segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Faço minhas as palavras de Vasco Pulido Valente acerca do desnorte do PSD

Parece que, por enquanto, Manuela Ferreira Leite não vai sair da presidência do PSD. Em vez disso, que seria com certeza imerecido vexame, sairá na "melhor altura" até ao fim do precário mandato, que recebeu o ano passado. Espera ainda uma espécie de compensação no próximo domingo. Quer pôr a casa em ordem. E, sobretudo, evitar a eventual eleição de Pedro Passos Coelho, que ela acha, ou dizem que ela acha, um "Sócrates de segunda". Os vários bandos do partido, que se preparam para uma nova guerra civil, não se opõem, desde que ela não exagere e marque rapidamente as "directas" para Janeiro ou Fevereiro de 2010. Mesmo Marcelo é contra uma defenestração imediata, que em princípio favorece o PS. Só um péssimo resultado no dia 12 apressará as coisas.
Há, neste momento, cinco candidatos à sucessão: Marcelo Rebelo de Sousa, Marques Mendes, Passos Coelho, Paulo Rangel e Aguiar Branco. E é esta a tragédia do PSD. Para começar, Marcelo e Marques Mendes já estiveram à frente do partido e não chegaram a parte alguma. Nem um, nem outro representam hoje para o PSD e o país (por muita inteligência e habilidade que tenham) a unidade e a reforma de que o partido precisa. Pelo contrário, trazem inevitavelmente consigo o peso morto e, a prazo, fatal de uma vida velha e velhas querelas. Passos Coelho (de resto, uma excelente pessoa) é, como diz com razão Ferreira Leite, uma nulidade enfatuada. Paulo Rangel, além de um grande entusiasmo e de uma retórica brumosa e um pouco arcaica, nunca mostrou qualquer qualidade política superior. E Aguiar Branco não existe.
Oproblema do PSD não mudou de 1995 para cá. O dr. Cavaco criou um deserto à sua volta. Entre um populismo provinciano, e às vezes grosso, e meia dúzia de técnicos na reforma ou muito bem arrumados nos "negócios", não deixou ninguém. Basta seguir os fantásticos sarilhos da "espionagem", para se ver o género de gente de quem ele gosta. Não admira que, depois do "cavaquismo", o PSD ficasse sem cabeça ou, se preferirem, com uma dezena de putativas cabeças, que mutuamente se anulavam. Os "sindicatos" de voto e as maiores câmaras (que "davam" empregos) começaram a mandar e, como era inevitável, estabeleceram uma absoluta confusão. Uma confusão que as "directas" (ganhe quem ganhar), a interferência directa ou indirecta de Belém e as relações com o Governo de Sócrates só podem aumentar.

(...)
In: Público.pt 4.10.09

7 comentários:

privada disse...

Minha querida Saphou leio isto e inevitavelmente penso no nosso grande FCP. What?!
Não, vamos lá ver uma coisa, o erro do PSD é depositar pouco credito na juventude, não consigo perceber o que é Passo Coelho tem de tão mau, poderia competir com Socrates, se fosse como Socrates é, apoiado pelos velhinhos.
Quer queiramos ou nao o PS tem uma unidade pá, digna de registo.

hashre disse...

A unidadde de andarem à paulada internamente! He!

Agnóstico, o Santo disse...

O PSD é como o Benfica: vários treinadores em poucos anos e ninguém se entendia, nem havia títulos. Foi preciso Jesus para por ordem naquilo, e,e...O PSD tem mais tipos da IURD.

privada disse...

MFL, Cavaco lideram a banda, enquanto o PSD se afunda, ja o Benfica espera a morte do nosso Presidente para depois começar a cantar vitoria, e Pinto da Costa pode bem estar a cometer o erro de Cavaco, ao nao deixar fluir descendencia.

Raios partam os feriados e os dias sem trabalho, retiram-me inspiraçao e dao-me dores de cabeça, que é este calor aqui no Porto???

saphou disse...

É a trovoada que não há meio de rebentar. Não aguento mais este Porto armado em cidade tropical, um peso na cabeça, um mau humor...ainda apanhamos malária, por este andar.

privada disse...

Sim, nao percebo, mas pelo ciclo das coisas deve estar proximo um terramoto

saphou disse...

Também sinto isso.