quarta-feira, 10 de junho de 2009

Camões (lírica)

Erros meus, má fortuna, amor ardente

Erros meus, má fortuna, amor ardente
Em minha perdição se conjuraram;
Os erros e a fortuna sobejaram,
Que pera mim bastava amor somente.

Tudo passei; mas tenho tão presente
A grande dor das cousas que passaram,
Que as magoadas iras me ensinaram
A não querer já nunca ser contente.

Errei todo o discurso de meus anos;
Dei causa [a] que a Fortuna castigasse
As minhas mal fundadas esperanças.

De amor não vi senão breves enganos.
Oh! quem tanto pudesse, que fartasse
Este meu duro Génio de vinganças!
Luís Vaz de Camões

Elena Basescu

Andam estes tipos a debater a beleza da nº 3 do BE.









Esta sim, é uma excelente representante no Parlamento Europeu, com aquele plus de não saberem se é vampira. Os portuguesinhos têm mesmo vistas curtas.

Não há pachorra para o 10 de Junho

Vamos comemorar o quê?
Portugal? O que é há para festejar?
As Comunidades? Só se lembram delas uma vez por ano. Com excepção do Tony Carreira e do Mickael Carreira, que as visitam com frequência.
O Camões? Em inglês, de preferência. Falem dos Lusíadas às gerações que tiveram que gramar com eles na versão hard, como no meu tempo, ou soft, como no actual 9º ano. Assumam que, com excepção de algumas partes, aquilo é uma seca e que seria melhor estudar a lírica camoniana, essa sim, que dá prazer. Ponham os góticos, os geeks, os mitras, os renegados e as outras tribos a ler os poemas líricos. Vão ver o resultado. E deixem de se armar em intelectuais da treta. Poupem-me! Graças à forma como é ensinado, temos um poeta símbolo de Portugal detestado por gerações até perder de vista. Não deixa de ser muito português.
Não deitem foguetes muito cedo porque o meu sono é leve. Agradece-se silêncio. Abro uma excepção para a tardia e merecida homenagem a Salgueiro Maia. Lá onde está, de qualquer modo, de nada lhe serve.
Sol a Sul, chuva a Norte, nem para os calhaus da praia posso ir. Ora merda.
Ao menos em Santarém ainda se divertem na feira da agricultura.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Kyoshi Takahama

Walking around
an early spring garden
going nowhere.

(by Kyoshi)

Haka: All Blacks

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Partido Pirata

Ainda bem que o Partido Pirata sueco conseguiu eleger um deputado para o Parlamento Europeu, graças aos 7% obtidos. Estou disposta a fundar um partido equivelente cá. Agradeço assinaturas.

Ora vamos cá fazer o balanço dos bloggers que vão para o PE

- Funes, o vitorioso, cabeça-de-lista do PSD, vai e pode escolher mais 7 amiguinhos. É caso para dizer, "Bolinha de Carne e os sete meninos maus" vão fazer das suas.
- Blimunda e Privada (CDU e PS), levaram uma abada, mas vão de mão dada e ainda levam mais 7 compinchas.
-100 anos vai com mais dois. Quem é a amiguinha que insistiu para que fosse cabeça-de-lista pelo BE?
-AR, um homem mais ao centro, vai com o par que for do seu agrado.

Já agora, que ordenado vão escolher? E quem são os amiguinhos que os acompanham pelas Europas?
É claro que Funes, Ar e seus compinchas, integrados na mesma família europeia, vão destruir a instituição, tal como a conhecemos.

Entonces Quique,

¿qué pasa? Requiere muchos de euros a los tipos de SLB.
Sempre quero ver em que fase da época vão ser Judas com o Jesus. Antecipo já que ele não faz milagres sob pressão. Além disso, não tem poder para acordar o Balboa, para evitar que o Suazo se lesione, nem para acalmar o Reyes. É muito petulância dizer que vão colocar à prova o Jesus. Só por isso, blasfemos, vão ficar, na melhor das hipóteses, em terceiro. Já estão a achar que o Jesus tem um problema: é português. E ele ainda não começou a pregar.

domingo, 7 de junho de 2009

Saphou politóloga da treta

De admirar é como é que o PS conseguiu tantos mandatos com aquele cabeça-de-lista, o inquisidor de vocação (por Sócgates não lhe ter largado muito a trela, suponho, embora Sócgates e os partidos socialistas da UE andem de gatas...)! Congratulo-me com a vitória de Paulo Rangel, o fenómeno de empatia de Hollywood, inteiramente merecida. Mérito também de Manuela Ferreira Leite por ter apostado nele. Congratulo-me com o resultado do BE, pela estima que tenho por Miguel Portas, embora nada tenha que ver com a ideologia que prega, somos aparentados pelo lado paterno, os Saphous ainda são Janelas. Congratulo-me com o resultado do CDS/PP. Mas ganhar mesmo, ganhou a Santa da minha devoção, a Santa Abstenção.
P.S. A resistência de Berlusconi é um fenómeno digno de um estudo psicológico profundo. Já a vitória de Sarkozy é simples, deve-se à Senhora Bruni. E Angela Merkel, dirão? E os outros? É a mostragem do cartão amarelo às políticas socialistas da UE.

David Fisher : Dynamic Architecture

http://www.dynamicarchitecture.net/

David Fisher

Hesitações

Voto branco?
Voto nulo? Nesta última hipótese, o que coloco: desenho um Pinóquio, um Gepeto (outro)? Escrevo um reles palavrão? Fico-me pelo soft calão? Desperdiço uma sublime poesia, ou despejo um poema satírico de Bocaje? Faço uma colagem artística com M & Ms? E vou dar-me a tanta criatividade para o bronco da mesa de voto deitar o papel fora?
Abstenho-me? É muito tentador. Só de pensar que tenho que deslocar-me a Marrocos, atravessar uma ponte, ir ao liceu da minha juventude e perder-me no labirinto das salas... Já se o Corte Inglês estivesse aberto, seria um fortíssimo incentivo. Talvez, O Incentivo. Mas não, é Domingo e os tipos insistem nesta chatice de fechar o templo do consumo aos Domingos e feriados.
Voto como forma de mostrar que estou contra? Mas isso implica que esteja a favor...De quê?
Voto por solidariedade bacoca, porque tenho um conhecido a concorrer? Mas o tipo não precisa do meu voto para nada, uma vez que é cabeça-de-lista. Tem o lugar garantido.
Deixarei fluir, perto do fecho das urnas já terei uma decisão tomada. Sobretudo se Funes vender as sondagens às 17h, conforme o vendilhão nhacoso prometeu. Duvido, no entanto, que Mme Funes se desbronque.
A última vez que fui votar perto do fecho das urnas foi uma tentativa em vão, porque as mesas de voto fecharam antes de eu dar com a sala. Cheguei às 19h e 3 m e mandaram-me dar meia volta. Estamos encerrados! Ensopada e depois de ter dado um tombo no jardim do liceu, foi assim que o cumprimento do meu dever cívico foi compensado.

O mundo pode ser composto de mudança, mas há um pequeno reduto que resiste: Portugal

(...)
Aproxima-te um pouco de nós, e vê.
O País perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos e os caracteres corrompidos. A prática da vida tem por única direcção a conveniência. Não há princípio que não seja desmentido, nem instituição que não seja escarnecida. Ninguém se respeita. Não existe nenhuma solidariedade entre os cidadãos. Já se não crê na honestidade dos homens públicos. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria. Os serviços públicos vão abandonados a uma rotina dormente. O desprezo pelas ideias aumenta em cada dia. Vivemos todos ao acaso. Perfeita, absoluta indiferença de cima a baixo! Todo o viver espiritual, intelectual, parado. O tédio invadiu as almas. A mocidade arrasta-se, envelhecida, das mesas das secretarias para as mesas dos cafés. A ruína económica cresce, cresce, cresce... O comércio definha, A indústria enfraquece. O salário diminui. A renda diminui. O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo.
(...)
A intriga política alastra-se por sobre a sonolência enfastiada do País. Apenas a devoção perturba o silêncio da opinião, com padre-nossos maquinais.
Não é uma existência, é uma expiação.
E a certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências. Diz-se por toda a parte: «o País está perdido!» Ninguém se ilude. Diz-se nos conselhos de ministros e nas estalagens. E que se faz? Atesta-se, conversando e jogando o voltarete, que de Norte a Sul, no Estado, na economia, na moral, o País está desorganizado - e pede-se conhaque!
Assim todas as consciências certificam a podridão; mas todos os temperamentos se dão bem na podridão!

(...)
Não é verdade, leitor de bom senso, que neste momento histórico só há lugar para o humorismo? Esta decadência tomou-se um hábito, quase um bem-estar, para muitos uma indústria. Parlamentos, ministérios, eclesiásticos, políticos, exploradores, estão de pedra e cal na corrupção. O áspero Veillot não bastaria; Proudhon ou Vacherot seriam insuficientes. Contra este mundo é necessário ressuscitar as gargalhadas históricas do tempo de Manuel Mendes Enxúndia. E mais uma vez se põe a galhofa ao serviço da justiça!
(...)
(Eça de Queiroz, excerto do primitivo prólogo das Farpas- Estudo Social de Portugal em 1871)

Obama's Cairo Speech: um discurso histórico

As poupanças do Senhor Presidente da República

Se o Senhor Presidente da República , que muito estimo, comunica com um esgar de desespero que as suas poupanças e as da Senhora sua mulher estão em boa parte desaparecidas, estando ambos a perder muito, muito, dinheiro, sendo o Senhor Presidente da República doutorado em Finanças, experiente Professor de Finanças, em tempos Ministro das Finanças e Primeiro Ministro, rodeado de "amigos da onça" (antigos membros dos seus governos) entulhados em escândalos financeiros, só posso dizer que estamos tramados se não seguirem os meus conselhos abaixo (pagar as contas e gastar tudo o que acaso sobre). É mau poupar dinheiro em Portugal. Só traz dissabores.

sábado, 6 de junho de 2009

Vá lá, agradeçam ao papa

Pinto da Costa (de quem a gente gosta) o facto de Portugal se ter safado com a Albânia. Não fossem os jogadores do FCP e a esta hora já o (inevitável?) bye bye South Africa tinha deprimido ainda mais o português médio que não foi de férias (por causa da depressão), fazendo crescer a abstenção do voto para aquela coisa longíqua que poucos conhecem e não sabem bem para que serve, com estranhos partidos de que nunca ouviram falar. Os candidatos que estão nos lugares mais abaixo das listas, mas com hipótese de serem eleitos, devem ir ao Estádio do Dragão ao beija mão. É que o ordenadozito não está mal não senhor, sobretudo se forem reeleitos e escolherem o salário europeu.

鸟巢 The Bird's Nest - Beijing / Herzog & de Meuron

Miró

O jardim

Poema eleitoral, por Saphou

Poema eleitoral,
por Saphou (6.06.09)

Candidatos alvoroçados
Sta Bárbara nos proteja
Nesta noite que troveja
Perdão por nossos pecados
...
Acordam mais descansados
Depois de uma noite em branco
Nenhum raio os partiu
Mas rezam para outro santo
...
O Santo Participação
Parece de costas voltado
Indiferente ao Parlamento
Nas tintas para o resultado
...
As oferendas foram tantas,
cartazes, net, televisão,
feiras, fábricas e manjares
apertões da multidão
...
Caminhadas de suor
tantas frases repetidas
Ó Santo, és indiferente
Às nossas experiências sofridas?
...
O Santo não está de feição
E o tempo está com ele,
dos feriados nem se fala,
todos na conspiração
...
Em véspera de eleição,
depois de tanto comício
Ó suprema injustiça,
Ganha a Santa Abstenção?

sexta-feira, 5 de junho de 2009

REN (people's building) Bjarke Ingels Group (BIG), Shanghai Expo 2010


O Edifício do Povo (REN) é um projecto de um conjunto de arquitetos e designers dinamarqueses intitulado BIG (Bjarke Ingels Group). A forma peculiar deste edifício não é gratuita e comporta, na perspectiva da filosofia oriental, um simbolismo que vai para além da semelhança com o sinal caligráfico com o qual se identifica. Assim, o corpo que emerge da água é dedicado a actividades de cultura física, desportos, etc.; o corpo que emerge da terra tem como destino actividades de "enriquecimento espiritual" - centro de conferências e outras. No ponto de encontro, onde o edifício se torna um só, situa-se um hotel de 1000 quartos... 250 000m2 de área construída...

Quem ganhará?