sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Filosofia de vida, neste momento, de Saphou, retirada de uma anedota

A vida é um inferno de merda em que estamos quase sempre imersos. Nos pequenos intervalos, é-nos permitido emergir da merda, a maior parte das vezes só com a cabeça de fora. Estou num desses intervalos, apesar da dor de cabeça e do corpo. No entanto, já me chamam para que meta a cabeça na merda de novo. Até quando, não sei. Ninguém sabe quando ou se alguma vez toca a campainha para intervalo. O regime é de treino militar de recruta.
Tanto filósofo, tanta treta, para uma conclusão tão simples. Só eu cheguei a esta tese de merda, sou genial. Autoproclamo-me o génio da merda. Não de merda, mas da merda.

You will survive, I promiss you!

Em péssimo inglês, julguei ter ouvido alguém de cabelos brancos dizer:

-"Paulo Bento forever" (fórévare)
Lembrei-me do outro, igualmente com cabelos brancos, mas de onde a onde, que também disse: "Alcochete jamais".
Coitados, baralharam-se: um queria dizer "Alcochete forever"; ou outro, "Paulo Bento jamais".

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Estados da Alma Mãe, por Saphou


fotografia com telemóvel de segunda, algures em Abril de 2008, clique para aumentar,
se lhe aprouver
Todos os direitos reservados, excepto o de olhar

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Amiga

Mal nos conhecemos
Inauguramos a palavra amigo!
Amigo é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece.
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão! Amigo (recordam-se, vocês aí,
Escrupulosos detritos?)
Amigo é o contrário de inimigo!
Amigo é o erro corrigido,
Não o erro perseguido, explorado.
É a verdade partilhada, praticada.
Amigo é a solidão derrotada!
Amigo é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
Amigo vai ser, é já uma grande festa!

Alexandre O'Neil

domingo, 1 de novembro de 2009

Diálogos dispersos

-A missa nunca mais acabava. Viste o tempo que o padre demorou só para anunciar o Pai Nosso? Disse para aí sete frases e usou dez metáforas, no mínimo. Podia simplesmente dizer: rezemos o Pai Nosso. Por isso as pessoas não vão à missa, é demasiado demorada. Deviam aprender com a lei dos rendimentos decrescentes...
-Olha mãe, se queres missas de 10 minutos vai a Las Vegas, tiras um bilhete e já está...
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-Não me apetece cozinhar hoje à noite. Querem pizza ou comida japonesa?
-Hã, que bom, pizza! Diz ele.
-Eu também quero pizza, diz ela.
-Mas estás sempre a elogiar ao restaurante Zen e a comida japonesa que é o máximo. Mudaste assim tanto de ontem para hoje?
-Entre italiana e japonesa, prefiro italiana.
Ele:- Sim, sim, é tudo muito bom, muito exótico e tal, mas no fim o que querem é a Europa.
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-Pensava que hoje era apenas o dia de Todos os Santos, mas parece que é o dia mundial do veganismo.
Ele: - Dia mundial do veganismo, veganismo, anda o homem a matar animais desde os primórios e depois vêm uns tipos que se lembram ai, não se pode fazer nenhum animal sofrer, nem uma formiga. E as plantas, não têm sentimentos? Aposto que se um mosquito os picar matam-no na hora, ou se uma vaca lhes esguichar leite para os olhos, dão-lhe um pontapé.
E faz sofrer muito a galinha, comer-lhe um ovo; é muito sofrimento para a vaca, cabra ou ovelha, beber leite ou comer queijo.
Em frente deste restaurante vegan eu abria uma churrascaria. Hum, cheirinho a carne...
-O ideal é combinar uma alimentação vegetariana com algum peixe e pouquíssima de carne, sabes muito bem disso.
- Está bem mãe, já sabemos que já foste vegetariana, são os resquícios infelizes de hippie que há em ti.
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Ela, sobre os trinta e cinco anos da Hello Kitty, que está a ficar velhota (depois dos trinta, ou cara ou cu, como Funes sempre disse, embora no caso da Hello Kitty, nem cara, nem cu, nem mesmo boca, onde é que já se viu uma mulher sem boca?) e a Hello Kitty mania:
-Não se riam, é triste, eu conheço gente assim, vestem-se Hello Kitty de alto a baixo.
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No meio disto tudo, alguém repete monocordicamente, sem esperança, nem desespero: - eu gostava de ver o Sporting.
- Porque é que alguém é do Sporting? Pergunta o coro. Sem resposta (no fundo, um alívio, pior se fosse do Benfica, iac! clube insuportável).
De repente, ilumina-se, Goooooollloooo! Vamos lá, caramba. É preciso um miúdo marcar golo, os outros andam para ali a pastar.
A animação dura pouco.
-Que grande golaço de Manu! O primeiro no campeonato, um golo inacreditável. Viste?
Encolhe os ombros.
-Só marcam golos destes ao Sporting.
-E o Caicedo? Caiu cedo?
-É um boi de força. Estava bem era para pegar touros.
-Entrou o bébé proveta.
-Quem?
-O Saleiro, o primeiro bébé proveta português.
-Que azar do Caicedo! Fez o que tinha a fazer...
-Vê a coisa pela positiva, ganharam um ponto. Puxa, o treinador do Marítimo é um pão!

Preocupações


Igreja preocupada com aumento de ateísmo em futebolistas: diminuição de 50% de bênçãos durante as substituições
01 de Novembro, Por João Henrique (in O Inimigo Público)

O Padre Joaquim Carreira das Neves acaba de apresentar uma análise estatística que denuncia o crescente ateísmo e redução de fé nos futebolistas da Primeira Liga.

“O jogador que entra a substituir outro, ou não se benze, ou fá-lo com muito pouca qualidade. Estou a falar de uma tendência que se acentuou na última década. Temos um elevado número de jogadores que fazem bênçãos incompletas e à pressa. A fase “E do Espírito Santo” da bênção tem sido a mais prejudicada. Eles até fazem “Pai e Filho” mas depois esquecem-se de tocar nos ombros, o ombro esquerdo, então, caiu 90%. É preocupante. Agora nem chegam a tocar na relva e quando olham para o céu não estão a olhar para Senhor mas apenas estão a posar para uma câmara panorâmica que está no estádio”, lamentou o padre.

Novembro: velhos ditados; November old sayings

Chuva em Novembro, Natal em Dezembro
When there's November rain, December brings Christmas again
...
Para os que cá ficam/for those who remain.

sábado, 31 de outubro de 2009

Bracara Augusta, com paciência, baixou a crista do "cretino", em machadez. Olé! Parabéns grande Sporting Clube de Braga

Hoje

só os meus mortos me rodeiam. Há uns anos atrás, mascarava-me com os miúdos e íamos de porta em porta pedir doces ou pregar partidas aos sovinas. Esse tempo já era. Abro as janelas na noite, deixo a casa escura, acendo velas com odor a verbena. Os meus mortos estão cá todos e gostam de sossego. Eles e eu. Todos os vivos partiram. Mas quem é que precisa dos vivos? E será que os vivos estão vivos? Os mortos não estão mortos, em biologia o nada não existe. Com os meus mortos tomo um chá. Conversamos sem mexer a boca, choramos e rimos sem mexer o rosto. Pena que eles tragam atrelada a Saudade, uma gaja chata que estraga qualquer festa, uma penetra. De qualquer modo, falta pouco para o reencontro definitivo, por muito que o instinto queira procastinar. Raio-que-parta esta merda toda.

- Hoje não janto em casa,

vou à festa de anos do Leite.
- Com quem?
- Com uns quantos amigos, tantas perguntas.
-Onde vão jantar?
-Algures perto do Hospital de Sto António.
-Que horror! Aquilo é só tascas mal frequentadas. Nem se pode, sequer, passar no jardim da cordoaria, só prostitutas, paneleiros, ladrões, pensões rasca... Ainda és roubado ou apanhas gripe A. Um meu amigo uma vez comeu numa daquelas tascas e ficou doente do fígado vários meses. Não podiam escolher um lugar mais seguro?
-Estou chocado contigo. A minha mãe tem esta linguagem. Eu estou mesmo chocado. Nem acredito. Paraste no tempo. Aquilo agora é um lugar da moda, se bem que o Leite tenha dado em parolo, o que pode explicar a escollha. Mas é meu amigo, vou ao jantar. São não vou depois ao Act, a discoteca dos azeiteiros. Também o Leite só quer ir ao Act porque o Zé Ricardo ganha dinheiro por cada pessoa que lá mete.
-Quem é o Zé Ricardo?
-É o tipo lá da escola que tem a personalidade de uma mesa.

Pausa

Minha querida Saphou


Vou ausentar-me por uns dias, vou visitar a minha futura casa. Ando saudoso. Que se pode fazer, um homem também tem fragilidades, tenho saudades do Mestre deliroso, de Jorge C. e de mais uns quantos malucos. Estou sem encanto pela blogoesfera, parto para uma grande embriaguez, da qual espero não me recuperar nos próximos tempos. Foste uma grande amiga em deixar-me estar aqui em tua casa, a tua bela casa, eu volto, mas por agora parto, pode dar-se o caso de não ter casa e de voltar, espero contar contigo, grande mãe dos anos 8o.

Tenho que ir, deixo-te este recado, ao jeito do Prof. Antena quero posteriormente debater contigo as conclusões.

Um abraço , um enorme abraço

do teu amigo Privada

Ate sempre!

Happy Halloween




sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Fúria, mas é do açucar: acalmem-se camaradas, companheiros, irmãos! Cá vai musiquinha da República das Bananas

Jorge Jesus, conhecido, em machadez, como "o cretino",

pede desculpa aos adeptos se não vier a golear sempre as outras equipas. Ao que isto chegou! Isso apenas quererá dizer, em jorgez, que "ambos os jogadores das duas equipas jogaram bem".
O "cretino", em machadez, sente, em jorgez, " que a onda está a crescer e que é uma qualidade por mérito própio". Nesta linha de raciocínio, em cervanez, Sílvio Cérvan manifesta o seu júbilo, em "O Dia Seguinte", por dar cinco e seis. Nada temos a comentar, senão isto ia descambar.
BRACARA AUGUSTA nos valha!

Conto de sexta-feira : " As Mulheres"

A mãe de Rita esperava-as com a habitual liberdade histórica no olhar, na rua, numa discoteca, num café, na própria vida real, poderia ser irmã e não mãe de Rita.
Tal característica não serve para a distinguir, da maioria das mães dos anos 70, mais amigas do que educadoras, mais progenitoras do que fontes.

Ana e Rita partilhavam a história de um divórcio no seu passado, o deles, o dos pais hippies, do amor e da liberdade, da aventura e do ego. E havia milhares de jovens como elas e outros milhares a fazer o que os pais das duas fizeram.
Dessa experiencia resultou para as duas, uma premissa, que depois de assumidos os votos de casamento, em consciência, estes serão inquebráveis, trata-se de um juramento sobre a terra e o céu e quem não estiver cônscio disso, deve celebrar a união com festas menos comprometedoras.

Será que essa odeia era o julgamneto directo aos pais, pelo desapego à religião, pela leviandade com que fizeram promessas a si próprios, aos amigos e ao universo; podia esta geração pós-moderna fazer tal coisa?
Por estranho que pareça, a marca da geração auto-didacta de sentimentos, era precisamente a dúvida, a duvida entre a ânsia de desculpar o sentir com a razão, e a razão, que não desculpa a falta de sentir.

Em consciência tinham relegado, até à altura, tais votos. Ana tremia sempre que era obrigada a testemunhar a leviandade dos amigos no altar, a prometer fidelidade, amor e compreensão, muitas vezes apenas iludidos pelo sexo, esse tal factor, que de tão instável e humano, não pode ser critério base de promessa eterna.
-“ Desconfiem sempre de quem vos promete o amor eterno, na cama” – Esta geração era afinal, em alguns pontos, mais Salazarenta que os fieis de Fátima.

A força das mulheres da geração de Rita e Ana, vinha do arraso que as mulheres dos anos 70 tinham dado nos homens da época, deixando-os a penar pelos cantos, a engolir o divórcio e a solidão, com garrafas de tinto e whisky.
Foi com certeza um grande golpe e por isso, aquelas mães mereciam sempre o abraço camarada da filosofia social e política, e muitas vezes só isso, a gratidão pela liberdade, pela força, pela luta que continuava a ser preciso empreender. Mulheres fortes não precisam de carinho, nem dos filhos. As heroínas são para ser descritas e não amadas, idolatradas e não beijadas.

Mas, Ana tinha um filho, Rita tinha um sobrinho, pensavam e discutiam muitas vezes a sua educação, sempre com base nesse exemplo, acrescentando beijos e carícias, lançando o boomerang, mas sem conseguirem também elas evitar o epíteto de heroínas, e caminhar a passos largos para uma razão sem sentimentos assumidos, para uma solidão conscienciosa, como o elefante memorioso que se afasta dos seus para partir.
Se bem, que todas as partidas são afastamentos, e as mulheres deste e do outro tempo queriam fazer as contas no fim, como se figura-se a ideia que as heroínas são eternas e que haveria tempo para decidir o que acrescentar à luta e passar o testemunho aos seguintes, sem sentir o egoísmo das condutas filosóficas, que nos colocam nas guerras evolutivas que lutam contra as armas, que usamos nelas.
Eram demasiado jovens para ter certezas. A vida tinha que ser construída e, agora depois dos 30, nenhum passo mais poderia ser dado ao acaso, e esse seria o assunto para mais aquela noite de ébria reunião.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Astérix, Obélix & amigos

Passei das melhores horas da minha infância a ler os livros de Astérix. Lia e relia, ria à gargalhada, outras vezes ficava com um sorriso demorado. Partilhava o divertimento com o meu pai. Fã incondicional que me ofereceu o primeiro livro. Repetiamos aquelas tiradas de humor, e era uma coisa muito nossa.
Goscinny e Uderzo faziam uma dupla imparável, com o génio dos enredos de Goscinny aliados à mestria do desenho de Uderzo.
Quando Goscinny morreu, a série devia ter parado. Nunca mais qualquer dos livros seguintes teve a mínima graça, por comparação. Ainda assim, em homenagem ao passado, à procura desses momentos, fui comprando e alimentando o mercado, como biliões de outros leitores. Mas o encanto estava irremediavelmente perdido.
O dia em que comprei um livro e, para surpresa minha, verifiquei que a tradução dos nomes dos meus queridos de sempre tinha sido objecto de uma revolução, foi o BASTA. Porque raio é que o chefe da aldeia, desde sempre Abraracourcix, passou a Matasétix? E o bardo, Assurancetourix, passou a Cacofonix? Já para não mencionar o peixeiro, o ferreiro, o velhote, a mulher do chefe e a mulher do velhote...Com que direito é que um fdp de um tradutor com o amén da editora ASA me vinha vinha mudar o nome aos meus amigos de sempre?
Nunca mais comprei qualquer livro da série. Guardo os da infância e da adolescência, onde estão as obras primas. Felizmente, consegui repor a colecção da dupla Goscinny/Uderzo, na versão antiga, porque emprestei vários livros a pessoas que nunca me fizeram o favor de os devolver. Mas com os livros é mesmo assim. Por mais amigo que o tipo seja, nunca se deve emprestar um livro. Nunca terá volta. Mais vale oferecer.
...
P.S.:Gostei ler Astérix em Mirandês.

O Correio da Manhã brinda-nos sempre com notícias que são mimos,

desta vez, com o esmero de fazer a tradução, pode o leitor não saber o que fuck you significa e, mais do que isso, uma tradução púdica. Grande Schwarzenegger, que até é baixinho. Cada um tem o seu Alberto João Jardim. Mais do que isso, grande ideia para uma marca de prestígio.
29 Outubro 2009 - 13h08
Primeiras letras de cada linha formam frase "fuck you"
Veto de Schwarzenegger manda rival "f...-se". O governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, poderá ter inventado uma forma criativa de insultar rivais políticos ao escrever a razão para vetar uma proposta de um rival democrata: as primeiras letras de cada uma das linhas manuscritas formam a frase "fuck you", que pode ser traduzida por "vai-te f...".
Um porta-voz da ex-estrela de Hollywood veio dizer que se tratou de 'uma coincidência', mas já alguns peritos calcularam que a hipótese de aquelas letras aparecerem aleatoriamente naquela ordem no início de linhas de texto é de um para dez mil milhões.
A proposta que poderá ter enfurecido o actor conhecido por filmes como 'Conan, o Bárbaro' ou 'Exterminador Implacável' dizia respeito à remodelação de uma parte do porto de São Francisco.
Por coincidência ou talvez não, o autor da proposta, Tom Ammiano, notabilizou-se no início deste mês ao chamar 'mentiroso' ao governador da Califórnia durante uma cerimónia do Partido Democrata, para a qual o republicano Schwarzenegger tinha sido convidado.
L.R.

A resistência ao poder central



Um brutal gordo, sensível e ingénuo, sempre pronto para a pancadaria, um amigo inteligente que nunca o abandona, um preparador de hoasca, uma aldeia de gente normal, peixeiros, peixeiras, ferradores, um presidente burro, todos juntos contra os romanos, que podiam muito bem ser mouros ou benfiquistas.


Gosto do Asterix e dos amigos, e sobretudo da Gália, fazem-me lembrar qualquer coisa!

Facebook: ao que eu cheguei

Não posso ir dormir já, apesar de estar a cair de sono, porque senão perco a minha colheita de morangos em FarmVille e com isso uma pipa de massa essencial à minha sobrevivência. Agricultora virtual sofre quase tanto como mãe de Tamagoshi.