sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Poemas ao vento...

Na orla do vento movem
Seus corpos mortos as folhas.
E ora das folhas choram,
Ora onde inertes não movem
A chuva de Outono molha-as.
Não há no meu pensamento
Vontade com o que pensar,
Não tenho neste momento
Nada no meu pensamento:
Sou como as folhas ao ar.
Mas elas certo não sentem
Esta mágoa inteira e funda
Que os meus sentidos consentem.
Nada são e nada sentem
Da minha mágoa profunda.
(Fernando Pessoa)

10 comentários:

Blimunda disse...

Então o que é isso? Citando Pessoa às 13:36?

saphou disse...

Foi do turno.

Blimunda disse...

O turno inspira-te?

Mofina disse...

Viu as freiras ou o frade?

Blimunda disse...

Vou pregar para outra freguesia. Portem-se bem, rezem umas glórias e até mailogo!

saphou disse...

Freiras, frades, padres e madres.

saphou disse...

Mais meninas e meninos de coro.

tia perpétua disse...

...e comadres mais compadres.

mac disse...

Saphou, falta-nos disciplina, acho eu.

Ele diz e muito bem,
Que os meus sentidos consentem.

Se a malta não consentir, passa a ser falso que
Nada são e nada sentem
Da minha mágoa profunda
.

Sonhos. Mas de sonhos vive o homem, né?...

mac disse...

Que chatice, a natureza humana.