terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Um porquê seguido de uma ideia da designer Saphou

Com todo o frio que temos rapado, pergunto: porque é que o povo português é o único civilizado (?) conhecido que adora ter a casa ou o local de trabalho gelado e enfronhar-se em roupa, camada sob camada, queixando-se, encostado ao aquecedor ou, se tiver sorte, à lareira, com uma manta adicional: -Ai, está tanto frio!
Não é preciso ir muito longe para ver que é uma característica do português típico. É cultural, não creio que seja apenas por ser forreta, ressalvados alguns casos, como o do meu sogro ou, quiçá, AR, esse Ser notável.
Basta ir à nossa vizinha Espanha para ter um calor imenso com -6 de temperatura cá fora, granizo do tamanho de ovos de galinhola ou neve até ao pescoço. A faculdade está tão aquecida que é preciso andar de blusa de Verão, no hotel vemo-nos obrigados a baixar drasticamente o termostato, em casa anda-se de vestido de alças ou de triquini.
Não vale a pena ir contra uma característica cultural. É melhor lucrar com ela.
Ontem, para circular por cinco salas, durante 5 horas, enquanto tirava dúvidas aos que queriam sacar qualquer coisinha fazendo-se de ignorantes quanto ao português, tinha vestido, para além da roupa interior: um básico, uma camisola, um colete, um casaco curto, dois cachecóis, um casaco comprido que parecia um cobertor, botas de borracha e chapéu. Estava linda! Nem os chouriços que um certo candidato autárquico andou a oferecer lá para o Minho tinham tão boa apresentação. Também tinha uma certa semelhança com Herr Flick da Gestapo.
Daí que, embora sob coacção de Jama e Blimunda, me veja obrigada a divulgar pelas orelhas uma ideia genial surgida assim, pops que, naturalmente, já protegi como Modelo Comunitário não registado, na OAMI, que isto aqui é uma ladroagem. Também está protegida como Marca na Hora, que é um instituto cujo interesse só os mais elevados seres alcançam.
Por cima das calças, o português chique, seja ela, ele, ou assim assim, de agora em diante usará um saiote longo e leve, mas muito quente, por exemplo, em caxemira, evasê, até aos pés, que apenas aperta à frente com meia dúzia de botões ou laçarotes de XXL a XS. Temos pensadas também outras formas de apertar, nomeadamente, em envelope, para os mais friorentos. Quando passa este português high fashion ficará aquela silhueta notável em cauda ondulante. Todos ficarão invejosos, a babar.
As peixeiras, em que Saphou, designer de alta costura, se inspirou, protegem-se de uma forma mais grosseira, mas lá está a saia, por cima das calças, ou meias de pescador, que só não vai até aos pés por razões óbvias. Saphou, querida, és um génio, embora poucos o reconheçam. É no povo que está o melhor da haute couture. E esta é uma ideia de um génio imerso na cultura do seu povo até às pontas dos cabelos. Também poderia mencionar a manta em que ando sempre enrolada, mas não seria tão chique.
Faremos LPSs (Long Protection Skirts) à medida do cliente mais exigente, únicas, e teremos uma linha comercial para vender na Zara e na Mango.
Jama, quer encomendar já? Quer um padrão escocês, que fica sempre bem por cima de umas calças clássicas? Blimunda, queres uma com brincos-de-princesa, para ser à tua medida? Mac, uma com ananases, para comemorar o que nasceu no seu jardim? Mofina, que escolhes? Privada? Funes? O génio espera por vós. Saphou é paciente.
P.S.: E já imaginaram que as podem utilizar com secondary meaning, sem nada por baixo, em momentos mais quentes? Um sucesso!

13 comentários:

mac disse...

Eu quero.

Já que não posso ver o meu ananás, que veja outros. Pode ser em envelope, que eu sou friorenta.

saphou disse...

Já vou começar o projecto.

Blimunda disse...

Só se os brincos de princesa penderem do sítio certo. Para que não se formulem dúvidas sobre a localização da zona principesca.

Temos que patentear esta ideia, pá. Se calha da Fatinha Lopes ler isto, bem podes considerar-te roubada.

jama disse...

Saphou, antes de começar com o projecto, temos de estudar se o mesmo não violará o princípio da novidade. Apesar de dizer que não conheceu o Hércules, eu desconfio que não está a contar tudo. É que o Hércules usa assafões, e a vestimenta que propõe não anda lá muito longe desse agasalho?

saphou disse...

Escolha lá mas é o padrão escocês que deseja, já viu o sucesso que vai fazer? Cada padrão corresponde a um clã. Qual é o seu?
E ele a insistir com o Hércules!

Blimunda, queres botões em G?

Blimunda disse...

Sim, faxavor. De preferência com vibrantes, digo, brilhantes.

privada disse...

:-)))

Tbm kero umas calças à escoces, mas sem serem abertas nas costuras, e um pullover, e uns boxers com patinhos

saphou disse...

E um fatinho à maruja?

Privadinha o amiguinho disse...

Assafões, que lata, em processava esse Jama amanteigado, a menos que ele indeminizasse em queijos da Serra e Vinho Tinto Maduro Reserva para a malta. Ó homem, não vê que a criação subtil de Sapgou parte da cintura e não do pescoço. Vexa é que me saiu um assafão de garrafão.

Privada, o bacoco disse...

Vejam com o meu amiguinho escreve cheio de gralhas como eu, ola amiguinho

saphou disse...

Dispensaste a editora!

jama disse...

O privadinha quer conversa. Assafões a partir do pescoço?! Bem se vê que para sim um bom queijo com o rótulo da Serra é sempre com leite em pó e puré de batata. Como ovelhas há poucas, tenho de oferecer um queijo ecológico aos que pensam que os assafões começam no pescoço.

Blimunda disse...

Jama, queijo da serra para o Privada só com rendinhas. Ele quer agora lá saber que sejam ecológicos? Têm é que ser envoltos em rendinhas, isso sim.

A Mofina tem ovelhas.