terça-feira, 7 de julho de 2009

Sou livre , o Estado não

Dormir é inútil, são 7 e estico a perna e salto para o molho de roupa que hei-de meter na maquina, contorço o tronco e remember you always think twice, you think twice, yeah yeah. Mal lavo os dentes para poder continuar a cantar, abro os braços, escorrego em frente ao espelho, numa perna e noutra. Fumo um cigarro, dois, três. Somos lustres pendurados em cenários.
A paginas tantas já não sei metade da lista de coisas que tinha para fazer e eram urgentes. Antes de adormecer sabia de cor e salteado, tinha tudo programado, como de resto faço todas as noites, enquanto a tola gira, gira, gira, ate adormecer.
Os bancos, a burocracia, as instituições retiram-me a liberdade. Não consigo acabar com eles, sonho ser empregado da Zara sem preocupações, livre. Empregado do IKEA. Estar atrás de um balcão qualquer com um tiquete pendurado.
Subo a pirâmide de papeis onde supostamente deveria estar aquele processo que trouxe e hoje tenho que resolver. Queria ter amigos simples, daqueles que plantam couves e me convidam para o cozido, uma mixórdia com carne de porco, mas esses não se preocupam com a nação e tenho de preocupar-me, tenho que preocupar-me, analiso, pergunto pela agricultura, tento convence-los das trapaçadas do Governo. Fica novamente tudo espalhado. Hoje vou a pé, mas não, que de carro vou mais rápido e posso ter que sair. Não me enerve, hoje não me enerve, você é um prejuízo para a sociedade. Há muito tempo que você meu caro amigo perdeu a mão, sim, há muito tempo que você caminha para o final, como um bebado meu caro, a suportar-se nas esquinas que lhe permitem os unicos minutos de equilibrio. Tenha vergonha. Tenha vergonha senhor deputado.

2 comentários:

Blimunda disse...

Li as primeiras palavras e pensei: "caramba, a Saphou está a sofrer da de doênça bipolar". Mais duas palavras e bati com a mão na testa! Pois...é o Sr. Feliz cá da casa!

Privada ainda havemos de tentar o contacto físico. Tenho a certeza que essa tua alegria de viver deve transmitir-se por osmose!

jama disse...

Aqui há dias, um fulano que achava muito maçador o trabalho que fazia, resolveu ir trabalhar para um call center. Depois de ter tido formação, ficou lá cinco dias, já contando com o dia de aniversário, em que a empresa, de forma simpática, deu folga aos empregados. Serviu-lhe de cura. Viu o que era trabalhar no duro.