da agricultura.
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Deixem-me em paz
terça-feira, 9 de junho de 2009
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