Aquele que se dedica ao estudo
Cresce de dia para dia
Aquele que se consagra ao Tao
Diminui de dia para dia
Vai diminuindo sempre
Para chegar ao não-agir.
Pelo não-agir
Nada há que se não faça.
É pelo não fazer
que se ganha o universo
Aquele que quer fazer
não pode ganhar o universo.
sexta-feira, 24 de julho de 2009
Homenagem ao leitor apressado
"Quem nos ensinará a "colocar" a atenção? Há uma altura a partir da qual tudo muda de velocidade. Eu não sou, neste trabalho, um desses escritores que desejam conservar o leitor a seu lado o mais tempo possível, entretendo-o. Nada para o sono, tudo para o despertar. Despachem-se, escolham e partam! Lá fora há uma ocupação. Se for preciso, saltem capítulos, comecem por onde lhes apetecer, leiam em diagonal: isto é um instrumento com múltiplas aplicações, como a faca dos campistas. Por exemplo, se receiam chegar tarde demais ao âmago do assunto que lhes interessa, saltem estas primeiras páginas.
Saibam apenas que elas dão a conhecer a forma como o século XIX fechou as portas à realidade fantástica do homem, do mundo, do Universo; a maneira como o século XX as reabre, e como as nossas leis morais, as nossas filosofias e a nossa sociologia, que deviam ser contemporâneas do futuro, não o são, continuando acorrentadas a esse caduco século XIX. Não foi lançada a ponte entre a época das espingardas e a dos foguetões, mas pensa-se nisso. É para que se pense ainda mais que nós escrevemos. Apressados como estamos, não é sobre o passado que choramos, é sobre o presente, e com impaciência.
Pronto. Já sabem o bastante para poderem folhear rapidamente este início se for necessário, e ler mais adiante."
In O Despertar dos Magicos, Pawels e Bergier
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Sinto-me um Peninha
quinta-feira, 23 de julho de 2009
Zelaya, quem tem cú tem medo, não aldrabes,
abandona de vez as Honduras, já ninguém aguenta a história do vai, não vai, há acordo, não há acordo, aterra, não aterra. Já agora, dá-me o teu chapéu, essa imagem de marca, já que não se sabe onde pára o pijama com que te recabiaram para os States. Ou melhor, fica com o chapéu e junta-te ao Aprígio Santos, faz uma parceria, sei lá, um duo de música country que fica sempre bem em casamentos, uniões de facto, aniversários e quejandos. Serás bem aceite no Naval 1º de Maio, mas como Vice. A Figueira da Foz é um local aprazível para viver, como poderás constatar. Até o Santana se deu bem. Na volta, começa também a usar um chapéu à cowboy, porque em cowboyadas já é doutorado.
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Zelaya
Leituras
O Americano Frederic Brown escreveu uma novela em que o culpado é o leitor, que é apunhalado nas costas no fim daquela. Esta novela chamava-se "Nao se Volte".
In as Fronteiras do Possível, Bergier Jacques
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Sinto-me um Peninha
Six Pack

Aprendi ontem que um homem bom tem que ter six pack. Se não tem, atire-se ao LIXÃO.
Pode sempre arranjar uma ou um encalhado e entrar numa relação em saldo ou em liquidação total, aproveitando a época.
Mas esqueça as boazonas/bonzões de 25 anos para baixo. Até essa faixa etária o six pack é conditio sine qua non.
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Six Pack
quarta-feira, 22 de julho de 2009
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O homem não devia fazer a barba às pernas com gilete. O resultado é o que está à vista. Um formigueiro de borbulhas!
P.s - Ampliar "pic" com click para análise.
CARTA ABERTA A SAPHOU
Cara amiga,
Já pensei dedicar-lhe um post enlaçado e recheado de homens bonitos. Pensei ainda compor-lhe um poema ainda que tosco. Por fim, decidi escrever-lhe um texto todo embelezado com palavras tocantes.
Desisti.
Digo-lhe, apenas, que estas suas ausências me doem na alma e que não sossego enquanto não sentir que se restabeleceu.
Um beijo.
Sua dedicada e fiel seguidora,
Blimunda
Já pensei dedicar-lhe um post enlaçado e recheado de homens bonitos. Pensei ainda compor-lhe um poema ainda que tosco. Por fim, decidi escrever-lhe um texto todo embelezado com palavras tocantes.
Desisti.
Digo-lhe, apenas, que estas suas ausências me doem na alma e que não sossego enquanto não sentir que se restabeleceu.
Um beijo.
Sua dedicada e fiel seguidora,
Blimunda
Ferias Grandes IV
Era Domingo. O Gaspar chegou no seu Renault Fuego, amarelo cor do sol, todo quitado. Os meus avós acertaram-me um cachaço para ir tirar as penas que trazia na cabeça e vestir-me em condições, o que incluía lavar a cara e correram de braços abertos para as visitas. O Gaspar gritou ao Jorge que lhe trazia uma surpresa.
Os dois ali na porta, nunca fomos tão cúmplices, sabíamos que o nosso pesadelo tinha começado. O coração dele batia e o meu também. Sem mais, corri para agarrar o meu alvo de setas francês, que escondi debaixo da cama, dentro do meu saco à Sport Billy. Ele de mãos enfiadas nas traseiras das Liberto brancas oferecidas pela Espanhola, nem se mexeu, estava petrificado.
A minha avó quase usou o esfregão verde para me tirar o sarro das bentas , pôs-me uma risca ao lado e o cabelo colado ao crânio, passei de Indio a Ministro antes de me sentar à mesa . O meu avô só queria saber novidades do menino da terra do vinho fino, quando quem era da terra do vinho fino era eu.
A namorada do Tio Jorge era interessante, nunca tinha visto umas mamas assim, mexiam-se sozinhas e faziam pregas na blusa. Engolia uma garfada de salada e aquilo tremia. Passei o almoço a olhar para ela, assim evitava encarar o embirrento, de camisinha branca e calções pelo joelho, o meu primo - O teu priminho da Régua. Vês como se porta bem, sempre colado ao braço da mãe.
O Tio Jorge detestou a comida, estava salgada, eu comi bem, gostava das costeletas do Barroso, fazíamos grandes churrascadas eu e o meu avô, agora com aquele empecilho, tudo seria diferente. - Privada deixa estar aí o teu primo. - No meu banco, o banco que eles tinham construído para mim.
Começaram a perguntar pelos meus pais, e isto e aquilo, e o Porto. Vim fazer companhia ao Tio Jorge e mais uma vez o epíteto de menino mal-educado que se levanta da mesa. Pois, mas o priminho nem com talheres sabia comer. - Cala-te Privada, hoje não vais à Barragem! O Tio Jorge não me apoiou. Estava pior de que eu.
A namorada ali oficializava a relação. Ela só tinha conhecido o Jorge - diziam. E era capaz de ser verdade, só por aí se justificava querer algum dia casar com um estreloucado daqueles. Sem património, sem juízo e sem ideologia. Um bloquista dos anos 80. O Gaspar começou a falar das boas intenções do seu sogro, pai da namorada do Tio Jorge. O avô promoveu-o naquele dia, de vagabundo que vivia de noite e dormia de dia, a grande padeiro, um homem bom, de juízo, cujo único sonho era ter uma família e uma casa própria. Fiquei pasmado, sempre pensei que o sonho dele era uma moto de pista.
Olhei em jeito de interrogação, mas ele não dizia nada. Como de costume às 3 horas apareceu a Espanhola de calções e biquini, acompanhada do rancho de espanholitos com quem eu seguiria para a Barragem. Podia ser que juntos conseguíssemos afogar o meu primo.
Sei o que estão a pensar: Neste momento a miúda da Régua acerta um estalo seco no Tio Jorge, com uma voz grave e profunda, chama-lhe Traidor, e sai. E já agora leva o empecilho.
Não. A relação com a Espanhola era uma relação colorida. No Verão amavam-se e pronto. Espanha era já na altura um país de orgasmos. Hoje esta afirmação não espanta, ate os jogadores de futebol são bonitos, mas foi naquele tempo que os Espanhóis começaram a construir o paraíso. Não se passou nada. A Espanhola cumprimentou todos com entusiasmo, fomos para a barragem e passado umas horas o Tio Jorge foi lá ter. O empecilho era mais esperto do que eu imaginava, não foi, não sabia nadar o menino, e a barragem era perigosa. Mas o dia não terminava ali…
Os dois ali na porta, nunca fomos tão cúmplices, sabíamos que o nosso pesadelo tinha começado. O coração dele batia e o meu também. Sem mais, corri para agarrar o meu alvo de setas francês, que escondi debaixo da cama, dentro do meu saco à Sport Billy. Ele de mãos enfiadas nas traseiras das Liberto brancas oferecidas pela Espanhola, nem se mexeu, estava petrificado.
A minha avó quase usou o esfregão verde para me tirar o sarro das bentas , pôs-me uma risca ao lado e o cabelo colado ao crânio, passei de Indio a Ministro antes de me sentar à mesa . O meu avô só queria saber novidades do menino da terra do vinho fino, quando quem era da terra do vinho fino era eu.
A namorada do Tio Jorge era interessante, nunca tinha visto umas mamas assim, mexiam-se sozinhas e faziam pregas na blusa. Engolia uma garfada de salada e aquilo tremia. Passei o almoço a olhar para ela, assim evitava encarar o embirrento, de camisinha branca e calções pelo joelho, o meu primo - O teu priminho da Régua. Vês como se porta bem, sempre colado ao braço da mãe.
O Tio Jorge detestou a comida, estava salgada, eu comi bem, gostava das costeletas do Barroso, fazíamos grandes churrascadas eu e o meu avô, agora com aquele empecilho, tudo seria diferente. - Privada deixa estar aí o teu primo. - No meu banco, o banco que eles tinham construído para mim.
Começaram a perguntar pelos meus pais, e isto e aquilo, e o Porto. Vim fazer companhia ao Tio Jorge e mais uma vez o epíteto de menino mal-educado que se levanta da mesa. Pois, mas o priminho nem com talheres sabia comer. - Cala-te Privada, hoje não vais à Barragem! O Tio Jorge não me apoiou. Estava pior de que eu.
A namorada ali oficializava a relação. Ela só tinha conhecido o Jorge - diziam. E era capaz de ser verdade, só por aí se justificava querer algum dia casar com um estreloucado daqueles. Sem património, sem juízo e sem ideologia. Um bloquista dos anos 80. O Gaspar começou a falar das boas intenções do seu sogro, pai da namorada do Tio Jorge. O avô promoveu-o naquele dia, de vagabundo que vivia de noite e dormia de dia, a grande padeiro, um homem bom, de juízo, cujo único sonho era ter uma família e uma casa própria. Fiquei pasmado, sempre pensei que o sonho dele era uma moto de pista.
Olhei em jeito de interrogação, mas ele não dizia nada. Como de costume às 3 horas apareceu a Espanhola de calções e biquini, acompanhada do rancho de espanholitos com quem eu seguiria para a Barragem. Podia ser que juntos conseguíssemos afogar o meu primo.
Sei o que estão a pensar: Neste momento a miúda da Régua acerta um estalo seco no Tio Jorge, com uma voz grave e profunda, chama-lhe Traidor, e sai. E já agora leva o empecilho.
Não. A relação com a Espanhola era uma relação colorida. No Verão amavam-se e pronto. Espanha era já na altura um país de orgasmos. Hoje esta afirmação não espanta, ate os jogadores de futebol são bonitos, mas foi naquele tempo que os Espanhóis começaram a construir o paraíso. Não se passou nada. A Espanhola cumprimentou todos com entusiasmo, fomos para a barragem e passado umas horas o Tio Jorge foi lá ter. O empecilho era mais esperto do que eu imaginava, não foi, não sabia nadar o menino, e a barragem era perigosa. Mas o dia não terminava ali…
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Ferias Grandes segundo Privada
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