sábado, 4 de abril de 2009

Sport Lisboa e Benfica (SLB): que rico presidente!

"A justiça portuguesa declarou que alguns podem continuar a agir fora da lei", palavras que acabo de ouvir de Luís Filipe Vieira, o Orelhas, ou Kadafi dos Pneus. Não acreditaria, se não tivesse ouvido.
Num dia em que o Ministério da Justiça proclama accionar o Jornal "Sol" por este ter noticiado que há suspeitas de que o dito Ministério terá pressionado os magistrados que investigam o caso Freeport, pergunto: as afirmações do Presidente do SLB não são um grave caso de polícia?
Por ter um ódiozinho de estimação, o homem não se coíbe de colocar em causa a isenção dos magistrados que julgaram Pinto da Costa, ou seja, a isenção do sistema judicial. E com uma total leviandade trauliteira. Das duas uma: ou o Senhor Orelhas é um palhaço inimputável e o futebol não pode ser levado a sério, portanto, isto é uma piada de mau gosto; ou o homem é um boçal burlesco que entende e quer o que está a dizer, pelo que é imputável, e as suas afirmações são de uma gravidade extrema, tanto mais que milhares de crédulos ignorantes vão acreditar nele.
Neste segundo caso, Luís Filipe Vieira deve ser processado e condenado penalmente. No primeiro caso, deve ser sujeito à medida de segurança de ficar calado em público.
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Dois idiotas acabam de apoiar o Senhor Orelhas: Rui Santos, o pseudo-comentador das frases encaracoladas do "Tempo Extra", e Marinho Pinto, o Bastonário trauliteiro. Não seria de esperar outra coisa.

Conselhos de Saphou para o fim-de-semana

-Precisa de descansar. Sábado de manhã enfie-se numa dessas viagens por Galicia de camioneta, partindo às 7 horas da manhã e chegando às 8 da noite, depois de conhecer toda a Galiza num dia e com direito a um colar de conchas de A Toxa como presente, tudo por 50 euros. De preferência, leve a família toda para treinarem em conjunto o auto-controlo. Podem até fazer mantras no meio da multidão insuportável, barulhenta e delirante que empesta o veículo. Caso se passe, consulte o psiquiatra ou não volte a ser sovina.
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-No Domingo, evite o seu lado parolo (Sábado já valeu para toda a vida). Deixe a familória e vá de manhã muito cedo ser uma das cem primeiras a inscrever-se no Viva Fit de Damião de Góis ou de Júlio de Dinis, com direito a 50% de desconto, fazendo logo uma aula de 30 minutos de Body Vive e Pilates e com a garantia de que homem não entra. Se for às 7 da manhã, é certo que será a primeira.
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-À tarde, peça ao marido ou namorado para passar a roupa a ferro com o Tefal PRO MINUTE AQUAPLUS. Ele arranja uma desculpa e sai, levando os os filhos a passear, a quem pediu previamente para lavar a louça e fazer as camas. Tão cedo não reaparecem. Aproveite e desfrute de um jogo da liga inglesa na Sport-TV, acompanhado com vários tipos de queijo, tostas, bolachas de água e sal e regado com um Vinha do Monte Tinto, da Herdade do Peso, onde o Alentejo está em grande.
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- Quando todos voltarem, estará demasiado alegre para aborrecimentos. Faça uma pasta al dente, com molho de azeite, alho e oregãos, acompanhada com uns camarões e abra outra garrafa. Impõe-se um bolo de chocolate com natas para esquecer as agruras de Sábado e as que a esperam na Segunda-feira.
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- Antes de dormir, aproveite para pôr a literatura em dia: Caras, Lux, Hola, TV Guia, Maria.... a coltura acima de tudo.

Um tipo altamente comestível ao Sábado de madrugada


sexta-feira, 3 de abril de 2009

William Blake

THE LITTLE BLACK BOY
by: William Blake (1757-1827)
My mother bore me in the southern wild,
And I am black, but O, my soul is white!
White as an angel is the English child,
But I am black, as if bereaved of light.

My mother taught me underneath a tree,
And, sitting down before the heat of day,
She took me on her lap and kissèd me,
And, pointing to the East, began to say:

'Look at the rising sun: there God does live,
And gives His light, and gives His heat away,
And flowers and trees and beasts and men receive
Comfort in morning, joy in the noonday.

'And we are put on earth a little space,
That we may learn to bear the beams of love;
And these black bodies and this sunburnt face
Are but a cloud, and like a shady grove.

'For when our souls have learn'd the heat to bear,
The cloud will vanish, we shall hear His voice,
Saying, "Come out from the grove, my love and care,
And round my golden tent like lambs rejoice."'

Thus did my mother say, and kissèd me,
And thus I say to little English boy.
When I from black and he from white cloud free,
And round the tent of God like lambs we joy,

I'll shade him from the heat till he can bear
To lean in joy upon our Father's knee;
And then I'll stand and stroke his silver hair,
And be like him, and he will then love me.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

G20: efeito Obama

Um sucesso, apesar das legítimas apreensões. Parece estar em embrião uma nova ordem internacional. O "efeito Obama" começa a manifestar-se. Discordo profundamente de Funes. Obama sabe muito bem o que está a fazer. É demasiado inteligente para cair nas armadilhas que Funes aponta. Mas o tipo é vice-deus, deve ter informação de insider, eu sou só humana e loira. Mas sempre gostava de saber a solução fúnica. Ou é tipo "geração de 70"?

É preciso ter muita lata! Só se for do humanoidezinho verde

Pequenos nadas

-"Eu adoro-a, ela adora-me", mas temos uma relação complicada, contou-me a minha amiga.
Após uma discussão inútil, decidiu ir visitar a mãe, que vive sozinha e tem 75 anos. Na verdade, a minha amiga foi espantar a sua própria solidão e o fantasma da discórdia.
Ficou mais uma vez impressionada com o contentamento da mãe com pequenas grandes coisas, que requer grande sabedoria. A mãe aprendeu, naturalmente, a estar no presente.
Exibiu-lhe, feliz, as oito tulipas que estavam a crescer que a neta lhe trouxera da Holanda há pouco mais de uma semana, como se fossem do mais fino ouro.
Reparou que o peluche com que dorme, que o neto lhe trouxe no ano passado de Itália, estava relaxado em cima da cama.
Conversaram disto e daquilo, até mesmo da selecção e de como a mãe ficou irritada por Portugal ter empatado com a Suécia, embora tenha jogado tão bem.
De repente, a minha amiga olhou para os telhados mais próximos do casario que desce da casa da mãe em cascata até ao mar e viu duas gaivotas, como que à espera. Estavam viradas para a casa e pareciam não querer sair dali.
A mãe sorriu e disse: -"são as minhas novas amigas. Começou por aparecer uma, agora são duas. Vêm sempre à mesma hora. Estão à espera que lhes dê pão. Se não der, começam a fazer barulhos e aproximam-se da janela da cozinha. Com a conversa atrasei-me". E lá foi alimentar as novas amigas ávidas de mimos.
A minha amiga ficou sensibilizada com a forma como a mãe se entretinha, se mantinha à tona, apesar de todos os problemas. A alegria inocente e genuína com coisas tão simples e tão profundas tocaram-na. Entendeu que a mãe, sem se dar conta, estava muito próxima da sabedoria que ela tanto buscava. Amou-a ainda mais por isso.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Toca a ver

Jorge Coelhone na Sic Notícias, o CEO da Mota-Engil. Respeitinho e silêncio. Aprendam que o que mais importa a Coelhone é a sinergia com o Engenheiro Mota e as irmãs (que têm 60% do capital) dada a amizade que os une, o ordenado não tem nada a ver. Apreciei o uso do termo sinergia. Também gostei da frontalidade com que disse ser amigo de Dias Loureiro, independentemente do que possa vir a apurar-se. É assim que se conhecem os amigos. Embora também haja aquele ditado ingrato: "Diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és". Jorge Coelhone é muito amigo de Guterres (el Mexicano) e de Sócgates (o santo padroeiro da mentira, recém canonizado pelo vice-deus), para além de ser amigo de infância do já mencionado Conselheiro de Estado (dado a desconhecer Puerto Rico e a outras amnésias). É chato isto. Mas Coelhone é um tipo simpático, sobretudo pela pronúncia axim.

Mr. Bean: trousersjacking

Desta é que eu não estava à espera...

Portugal convidado a participar na cimeira do G20, na qualidade de observador. Estou pasmada com o nosso marketing político! Terá sido por o acessor da campanha de Barack Obama ter estado recentemente em Portugal? Tiro o chapéu a Sócgates.
(Fonte: Lusa, 31-03-09)

Bem Haja Sócgates!

Conseguiu o milagre de a Visabeira ter comprado a fábrica Rafael Bordallo Pinheiro. O milagreiro recebeu um gato preto de presente (para dar sorte) e em sua honra vai ser fabricado em série e internacionalizado um pequeno Sócgates de puxar a corda.

terça-feira, 31 de março de 2009

Blackadder: Rowan Atkinson, Hugh Laurie and Stephen Fry

Hugh Laurie and Stephen Fry

Acordei da siesta com insónias,

preocupada com o nosso seleccionador, que só faz a barba quando Portugal marcar dois golos numa partida (não contam as amigáveis, como é óbvio!). Tenho sério receio que venha a tropeçar nas barbas e partir uma perna, ou pior. Eu gosto sinceramente de Carlos Queiroz e tenho profunda admiração pela pessoa e pelo profissionalismo, neste país de patetas. Estou mesmo apoquentada com a coisa. Vem-me à cabeça o nº1 de "Asterix o Gaulês". Sem a poção mágica a barba nunca mais vai parar de crescer. Vai ser um sarilho.
já agora espreitem a 1ª playboy de Portugal, que me foi recomendada por um grande amigo

Era vê-los em fila

ordenada, velhos, novos e assim assim, homens, mulheres e assim assim, numa impaciência de quem queria estar em casa, mas que tinha que estar ali. Eles engravatados e com ar de quem sabe e elas de fato e saltos altos, também com aquele ar de quem sabe. Basta estar circunspecto e calado para dar o ar de quem sabe. Afinal, eram dez horas da noite e provavelmente queriam ir ver "O dia seguinte" ou o "Prolongamento", as novelas das 10h, das 11h e das 12h ou, os mais masoquistas, a Fátima Campos Ferreira, irmã da Amélia.
A fila era interminável, porque o auditório não chegava para tanto advogado, advogado estagiário, solicitador, solicitador de execução (que hoje acordou agente de execução) e afins.
As novas regras da Acção Executiva entraram hoje em vigor. Em jeito de desatino tragicómico, todos se foram informar à última da hora. O que é muito português. Mas a questão essencial (JPP) é que nem o realizador, o encenador, ou o coreógrafo, nem qualquer dos actores entendeu ainda as novas regras. Por isso, é difícil explicá-las, e no limite do tempo.
O sistema entra em vigor, ninguém sabe como, só sabe que é hoje. À última da hora os afectados tentaram esclarecer-se, para dar ao cliente o ar de quem sabe na hora de abrir a boca. O próprio orador expressou as dúvidas existenciais de como é que o sistema informático estaria hoje preparado para aquilo. Parece que só se fizessem horas extra pela madrugada.
Uma coisa é certa, o exequente passa a ter plenos poderes. Venham os bancos, venham as seguradoras, venham as empresas de leasing, venham os grandes não tão grandes assim, arrasem com o devedores de vez, sem qualquer princípio da imparcialidade a atrapalhar a coisa. Ou ainda não entenderam que estamos a transitar pacificamente para a ditadura de Sócgates, que aprendeu tudo na Venezuela... O vendedor de "Magalhães" ainda se arrisca a ganhar as eleições por falta de oposição convincente. Depois, é só tornar os mandatos renováveis ad eternum.
Nada mudou desde a "Campanha Alegre" de Eça. Continuamos um país governado por imbecis. Provavelmente, porque somos um povo de imbecis, a começar por mim que me dou ao trabaho de escrever esta treta. Quem quiser que corrija as gralhas.

Octavio Ocampo

segunda-feira, 30 de março de 2009

Fujam

Chegou a altura de fugir da televisão estatal. Fátima Campos Ferreira está a atacar e vem de roxo vestida e de roxo maquilhada. Roxo brilhante da semana da Paixão antecipada, e com uns toque de negro Adams. Fujam da irmã da Amélia enquanto podem. Zapping, rápido. Oh não!O Silvio Cerván no "Dia Seguinte" é-me insuportável. Tento o "Prolongamento"? O "Giggashopping"? Desligar ou persistir, eis a questão. Vou consultar o Oráculo. O Oráculo decidiu, está decidido. Vou dar uma hipótese ao "Prolongamento", nem que seja para ver o meu querido quase ressuscitado grande humorista Pôncio Monteiro. Um milagre da natureza.

تراقصني أبدية الحب؟

Mágoas

Ela acordou e tomou o pequeno almoço. Pediu-lhe para ele ficar com ela.
Ele disse que não podia, que tinha muito que fazer.
Ela levou o seu filho de um ano e pouco a casa dos pais e pediu expressamente para não aparecerem lá.
Entreteve as horas a ler, a regar o jardim do prédio, tentava não pensar. Mas estava triste, muito triste.
O dia foi muito longo. Ele chegou por volta das seis e meia da tarde, quando o médico tinha dito que a cirurgia começava a essa hora. Ela conteve a humilhação. Nem para o nascimento do segundo filho chegava a horas. Engoliu a tristeza e as lágrimas.
Os pais também não a respeitaram. Instintivamente, ao subir a escada da Ordem da Lapa, olhou para trás. Ao fundo, por baixo das árvores centenárias, dentro de um carro vermelho, o menino que ela adorava dizia-lhe adeus com as pequeninas mãos. E ela não podia voltar para trás, para o abraçar e fugir dali.
Teve que tratar da burocracia, da escolha do quarto, do pagamento, tudo sózinha, enquanto ele estacionava o carro.
Veio aquela enfermeira que detestava para a preparar para a cirurgia. Começou a trovejar. De novo, o percurso já conhecido para a sala de operações. Agora a trovoada parecia ameaçar o universo.
No bloco, alguém lhe disse:
-"Está tão triste, não esteja assim senão também acorda triste".
-"Em que pensa? disse o médico anestesista:
-"No meu filho de um ano pouco que está lá fora e que eu adoro, quero voltar a vê-lo".
Vinha num tunel escuro a uma velocidade extrema acompanhada por uma voz masculina que lhe dizia -"Agora vais voltar". Sentiu essa velocidade extrema durante muitos meses, sempre que fechava os olhos. Desta vez a afastá-la de si.
Sentiu o cheiro a café, enquanto uma enfermeira lhe dizia que ainda ia ficar com oxigénio mais um pouco.
Levaram-na para o quarto e tinha uma bebé lindissima à sua espera. Uma benção no meio de tanta tristeza.
Mas parte dela morreu para que esta vida surgisse. Ela ainda não sabia então. Nem percebeu um pouco mais tarde, no quarto dia pós-parto, quando a mandaram para casa com 40 de temperatura, nem quando esteve à beira da morte durante meses. Sabe-o hoje. Mas não se importa. Já se habituou. O importante é que a bebé lindissima, que ela adora tanto como o menino que lhe dizia adeus com as pequeninas mãos, seja uma mulher com muitos momentos de felicidade. Para ela a hora é outra.

Bueno Coronado

Entonces Rúben vá a ser madre e padre de gemelos?

http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1063457-5602,00-TRANSEXUAL+GRAVIDO+DE+GEMEOS+QUER+QUE+FILHOS+SEJAM+MENINOS.html

Podem dizer adeus ao último resistente brocardo mater semper certa est, ou lá como é que se diz. A presunção de que o pai é o marido da mãe já há muito entrou em crise.