sábado, 27 de março de 2010

Ouço Passos de Coelho, será o da Páscoa?

Não! És tu Pedro, que ingauguras a época passista no saco de gatos. Agora é que vão ser miaus e arranhões por todo o universo laranja. O Paulo maizena vai deixar Montesquieu só, nem mesmo levado ao colo pelos barões lá chegou, vai continuar a pregar a retórica barroca na freguesia da Europa e Aguiar-Branco, um gentleman, volta para a Invicta, onde está bem. O saco dos notáveis revolta-se pela calada, mas tu Pedro, serás suficientemente inteligente e experiente para Outro atirar a toalha ao chão?Tens que pensar, maquinar muito, ele é um tipo do aparelho rosa muito mais experiente do que tu, com um curriculum que fala por si e pela imprensa. E os que vêm de dentro? Punhaladas não vão faltar, a gerrilha está instalada há muito neste universo onde hoje todos se proclamam  muito unidos. E já agora, não tropeces na ambição, para não teres uma vitória de Pirro. Por uma questão de cautela, não vás à festa da flor na Madeira. É melhor evitar a ilha por uns tempos. Contribui arredondando.
Afinal, a madrugada começou divertida: habemus tiranus! E viva o Coelho da Páscoa antecipada. Sempre intui esta vitória. E vós? Intuistes? Muitos rosa e laranja, quiçá o nosso Presidente, vão ter insónias esta noite. Laus PSD.

sexta-feira, 26 de março de 2010

quinta-feira, 25 de março de 2010

Pedro Abrunhosa:

O português quer ganhar a roubar no fiambre
(in 5 para a meia-noite)

terça-feira, 23 de março de 2010

sexta-feira, 19 de março de 2010

Antes de partir, deixei um pedido análogo a este, há que combater o terrorismo na educação

Se perguntarem por mim,

respondam que deixei crescer a barba e o bigode a ando a monte, fugida do Estado de Direito. Enlouquei de vez, à força de repetir mentalmente que o fim é triste, muitas vezes brutal e feio e que mais valia não haver princípio. Com os cabelos desgrenhados  ao vento e à chuva procuro o nada. Só o nada me pode aquietar.
Onde é que já se viu, ganharem ao minuto 90!

Naturalmente que as plantas têm memória, emoções e até dormem, pelo menos as leguminosas

A antiga Root Brain Theory de Darwin está a ser  desenvolvida e provada um pouco por todo o lado, em especial no Império do Sol Nascente.

quarta-feira, 17 de março de 2010

José Trocas-te

falou bem na acção de promoção governamental da Estratégia Nacional para a Energia. E ninguém desmentiu o apelido, nem o próprio! O subconsciente é lixado.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Jesus Luz

Por isso a Madonna está sempre em forma!
Clique no DJ brasileiro que o quiser apreciar mais em detalhe.

Ordem de trabalhos

Ponto 1: O Raspanete
Enquanto ele ia, de fato e gravata, com o símbolo da monarquia na lapela, embora recém inscrito na JP, para uma festa de aniversário no clube de squash do Porto, ela esfolava as outras no jogo de basquete, em que ganharam 82-8, vindo rapidamente tomar um banho a casa, para seguir com um grupo para o Piolho, tendo passado pelo MacDonalds para satisfazer o estômago e acabando no Gare a dançar música alternativa. Peguntei-lhe se não aproveitou para fumar um charro, mas mostrou-se muito ofendida por a mãe fazer uma pergunta daquelas. -Deves ser a única mãe do mundo que fala desse tipo de coisas a uma filha! Pensas que eu sou quem? Claro que o meu propósito era pedagógico, pretexto para contar a história de uma amiga que num dia de desespero fez uma trip muito má...espero que ela tenha entendido, já que tem 100% a matemática no 10º ano, mas não sabe de cabeça quantos são 5 vezes 750...Por isso, fico sem certezas.
No dia seguinte, ele pregou-lhe O sermão: - tu tem cuidado, vê lá com quem te metes, essas duas amigas novas que agora fizeste, mais alguns tipos do grupo, são muito suspeitos. Vais ao Piolho? Tu pensas que és estudante universitária? Que vás ao Gare, ainda vá, uma vez ou outra, mas se fores ao Via Rápida ou ao Act (e ainda mencionou um terceiro nome que não fixei), deixas de ser minha irmã. Eu sou selectivo, mas sei com quem saio e que posso estar à vontade com os/as meus/minhas amigos/as. Quando eles se desviam, afasto-me. Há quanto tempo não saio com o Leite? Eramos grandes amigos, mas o tipo deu em tolo...
Exibindo uma concepção vitoriana da vida, que desconhecia e depois lhe expliquei, acrescentou: a vida é feita de degraus, enquanto eu subo, tu desces.
E eu? perguntei curiosa. Tu estás ao lado da escada! Nem entraste no átrio. E já agora, mã, não tens juízo, onde é que já se viu falar em drogas a uma miúda, maria vai com as outras, de 15 anos? Só podes estar tola!

Ponto 2: O Cão
-Gostava de ter um cão. Pode ser mã? Nos meus 18 anos. Eu tomo conta dele, prometo. Mas não quero um pamonha como a cadela do Sebesta que se limita a dormir o dia todo, ou a comer. No outro dia até comeu uma caixa de analgésicos.
Gostaria de um cão activo, um pastor alemão. Podemos chamar-lhe Kaiser, ou Blitz...
Nem pensar, um cão polícia bélico cá em casa...e esses nomes estão fora de questão. Tu não devias ser da JP mas do PND...Nunca vi nada mais retrógrado e anti-democrático. Não admira que no teste do Google tenhas ficado entre a Magaret Tatcher e o Hitler, enquando eu fiquei na exacta posição de Ghandi, Dalai Lama e Nelson Mandela.
-Sabes como acabou o Ghandi? E o sabes que o Tibete não tem hipótese, por muito que os fraldiqueiros desejem. Mas deste-me uma ideia para o nome do cão, podia ser Salazar!
-Nem penses!
-E  Bento XVI?
-Ó meu parvalhão, agora dás em blasfemo!
-Então mã! Afinal, é um pastor alemão!

Triste, triste

Porque é que aquele estafermo adiou a aprovação do PEC para 25 de Março? Que queira humilhar Sr. D. Manuela, Dra, Vaxavor, sujeitando a votação algo que dela não carece, já  é baixeza, mas a mim ataca-me no meu ser filosófico: se não tenho PEC, não tenho nada, a não ser um braço inchado e falta de dinheiro. Adiaram-me a esperança de estabilizar e crescer. Dass. I hate Mondays!

domingo, 14 de março de 2010

Hoje, o congresso do PSD

foi confrangedor de chato. Ao menos, se tivessem aprovado a medida da maioria qualificada, a coisa ainda animava. Mas só com a lei da rolha e a ineficácia da contagem de votos das alterações ad hoc a  normas estatutárias de segunda, mais a caras de enfado de todos os presentes, nem precisei de xanax. Desse ponto de vista, até foi terapeutico. Todavia, a medida não foi aprovada porque os empenhados congressistas não tinham a mesma perspectiva que eu. Não aguentaram mais de três horas de seca e, de fininho, foram one by one, abandonando a magnífica sala, até não haver quorum para aprovar a mais importante medida que Santana Flopes, O Comendador, propunha. Ironicamente ganhou, mas vinha em último e a maior parte dos congressistas sentiu a fome a apertar e o sol a chamar, de qualquer modo, nem percebiam bem o que estavam a votar, entregue à última da hora... Sem quorum é como fazer omeletes sem ovos.
Ontem ainda me diverti com a retórica barroca do dedinhos gordos pinguim maizena, do tipo que, a guiar devia ser no PP, e do PPC, que já atingiu o estádio de ser pensante, tirando a parte em que meteu o pé na argola a pedir perdão àquela flor de cheiro que de imediato mudou de vaso para o lado do botãozinho desabrochante num jardim afrancesado.

sábado, 13 de março de 2010

Estou feliz! Não por causa do indígena com uma embalagem enganadora

e modos desafiadores primários, mas porque sou uma nominalista e hoje é aprovado o
Há alguma perspectiva de exisitir estabilidade?Claro que não! E crescimento? Não me gozem!
Mas nada disso interessa com a aprovação do PEC. O único que importa que temos um , em papel ou formato digital, tanto me faz que eu não sou exigente.
Do que o PSD precisava era de um PEC.  Assim já se entendiam, pelo menos, quanto a um ponto: deve o Congresso durar um dia ou dois?

quinta-feira, 11 de março de 2010

Saphou Saphada

Querida Maria Saphou,
Se não apreces no prazo máximo de 2 horas juro que enfio este exemplar dentro de uma express package e envio-to com portes a pagar no destinatário. Onde é que já se viu não passar cavaco -passo a expressão que não é de elefantes mas sim de indígenas que falamos - às tropas?

terça-feira, 9 de março de 2010

Cuidado Privada,

que eu estou de mau humor...

Basta de Penas e de Má Sorte.

São vezes demais as vezes em que a voz nos grita de dentro
Mentiras que sonhos esmagam em céus incandescentes
Devaneios implorados, concedidos, desmedidos, trucidados
Semeados em desnudas mentes condoídas do mais bravio desalento

São vezes de menos as vezes em que a voz nos grita por dentro
Palavras que elevam a alma e joelhos arvoram estoicamente
Olhos descrentes nos olhos de quem vilmente nos mente
Vida assim angustiada é morte suplicada e o sonho é a quem pertence.

Basta de penas e de má sorte
Basta de choro pungente
A quem serve não cortar o fio à morte
Senão a quem de si rouba vida fulgente.

segunda-feira, 8 de março de 2010

A Dança da Vida

Vozes amigas alfinetam-lhe o espírito. Resiste com leve inclinação para a cadência. Insuspeita do que possam dela esperar, sobretudo dela que renega todo o género de bajulação forçada, de hipocrisia de quem dá um rebuçado de mel a quem não degustou durante todo o ano que de largas colheradas de fel. A distância que vai do discernimento consciente do que tem que ser feito ao que consegue fazer é abismal. O fosso causa vertigens, o desconhecido é repelente e força-a a retrair-se. Abandona-se ao desespero. E quanto mais desespera, quanto mais se afunda nas lágrimas da incerteza, maior é a incapacidade de agir pelo raciocínio. Bastar-lhe-ia uma mão estendida, um toque desinteressado, um olhar penetrante, como quem vê mesmo nada vendo, o que lhe vai por dentro. E não lhe venham com pedidos de desculpa. Há quem os faça e quem os receba, mas também quem nunca os tenha ouvido durante uma vida inteira. Há quem brigue, há quem resista e argumente. Há quem parta a loiça por um dá-cá-aquela-palha e quem baixe os olhos e engula a razão que nunca lhe dão e que nem falta faz – só se dá aos outros o que dos outros não é. Ela sabe que tem vida própria, só se encontra adormecida nos lençóis da dor. E é tão mais fácil abandonar-se a ela e aconchegar-se-lhe no colo, como se de sua mãe se tratasse. A dor que a embala nas horas sós e a quem dá a mão na procura da calma da rebentação das ondas do mar guia-lhe os passos para o caminho mais fácil. É tão mais dócil calar a voz rouca, apequenar-se perante a dureza das palavras alheias. Mas dirão essas palavras o que ouve? Não sabe. Não poderá nunca saber se não obrigar os próprios passos a calcorrear a praia ao invés. Mulher, porque te acanhas quando o teu medo é tão menor que o dos outros? Mulher, pensa por ti, age para ti. Só está só quem é só. Quem um dia foi fogo e música nunca o deixou de ser. Apenas a borrifaram com pingos de água e lhe baixaram o volume do gira-discos de vinil. Uma ligeira brisa primaveril é quanta basta para reacender o vulcão. Um som ritmado quente entoa-se ao longe e a dança da vida rodopiar-te-á dentro da alma.

sábado, 6 de março de 2010

Vidas

Chegou a casa arrasada. Cansaço acumulado de muitas semanas. Um dia terrível em que, a dada altura, se sentiu a desmaiar, não sabendo se fora do coração ou de outra causa qualquer, mantendo a personagem sorridente e profissional, como se nada estivesse acontecer, enquanto por dentro pensava, não sobrevivo a esta e o medo se instalava, tudo sem que ninguém notasse. Felizmente a coisa durou segundos, mas ficou para sempre na memória.

Quando bateu a porta de casa, desatou a chorar, finalmente. A sua vida era trabalho, casa, casa trabalho, mas em casa havia sempre alguém a gritar com ela ou a criticá-la, por muito que se esforçasse. Era o filho que insistia que ela não guiava bem, aos gritos, ou a criticava por jogar jogos de computador para velhos, por por qualquer pergunta que fizesse, do tipo: com quem vais sair?; era a filha que nunca estava e o pouco tempo que permanecia era para a irritar projectando nela a sua baixa auto-estima: o meu cabelo está horrível, estou cheia de bolhas, tenho braços de homem.... Às vezes era ofensiva. Um dia chegara mesmo ao ponto de lhe chamar javarda por ela ter deixado cair umas miseras migalhas de uma bolacha de água e sal no quarto da adolesente.

Felizmente estava tudo aparentemente sossegado: o filho preparava-se para ira uma festa de alguém que ela não conhecia; a filha ainda não tinha chegado do jogo de basquete que se prolongava noite dentro e o marido, como sempre estaria sabe-se lá aonde.

Infelizmente, não tardou a chegar o marido, um palerma, incompetente, expulso de sucessivos trabalhos, porque dedicava mais de 80% da sua vida um hobby inútil, como se fosse um menino rico com rendimentos herdados. Ela aturava a situação sem saber se ainda sentia algo por ele, ou se era pelos filhos, ou por medo da solidão. Isto, enquanto envelhecia, adoecia, deprimia.

Durante umas horas o silêncio permaneceu, até que ele anunciou que no dia seguinte ia estar ausente, como sempre, mentindo: vou só lá tomar café e volto (o café costumava durar a tarde inteira e prolongar-se pela noite; se fosse pequeno-almoço, durava o dia todo).
Iniciou-se uma discussão, que se foi tornando violenta em espiral, porque ele tinha afirmado, peremptoriamente, um dia antes, que este fim-de-semana era para dedicar à família.
O berros transformaram-se em coisas partidas e ele, de repente, assim como uns tempos antes lhe tinha dado uma bofetada inesquecível, agarrou-a pelo pescoço e começou apertar-lhe as carótidas.
A filha, entretanto chegada, valeu-lhe, acordou-o da loucura dizendo: -Papá para! Isto, enquanto chorava desesperadamente e dizia:- eu não tenho que aturar isto, eu sou uma boa menina, eu faço os meus trabalhos, eu tiro boas notas.
A dor da filha dilacerou-a ainda mais, pelas duas. Ela também sempre tinha sido uma boa menina que cumpria todos os seus deveres. Não tinha que aturar mais isto.
Telefonou à polícia para participar dele, mas tinha que ser sujeita a perícias médicas e não estava preparada psicologicamente para esse passo.
Mas ela não tinha que aturar isto. Nem podia viver com o pavor de ser esganada pelo companheiro de 20 anos de casamento, mais 7 de namoro, aquele que em tempso julgara ser o seu amor de sempre.
Há sempre um fim, pensava, enquanto olhava as marcas no pescoço e se entupia em Xanax, uns atrás dos outros.
Tenho que ganhar força e coragem para o passo seguinte. A vida em comum tornou-se impossível. Tenho que me proteger. Inclusive de mim própria. Como? Quem lhe dera saber a resposta. Entretanto, ficou confortably numb e adormeceu.

quinta-feira, 4 de março de 2010

A última tendência na arquitectura: habitações verdes




clique nas habitações se quiser habitar nelas


Tudo evolui em espiral. Antigamente eram comuns as casas cobertas de heras, com a bicharada a entrar pela janela. Simplesmente porque era bonito, romântico. Agora o conceito de casa verde, muito mais elaborado e com outras preocupações ecológicas, de integração do espaço na paisagem e tal, está aí. Fazem-se casas e prédios magníficos com jardins soberbos nas paredes e no telhado. Se as casas poluem, têm que despoluir. Acho fantástico este novo (non troppo) conceito. Daqui a umas décadas as cidades serão florestas magníficas. Pena já não estar cá para ver.
E eu, sempre à frente no tempo, já praticava isto, de forma artesanal, há duas décadas.
Não sei porque é que o parvalhão do novo administrador do prédio arrancou toda a vinha virgem que eu tinha plantado há 18 anos, mais as trepadeiras que floriam na Páscoa, em cacho. Que davam cabo dos canos e tal. PQP para o tipo, mais os amados canos. No mínimo, vai esperar meses até que eu pague o condomínio. Que me venha com uma injunção!
Desde que o dia passou a ter menos do que vinte e quatro horas, ou seja menos um cagagésimo de segundo, por causa das catástrofes e do desvio do eixo da terra em 8 cm, que eu me passei. Já não respondo por mim. Estou inimputável. Onde é que já se viu, dias com menos de 24h ? Já não há descanso. Esse cagagésimo era essencial para o retemperar das forças. Dias com 23 horas e não sei quantos minutos que não dão conta certa. Já nem se sabe como referir a duração de um dia. Está tudo muito estranho.
Isto é muito pior do que as coisas que custam não sei quantos euros e 99 cêntimos, e nunca há troco, ou os downloads de 0, 99 cêntimos que nos incitam à pirataria.
É o apocalipse a aproximar-se aceleradamente.

Espero que

Pedro Passos Coelho ganhe as eleições no PSD. Não vejo outro sacana à altura de enfrentar o sacana do nosso Primeiro!

quarta-feira, 3 de março de 2010

Assim não há hipótese! Nem para o Braga, nem para o Glorioso FCP

clique na imagem para ver como é tudo uma panelinha

De que côr é a crise?

Have a guess.

terça-feira, 2 de março de 2010

Como raio é que fui sonhar isto?Só pode ter sido a lampreia da Blimunda ou a Maria Joana do Privada!

Lá estavam eles a jogar futebol, num relvado perfeito, junto a uma enorme escarpa em abismo, mesmo no fundo, junto ao mar daquela ilha vulcânica em que a areia é escura e fina. O mar batia contra as rochas milenares e espumava contra a ilha, tudo numa normalidade instável, enquanto eles, as estrelas, jogavam divertidamente futebol a desafiar as águas. Estavam quase todos: Figo, Rui Costa, Cristiano Ronaldo, Futre, Bruno Alves, Lucho, Lisandro Lopez, Ricardo Carvalho...e, naturalmente, Pauleta.
Sim, estávamos nos Açores, na Ilha de São Miguel, junto à Povoação, na zona das Sete Lombas, a entrevistar os pais de Pauleta.
-Sabem meus senhores, em tempos vimos no jornal um anúncio de um miúdo que dizia: vende-se terreno que não serve absolutamente para nada por 2.000 euros. Achamos lindíssimo, um refúgio, e comprá-mo-lo para o nosso menino. A pronúncia era açoriana típica, cantada e com os ius típicos.
O terreno é muito pequeno, mas a escarpa, a pique, tem 500 metros e dá directamente para aquela praia, a que só se chega de barco.
Quisemos oferecer isto ao nosso filho, para ele trazer quem quisesse, as namoradas também, não sei se me está a entender...
Mandámos vir um decorador e aqui está o quarto de sonho.
Entramos pelo pequeno jardim cheio de flores exóticas que dava para um T1 coberto de vegetação. Quando abrimos a porta, a mãe mostrou, orgulhosa, o quarto de Pauleta. A cama era enorme, em docel, tudo acetinado em tons de azul, todos os tons de azul, nas paredes havia sereias e gárgulas que jorravam água, e colunas rócócó espalhavam-se aleatoriamente. Espelhos por todo o lado, inclusive no tecto.
Sabe, queríamos dar um ar muito sofisticado ao quarto e queríamos que o som do mar se prolongasse para o som das fontes, por isso contratamos um arquitecto e designer do Continente, da Capital, o homem vinha muito bem recomendado, um tal de Taveira, e fez esta magia, algo entre o civilizado e as cavernas, que era o nosso desejo. Ficou mais cara a decoração do que o terreno e a casa. Nem tem comparação, o preço dos serviços!
O quarto abria-se para o mar numa varanda deslumbrante. Lá em baixo, ao fundo da falésia, pareciam mosquitos a jogar.
-E os senhores onde moram?
-Não há espaço para tudo, moramos num anexo num terreno ao lado, uma coisa clandestina, feita pelo meu marido, mas não coloque isso na reportagem.
Nada daquilo dizia com a personalidade do Pauleta, que tem o ar pacato de um bom pai de família e já nem se dedica à bola, mas às fatias. Não estaríamos nós na ilha errada, com a mãe errada e o jogador errado?
Acordei sem saber a resposta. E também não vi o iate que podia permitir o acesso ao estádio de ninguém...
Adenda: naturalmente que também lá estava o Vítor Bahia, o jogador com mais títulos de sempre, uma beleza para os olhos, só por ter uma branca é que não o coloquei que eu não sou nenhum Gillberto Madaíl de saias.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Março

Março marçagão
De manhã cara de anjo
À noite cara de cão