Antigamente, telefonavam-me de uma ou duas instituições credíveis e meritórias (até prova em contrário) e eu aceitava fazer peque nas campanhas de Natal, Páscoa e Férias grandes, o telefone não para. nos donativos.
Acontece que as instituições de solidariedade social se multiplicaram como cogumelos, chegando agora a receber cerca de 10 telefonemas ou mais por semana, de instituições com o mais variado nome a pedir algo, sobretudo nas campanhas de Natal, Páscoa e Férias de Verão ou, ao longo de todo ano, para casos concretos pormenorizadamente descritos de forma a inspirar a pena e produzir o cifrão.
Normalmente, Saphou diz que não está. Explica que é a empregada e não sabe quando Saphou volta. Ou é Saphou filha e não sabe quando a mãe chega. Às vezes Saphou topa os números e não atende. Outras vezes, Saphou diz, pura e simplesmente, que não.
No outro dia telefonaram da "Casa da Sopa". Eu estava com paciência e expliquei que esta multiplicação de associações estava a dar cabo do mercado da boa vontade, porque já ninguém aguentava tantos telefonemas, quanto mais fazer doações para tanta instituição. Aconselhei a representante sonsa da instituição a promover reuniões com outras associações, a criarem uma federação, de modo que ao futuro donatário só aparecesse uma única entidade, um guichet único de pedidos. De outra forma, por mais nobre que fosse a causa, corriam o risco de levar imaginariamente com o telefone na fuça. Já ninguém aguentava os telefonemas, nem tinha vontade ou orçamento para dar.
A Senhora da "Casa da Sopa" fingiu não ter percebido nada. Naturalmente, levou sopa.
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P.S: esta graçola final, muito previsível, não deixa de ter a sua piada. Admito, todavia, que discordem, fundamentando.
Resta dizer que este post foi escrito com sacrifício pela consideração que Saphou tem por Jorge C..
6 comentários:
Só por ter tido a descarada ousadia de pedir o donativo, estive para a mandar à sopa. Mas por consideração e solidariedade com o seu estado nhó-nhó que tem teimosamente persistido nos últimos tempos, resolvi dar-lhe uma abébia. Esses gajos são tão insuportáveis como os outros que nos telefonam para oferecer coisas. Sofás de massagens, férias, parabólicas da meo ou coisa que o valha, só ainda não me ligaram a oferecer um homem desprovido da faculdade da fala e de qualquer outro tipo de comunicação (gramava à brava que me oferecessem um). Se viesse a acontecer provavelmente responderia da mesma maneira que respondo a todas as outras tentativas de ofertas: "minha senhora, faça-me a gentileza de ofertar esse prémio que eu ganhei sem ter pedido aos pobres porque eu sou rica, não preciso. Quando pedem donativos, respondo da maneira inversa.
Mas o engano é pensar ke são varias associações, porke se pensarmos bem so pode ser a msm, eu só dei a uma, engraçado ke agora ligam me dezenas delas e sabem para alem do meu numero ke "eu costumo contribuir".
Da ultima vez ks me insultavam, é verdade, disse-lhe : - pare de me ocupar a linha, quanto é ke a senhora recebe para estar aí a telefonar, quantos operadores de contactos tem voces na equipa, alguem é volutario?
Foi bonito foi, a senhora precisava do ordenado pa familia nhó nhó
Quando me telefonam para ir buscar os bilhetes para a viagem ao Sul de Espanha, respondo que detesto viajar.
Quando me telefonam para oferecer a baixela assinada por Fátima Lopes, respondo que tenho louça a mais ou que detesto o que a senhora faz.
E por aí fora...
Blimunda, sempre sábia. Tirei o pedido de donativo. Não sei se a sua sopa é boa.
:-) Boa! Assim é que se fala! A sopa a quem dela precisa. Nós somos mais nós!
Nossa, vc ainda se da ao trabalho de responder. Eu nao dou nada, nadica de nada. Estou acostumada com essas ONGs do Brasil, a maior parte eh feita de ladrao, mamam recursos para investir nos familiares, pobre nao ve um centavo.
De mais a mais, nao deveriam dar sopa, deveriam ensinar o pobre a plantar. Nem que seja em jardim publico.
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